quinta-feira, 24 de março de 2022

Custa a crer tal tese


Sobre os apoiantes de Putin, que sejam de esquerda e de direita, mas pelo que vi, aquando da mudança do nosso regime, já lá vai quase meio século de exuberância comunista então gerada - daí que o nosso regime está feito, até já de mais idade que o salazarismo criticado pela longevidade, prova de que o poder é que conta sempre para os apoiantes do l’état c’est moi. (E já há comissão para as festas de arromba comemorativas de Abril, para que os jovens não se esqueçam de que o esquerdismo é que conta, ainda que sob a forma putinesca, prova de que os putinistas da nossa praça se vão manter, apesar do parco resquício desses apelidados de direita que também apoiam Putin, segundo informa PT, mas tudo se admite, nesta caótica precisão de afectos pelo poder sem decência.

Prova da natureza de Putin pelos seus efeitos

Atentem aos nossos “putinistas” caseiros de esquerda e de direita e verificarão que, com toda a probabilidade, são os mesmos que militam, com graus de radicalidade variável, pela extinção de Israel.

PAULO TUNHAS

OBSERVADOR, 24 mar 2022

A 11 de Março, Charles Moore publicou um artigo no Daily Telegraph onde se referia ao facto de a simpatia por Putin não ser o exclusivo, em Inglaterra, da gente que, na linhagem de Jeremy Corbyn, representa a esquerda radical. Com efeito, explicava ele, muita gente de direita diz aqui e ali coisas como “Pelo menos Putin defende o seu próprio povo”,Putin é um cristão a sério” ou ainda “A culpa é nossa por humilharmos a Rússia”. Opiniões destas, aos olhos de Charles Moore, testemunham uma incompreensão não só de Putin como, talvez com mais gravidade, dos sucessos e dos méritos das democracias ocidentais. Como tantas vezes, apanhei-me a concordar em pleno com o que ele diz.

É que em Portugal observo exactamente a mesma coisa. O que não falta por aí é gente, desarticulada dos partidos, mas aparentemente de “direita”, que não cala admirações surtidas por Putin ou ostenta, mais geralmente, uma indiferença soberana pela invasão da Ucrânia. Esse tipo de atitude é sem dúvida ditada por vários factores: a pura e simples fascinação pela “virilidade” do poder bruto, a persistência de um anti-americanismo primário que está longe de ser património exclusivo da esquerda, a reacção contra a wokeness generalizada que permeia as nossas sociedades, a insensibilidade ao idealismo que é estruturante das causas democráticas e, mais genericamente, a tendência para pensar que devemos é preocupar-nos connosco e com o preço das botijas de gás e não nos metermos em aventuras que não nos dizem em nada respeito.

Este tipo de admiração, por mais que exiba uma colossal abdicação do juízo político, tem, à sua maneira, uma razão de ser, e uma razão de ser que tem origem no próprio Putin. Como muita gente, pus-me em tempos recentes a ler livros sobre o homem. Li o “Dentro da cabeça de Putin” (2015), de Michel Eltchaninoff, e o “Precisamos de falar sobre Putin” (2019), de Mark Galeotti, e tentei ler também “A gente de Putin”, de Catherine Belton (2020), mas abandonei-o depressa porque não tenho miolos para seguir a complexidade das teias de influência que habitam o poder do Kremlin. Em todo o caso, se há coisa que Eltchaninoff e Galeotti nos mostram indisputavelmente é que as mais de duas décadas de poder de Putin reproduzem em poucos anos todos os movimentos seculares da história russa, oscilando entre a aproximação ao Ocidente e o afastamento deste, uma oscilação na qual uma única coisa subsiste como comum fio condutor: a ideia da grandeza imperial da Rússia, seja ela a Rússia czarista, a soviética ou a contemporânea. Isso permite a Putin tanto celebrar Kant – e o Tratado da paz perpétua! – como património comum da Alemanha e da Rússia (por Königsberg ser hoje Kaliningrado), como defender a irredutibilidade da maneira de pensar russa à maneira de pensar ocidental.

Hannah Arendt escreveu celebremente uma vez que personagens como Hitler ou Estaline não tinham biografia. Num sentido banal, a proposição é inteiramente falsa, e a prova empírica disso é que há muitas e boas biografias deles. Mas suponho que o que ela verdadeiramente queria dizer é que eles não tinham, de facto, biografias intelectuais. A relações de ambos com as suas ideias eram de tipo puramente alucinatório ou de natureza completamente instrumental. Não havia neles aquele comprometimento com as ideias que convive com uma distância para com elas que impede a sua confusão com a realidade que caracteriza uma cabeça humana normal, seja a do homem comum, do político ou do filósofo. É nesse sentido que Ar endt podia dizer que eles não tinham biografia.

O mesmo vale para Putin. É inútil procurar dentro daquela cabeça uma forma mental mais ou menos claramente definida, quanto mais uma “filosofia”. Há ali de tudo, num magma informe apenas unificado pelo desejo do poder. Ora, será que isso o torna verdadeiramente incompreensível, uma mente insondável, um mistério irresolúvel? Não, de forma alguma. Há uma maneira de, na medida do possível, o conseguirmos entender: através dos efeitos que ele produz na cabeça dos seus admiradores, tanto de esquerda como de direita. Os efeitos são confusos, é verdade, mas essa mesma confusão é elucidativa. O seu denominador comum é o desprezo e o ódio pela democracia, que se manifesta de formas diferentes e distinta retórica consoante os indivíduos. Perceber essa gente toda, nos acordos dos seus pontos de vista – eles entre-exprimem-se, como diria um filósofo, espelham-se uns aos outros -, é perceber o universo de Putin.

Há, de resto, um outro caso, muito conhecido, em que os mesmos espíritos estão de acordo: Israel. Atentem aos nossos “putinistas” caseiros de esquerda e de direita e verificarão que, com toda a probabilidade, são os mesmos que militam, com graus de radicalidade variável, pela extinção de Israel. E o motivo é exactamente o mesmo: o desprezo e o ódio pela democracia. Com efeito, se há coisa de que estou convencido desde há muito, muito tempo, é que Israel precipita o ódio à democracia que habita muitas franjas da nossa sociedade. É, por assim dizer, um laboratório onde esse ódio se exercita. Os actuais enlevos por Putin são uma outra manifestação da mesma paixão.

GUERRA NA UCRÂNIA   UCRÂNIA   EUROPA   MUNDO   VLADIMIR PUTIN  RÚSSIA

COMENTÁRIOS:

Mario Bastos: A sua tese, em princípio, estará certa. Só precisava de fazer uma confirmação: O que achava o nosso homem de Moscovo, Sasha Guerreiro, de Israel? Descobri um texto dele de 2018, publicado num jornal da concorrência, onde começou por escrever: "Israel tem o direito de existir? É tempo de a comunidade internacional decidir de uma vez por todas o futuro do conflito israelo-palestiniano e impedir que se arraste por mais gerações: a única solução exequível para a paz só pode passar pelo reconhecimento oficial da Palestina como Estado soberano e represálias sólidas contra Israel" (bold meu). A sua tese continua a bater certo.            Andrade QB: Verdade que a admiração pela autoridade pode ser o reflexo do que cada um faria no seu imaginário de estar do lado do chicote, pode, no entanto, ser da parte dos mais frágeis que sabem que são sempre as vítimas da permissividade. Assim como dizer ao passar por alguém com 2 m de altura, que esse alguém é alto sem que isso queira dizer qualquer coisa mais do que isso, também reconhecer seja o que for em Putin não significa que isso não inclua o reconhecer nele um criminoso de guerra que só a força fará parar. O que existe de elucidativo é haver quem neste preciso momento desvia a denúncia dos bárbaros crimes de Putin  para relembrar outras questões laterais. É aí que se colocam os comunistas e fascistas portugueses. Criticar a independência do Kosovo ou a segunda invasão do Iraque na altura em que tal aconteceu, não significa qualquer admiração por ditaduras.            José Tomás: Alguma vez havia de ser. Discordo do parágrafo final. Se não há paralelos entre o Hamas (ou Abbas) e Zelensky, há paralelos entre a brutalidade de Israel em Gaza, sob o comando do oportunista Netanyahu, e a de Putin. E não me parece que seja "amigo de Israel" quem apoia o actual "status quo", baseado na humilhação e no regular uso da brutalidade contra os árabes (sempre "justificada", mas totalmente desproporcional). Não estou a fazer comparações entre uns e outros - obviamente prefiro mil vezes a democracia imperfeita de Israel aos diversos graus de tirania dos países que o cercam - mas o Israel de Baruch Goldstein ou Yigal Amir (ou de quem deles se aproveitou) não merece solidariedade, até porque isso seria trair o Israel de Yitzhak Rabin e Ehud Barak, que se perdeu entre o niilismo homicida do Hamas e o conforto do tal "status quo", e que não dá mostras de se reencontrar.           Miguel Dias: Também me atrevo a acrescentar que os ditos putinistas de esquerda e direita possuem todos passaporte português, e de certeza que se preocupam mais com o país e com os custos que esta guerra traz aos portugueses que o senhor Tunhas que vive mais preocupado com a Nato, e ignora as dificuldades com que famílias suportam os custos duma guerra que não criaram.. Será que o senhor Tunhas vive na América? O resto do artigo, e de todos os outros artigos do Paulo Tunhas a única maneira de terem  qualidade, seria se em vez do formato digital fossem impressos em papel, macio de dupla face, enrolado e picotado.          Francisco Miranda: Excelente artigo. Infelizmente o apoio a regimes autocráticos não é uma exclusividade dos paleo-comunas portugueses (pcp) e d@s man@s neo-comunas fundamentalistas (be).           Cisca Impllit: Dos melhores artigos de P Tunhas. Tenho que reler!           Francisco Tavares de Almeida: O povo Ucraniano ainda tem muito que sofrer. Paulo Tunhas e o comentador João Floriano ainda terão muito que ver. Putín está encurralado e já é tarde para ser eliminado pelos que o rodeiam, que, na actual fase, já estão condenados a sobreviver ou cair com ele. Sabem que não serão perdoados. Militarmente a capacidade ofensiva russa se aproxima do fim. Tomarão Maríupol e ainda Odessa mas já não conseguem tomar Kiev. É mesmo duvidoso que consigam tomar as ruínas de Kiev. Por isso a única saída de Putín é o aumento de violência. É a isso que iremos assistir.             bento guerra > Francisco Tavares de Almeida: Talvez e então a resposta é dar mais pauladas no "urso"?              Francisco Tavares de Almeida > bento guerra: Ninguém quis dar ou deu pauladas no urso porque isso poderia gerar uma mega cultura de cogumelos na atmosfera. Mas tirar-lhe o pote do mel, é o mínimo.          Paulo Azevedo > Francisco Tavares de Almeida: Como é que Putin vai aumentar a violência com a "capacidade ofensiva russa perto do fim"? Com fisgas? Segundo o seu raciocínio, mais uma semana e a Rússia terá de bater em retirada. Vamos esperar e rir dos russos.           Francisco Tavares de Almeida > Paulo Azevedo: Capacidade ofensiva, significa infantaria, motorizada ou apoiada por tanques. Implica que os colunas consigam avançar. Ora o que se viu é que na primeira semana os russos progrediram 650 km ma direcção de Kiev. Na última semana, as colunas de duas direcções, entre 5 e 10, outra esteve parada, a quarta, já nos arrabaldes de Kiev, teve de recuar voltando a perder duas localidades, Irpin e outra. É evidente para os analistas militares - nada a ver com majores-generais televisivos - que os russos estão com enormes dificuldades logísticas - a ridícula imagem de um tanque a ser puxado por um tractor agrícola porque tinha ficado sem combustível - acusam falta de equipamento de visão moturna - as colunas de abastecimento param à noite e têm sido alvo fácil para os ucranianos que conhecem as suas localizações em tempo real pelos satélites americanos, canadianos e outros - e também devem ter deficiências em material de comunicação, pela evidente descoordenação de comando (os russos não têm um comando unificado do exército e ainda menos da Marinha e da Força Aérea). Mas nada disso afecta a capacidade de destruição à distância, por artilharial ligeira (lança-rockets) média e pesada (lança-mísseis), bombardeamentos aéreos a alta altitude e, como já aconteceu, com bombas termobáricas, mísseis de cruzeiro disparados por unidades navais no Mar de Azov e mísseis hipersónicos que podem ser disparados de território russo          Antes pelo contrário: Isso é exactamente o mesmo que dizer que se atentarmos nos nossos "antiputinistas", vamos encontrar sionistas ou católicos fundamentalistas. Em suma: uma BABOSEIRA, e uma acusação difamatória sem qualquer fundamento, indigna de uma cabeça pensante como a sua!!!        João Floriano: De dia para dia nota-se a crescente aberração dos comentários que por aqui aparecem defendendo Putin e a invasão da Ucrânia. Aliás a Ucrânia, país e gente mártir é o que menos interessa no meio de todos estes comentários contabilizando  os actos violentos de cada uma das partes. Ninguém com bom senso nega as culpas do lado americano. Mas essas mesmas culpas por parte dos Estados Unidos não justificam ou desculpam de modo algum crimes de guerra cometidos por Putin e pela sua tresloucada visão de devolver à Rússia o poder de anos passados. Olhem para a Ucrânia e para  a necessidade de parar o massacre. É isso que interessa. Infelizmente o mundo está longe de ser perfeito. Acima de qualquer discussão e atirar de culpas há que parar o ataque a civis e a zonas residenciais. Sejam empáticos, vocês que defendem  a argumentação de Putin e imaginem-se de repente expulsos das vossas casas, sem futuro, separados dos que amam, a ver o vosso bairro em escombros. Experimentem só imaginar isso! Slava Ukraini             bento guerra > João Floriano: Exagero. Talvez alguns fiquem cansados do insólito da situação, mas  não significa que se tornaram  pró-Putin. É evidente que a Ucrânia se tornou o "mexilhão" no confronto Nato-Rússia, o qual já é antigo. Segundo o conhecido Milhazes, o Putin "está feito", contudo as destruições e vítimas são ucranianas. O seu presidente, o mais popular líder de sempre no mundo, não quer parar, mas pede mais guerra, um autêntico Pirro. Depois da pandemia, a televisão comanda as cabeças          João Floriano > bento guerra: O que é que o Bento acha que o Zelenski pode fazer? Entregar as chaves da Ucrânia aos russos? Vai certamente responder-me que pode conversar para a paz. Mas acha que Putin quer verdadeiramente diplomacia? Putin quer dar uma imagem de força ao Ocidente e como o Bento muito bem diz, do mexilhão ucraniano nem a casca se vai aproveitar. Mesmo os corredores humanitários não são   assegurados de um e outro lado. Eu estou completamente pessimista sobre o que aí vem.            bento guerra > João Floriano: Eu estou ainda mais pessimista e decepcionado. Zelensky devia ter assumido a  responsabilidade de evitar  a desgraça que está a acontecer. Devia ter arranjado intermediários capazes para lhe garantir uma paz decente, em vez de incentivadores da batalha. Optou pela ilusão dramática e de que pode ganhar. Ganhar o quê, quando o país está como está e cerca de 20 porcento da população saiu de casa? Não vai acabar bem.          josé maria: Paulo Tunhas tenta mostrar a sua aversão ao monstruoso Putin, mas é só hipocrisia refinada. Quando Putin, juntamente com Bashar e Trump, bombardearam e arrasaram as cidades sírias, provocando um autêntico genocídio de pessoas inocentes, o colunista manteve-se calado. Quando Netanyahu fazia o mesmo relativamente aos palestinianos, bombardeando e massacrando inocentes, com todo o seu poderio bélico, PT manteve-se igualmente calado. O colunista sabe disso, mas, por mais que tente disfarçar, os factos falam mais alto. Não o deixam ficar impune, nem liberto da sua hipocrisia refinada.          Afrika Korpse > josé maria: Tente compreender, ao tempo Tunhas, qual vampiro, dormia num lento e distante sono...            josé maria > Afrika Korpse: O lento e distante sono da conivência silenciosa e da hipocrisia refinada...          Vitor Batista > josé maria: Tunhas não é aquele gajo espadaúdo para te aquecer nas noites frias?           Afrika Korpse: Só os falsários da Lógica tentam simular a demonstração da natureza de um todo através da natureza de partes expressas por tal todo... Outro que leu e usa a Dialéctica Erística...           Mr. Lobby: Tunhas, o filósofo da norma... e aspirante a filósofo da moda...          Paulo Azevedo: Aparentemente Putin está aos poucos a deixar de ser o novo Hitler, ou Calígula, ou Nero, dependendo dos gostos históricos de cada um. Vejam esta reportagem https://www.msn.com/en-us/news/world/putins-bombers-could-devastate-ukraine-but-hes-holding-back-heres-why/ar-AAVnuAJ?ocid=uxbndlbing Já começa a haver narrativas contrastantes no ocidente. Não auguro nada de bom          advoga diabo: Não metesse PT debaixo do chapéu de putinistas todos que não alinham bovinamente, e por ser moda, na analise maniqueísta da questão, teria razão. Assim, como aliás nele é hábito, é só mais um a, sem qualquer pudor, cavalgar a desgraça alheia para vender a agenda do patrão! Nós que sempre fomos da verdadeira direita! Felizmente Salazar já não está entre nós para assistir ao espectáculo soez e degradante dos tantos que traem Portugal vendendo-se por uma Coca-cola, um iphone doses seriadas de boa vida como simulacro da distante vida boa. Nós que sempre fomos da verdadeira direita! Não por acaso, os putinistas da verdadeira direita desejam a extinção do Estado Palestiniano, e de preferência de todo o mundo árabe e restantes islamizados...  Putin mostrou na Chechénia e na Síria como tratar o islão. Nos EUA até há um imperativo que é gritado nas manifestações populares do KKK e do Tea Party: nuke them all!...           Afrika Korpse Nós que sempre fomos da verdadeira direita!: Tunhas não quer ver isso... Por isso faz de conta!...            bento guerra: Então, o Putin ataca Zelensky por ser judeu?            Cisca Impllit > bento guerra: Não, o bastante é  que o Putin é uma besta que não conhece os  amigos  ou o seu reverso, para si são  tão  depressa inimigos como a sua vaidade e egoísmo  de momento o empurram.  "... actuais enlevos por Putin são uma outra manifestação da mesma paixão..." Dêem-lhe tempo e o VG me dirá, Deus queira que não!            bento guerra > Cisca Impllit: É um mito pensar que tudo isto é Putin e não Rússia, a Grande. Demasiado poderosa para ser encostada à parede, é evidente, desde 24 de Fevereiro.            Cisca Impllit > bento guerra: Também foram o britânico, o mogol,  Carlos V... subsistir...          bento guerra > Cisca Impllit: Mas, julgo que a Nato cometeu um erro "teórico" , que foi o de afrontar a Rússia, com medo (ainda bem ) de um mal maior, utilizando a Ucrânia como "bombo da festa". Veremos a História, que afinal, continua             sioux boomerang: E porque não dizer que os putinistas são com um grau de militância invariável uns timoristas? Também para fotógrafo deixas muito a desejar.            Américo Silva: Grande tiro, só que acertou ao lado. Quem se notabilizou a matar judeus foram os ucranianos. Cerca de 250.000 judeus, mulheres e crianças, (a maioria 80% foi evacuados pelos soviéticos), foram assassinados como parte das políticas de extermínio da Generalplan Ost e da Solução Final, com a participação e colaboração de organizações nacionalistas ucranianas.          Américo Silva > Vitor Batista: Bom dia. De acordo com o Centro Simon Wiesenthal  "A Ucrânia, até onde sabemos, nunca conduziu uma única investigação de um criminoso de guerra nazista local, muito menos processou um perpetrador do Holocausto".         Vitor Batista > Américo Silva: Está a falar da URSS? é que a Ucrânia fez parte da cortina de ferro até 94.             João Floriano > Américo Silva: Os russos também contribuíram e bem com os pogroms.         Francisco Tavares de Almeida > Américo Silva: Tem piada. Eu tinha ideia que a Ucrânia tinha um monumento em Kiev a lembrar essas mortes de judeus. Ah! É verdade. Foi destruído por um ataque de mísseis russos.        Cisca Impllit > Francisco Tavares de Almeida: Muito bem mencionado!          Vitor Batista: Crónica certeira! Basta olhar para o barómetro do observador, e verificar que temos aqui muitos cãoputinistas, especialmente de extrema esquerda e extrema direita.  Basta verificar o que estes cãoputinistas defendiam e defendem em matéria de doutrina politica e ideológica, pessoalmente não tenho nada contra, já o que me causa asco e revolta é constatar como tipos que defendem o Chega, e eu sou militante, estão em perfeita sintonia com tipos da linha dura dos comunas e do bloco de esquerda, que engloba todas as esquerdas nauseabundas.  Como é possível apoiar putin e o seu regime? A percepção que eu tinha disto tudo mudou radicalmente desde 24 de fevereiro, porque com surpresa e horror verifiquei, que qualquer partido pode albergar ideias e pessoas de espirito anti-democrático e totalitário, bem representados na pessoa do sr Medina. Resta-me a convicção profunda que o meu partido tomou uma atitude nobre e humanista, que foi condenar o déspota cãoputin e declarar o seu apoio incondicional à Ucrânia e aos ucranianos.  Quem são os nazi-fascistas?        José Tomás > Vitor Batista: A direita portuguesa, na sua franja mais reaccionária (que não está só no Chega, aliás, está mais no CDS) tem uma forte componente anti-americana, não só por ser anti-liberal (quer no sentido político: que nos costumes), mas também por imputar aos americanos, mais do que aos comunistas, a perda das colónias e a queda desamparada do anterior regime - e com toda a razão, a meu ver. Mas, obviamente, a luta dos ucranianos pela sua sobrevivência com dignidade não tem nada a ver com os nossos rancores e tem tudo a ver com a nossa decência.           Vitor Batista > José Tomás: Exacto!           Roberto Nascimento IV > José Tomás: Angola é nossa, carago. LOL.

 

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