Ora! Sempre com louçania. Por vezes nostalgia.
A mastigar as palavras com a saliva necessária à unção da sua devoção. Alberto
Gonçalves tem toda a razão, sim!
Francisco e as Anacletas
A vida inteira do dr. Louçã é uma
longa exibição de ódio à liberdade. Lamenta a invasão da Ucrânia com a
sinceridade com que lamentava o terrorismo para em simultâneo apoiar os
homicidas da ETA.
ALBERTO GONÇALVES,
Colunista do OBSERVADOR
OBSERVADOR, 12 mar 2022, 00:2122
Fui
informado de que o dr. Louçã me nomeara em artigo no Expresso. De vez em
quando acontece, e é útil por me permitir perceber que, após décadas de
saudável fanatismo e franca intolerância, o dr. Louçã continua vivo. E activo. Decerto
o jornal mantém a colaboração em nome do pluralismo, donde o dr. Louçã preenche
a quota da extrema-esquerda “revolucionária”, que tanta falta faz no espectro
das opiniões. Aliás, a quota está impecavelmente preenchida: no Expresso,
que eu saiba, há mais um ou dois exemplares da seita (no Público são
quase todos). Deve ser o mesmo princípio, a pluralidade,
a garantir os lugares do dr. Louçã na
Sic Notícias, no Conselho de Estado e, num passado recente, numa cátedra
universitária e na administração do Banco de Portugal. Fico feliz. Apenas estranho que, em nome dessa
abertura, as prestigiadas instituições em causa não convidem o “skinhead” Mário Machado
ou um dirigente do Ergue-te. Injustiças.
Vamos
lá então responder à referência com que o dr. Louçã me honrou. A resposta não é
difícil, difícil foi a leitura. O dr. Louçã é forte a passear moralismo
infundado e a condenar tudo o que lhe cheire a democracia, proezas que na
televisão tempera com o que a minha amiga Margarida Bentes Penedo adequadamente
chamou um “sorriso torto”. Infelizmente, é fraco a escrever.
Das raras ocasiões em que os enfrento, constato, com um princípio de enxaqueca,
que os textos do homem são uma traquitana de clichés
recolhidos em cartazes de manifestações e panfletos de protesto. Não existe um
parágrafo legível: existem, ligadas por rosnados, frases que um “okupa” usaria
na t-shirt, no dia em que a do “Che” fosse enfim para lavar. O termo técnico é
“miséria”, parcialmente resgatada pela
comicidade involuntária do exercício. Por perversão, espreitemos o exercício.
A
crónica em questão intitula-se “Chegaram
os McCarthiminions”, trocadilho
inspirado. O objectivo da crónica é fingir que condena a invasão da Ucrânia
enquanto demonstra que as maiores vítimas dessa invasão são os leninistas
portugueses como ele, fustigados por colunistas portugueses como eu,
evidentemente ao serviço de forças tão tenebrosas quanto a NATO, os EUA, Israel
e talvez São Marino.
Com
a pujança lírica de um ou dois padres Fanhais, o dr. Louçã inicia o texto
mediante sentença genérica e inatacável: “A crueldade da guerra é infinita”.
Por azar, seis linhas decorridas já entram em campo os mitos que, ao
contrário da Ucrânia, realmente importam à criatura: o “massacre de Sabra e
Chatila”, os “ataques a Gaza”, o “bombardeamento de Bagdade”. Tudo
equivalente, tudo comparável, com o pormenor de que o recurso à equivalência e
à comparação prova o que de facto mobiliza o dr. Louçã. Uma pista: não
é o sofrimento dos ucranianos. Faz sentido. Quem em 2021 riu do Holodomor não
vai chorar em 2022 por uns milhares de mortos em Kiev ou Odessa. Adiante.
Aos tropeções na Cimeira das Lajes, no
Afeganistão e na eterna aversão à NATO, o dr. Louçã prossegue. Espantosamente, para
quem sempre promoveu linchamentos sumários, prossegue benzinho, através da
crítica ao ridículo “cancelamento” de artistas, atletas e demais profissionais russos
a pretexto da invasão. O cuidado
em localizar o precedente da purga no “macarthismo”, e não por exemplo no
estalinismo, até poderia ser desculpado por tique nervoso. A chatice é
que o tique é permanente. No
fundo, conforme à natureza de uma carreira alimentada a falsidades, o dr. Louçã
serve-se de uma injustiça autêntica, a que não liga nada, para inventar uma
injustiça “similar”, que é a que lhe convém. No caso,
utiliza os russos censurados para dissertar acerca dos mártires “vermelhos” que
os portugueses desejam (?) censurar. Escusado dizer que o mártir maior é ele
próprio. Se duvidam, perguntem-lhe.
Com assento cativo em inúmeros
cadeirões, o dr. Louçã é um dos símbolos do regime, na acepção mais sombria e
decadente do dito.
Curiosamente, aquela cabecinha beata convenceu-se de que passa por “outsider”.
Não passa. Andar 50 anos a repetir inanidades e a venerar
criminosos não o transforma num dissidente do “sistema” que o abraça: quando
muito, transforma o “sistema” que o abraça numa caricatura do que devia ser.
Para o final da crónica, de modo a queixar-se, o dr. Louçã recorre ao que toma
por sarcasmo. Pelos vistos, há por aí uns biltres, entre os quais a minha
pessoa, que o perseguem e acusam de simpatizar com o sr. Putin.
Tem
graça, um Torquemada
perseguido.
“Perseguições” e alucinações à parte, não preciso das opiniões do dr. Louçã
sobre o sr. Putin para formar a minha opinião sobre o dr. Louçã. Dê as
cambalhotas que der, Francisco Anacleto não
engana: um camaradinha “alternativo” que apenas se distingue dos originais no
descaramento com que dissimula, muito mal, o apreço pelo totalitarismo. A vida inteira do dr. Louçã é uma longa exibição
de ódio à liberdade, e uma longuíssima vénia aos que a suprimem ou combatem.
Por excesso de coerência, ou escassez de vergonha, esteve sempre do lado errado
de todas as histórias. Esteve e está:
o dr. Louçã lamenta a invasão da Ucrânia com a sinceridade com que lamentava o
terrorismo para em simultâneo apoiar os homicidas da ETA.
Extraordinário
é o espanto com que ainda se constata as contradições cometidas pelas
catequistas, ou metástases, do dr. Louçã
(“Chicominions” seria descer ao nível estilístico dele). Uma deputada finta a
lei? Ai, mas ela é tão exigente no discurso. Um vereador pratica uma vigarice?
Ai, mas ele é do Bloco. O Bloco despede funcionários à bruta? Ai, mas a
retórica deles é a oposta. Meus caros, o pior desta gente não é a hipocrisia
com que ganham a vida deles, e sim a hipocrisia com que desprezam a morte dos
outros. Francisco e
as Anacletas são comunistas.
FRANCISCO
LOUÇÃ PAÍS GUERRA NA
UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO
COMENTÁRIOS:
Manuel
Martins: Muito bom. O Louçã nem deve piar nos
próximos dias... Miguel
Oliveira: Brilhante. Pedra Nussapato:
Ui ui, não sei o que o Louçã escreveu
sobre o dr AG no Expresso, mas o que quer que tenha sido, aleijou!!! Vitor Batista: Parabéns Alberto! Foi talvez o melhor texto que alguma
vez li sobre o frade louçã e as suas beatas. Caso para dizer que de
certeza absoluta que Vasco Pulido Valente está orgulhoso do seu pupilo. Que
venha a próxima crónica ainda melhor do que esta e.....espero que a Lena amanhã
não se "balde", porque vocês os dois chegam e sobejam para os
"sociais democratas" todos. Bem hajam. Not_Valid_Username:
“Não existe um parágrafo legível: existem,
ligadas por rosnados, frases que um “okupa” usaria na t-shirt, no dia em que a
do “Che” fosse enfim para lavar.“ Simplesmente soberbo! Vitor Batista > Not_Valid_Username:
Você ainda diz que é soberbo já eu nem
consigo encontrar adjectivos. Simplesmente brilhante. Meio Vazio: AG esteve hoje particularmente inspirado. Não admira;
a beatice é sempre um pitéu - e bordoadas no bispo Louça, só se perdem as que
caem no chão.
Joaquim Albano Duarte: São comunistas e o discurso daquela gente é assustador
porque demonstra não haver um pingo de empatia com as vítimas de Putin. Paulo Silva: Muito bem, caro Alberto Gonçalves. O dr. Anacleto
Louçã, apaniguados & comp.ª devem ter grau de instrução suficiente para
saberem que os pais da futura NATO estavam do outro lado do oceano
descansadinhos da vida a tratar do seu quintal sem precisarem de mais chatices,
quando foram chamados de urgência ao velho continente para salvar os europeus
de si próprios... por duas vezes! Os europeus muito devem aos fundadores da
NATO as condições necessárias para a manutenção de um quadro de paz e de
prosperidade, dentro da nova ordem mundial surgida após 1945. Os fanáticos dos
amanhãs que cantam é que não o aceitam com todas as forças, porque o projecto
deles era outro… num outro alfabeto. De facto é muito comovente a tendência do
dr. Chico Anacleto para se envolver na defesa dos mais desprotegidos - que a si
lhe pareçam servir os interesses - ou não tivesse como guia espiritual o mártir
dos mártires cuja santa cabeça acabou por ir embater na ponta mais larga da
picareta de alpinista do sr. Ramón Mercader, o enviado de Estaline. Uma
verdadeira tragédia mexicana. Mas desenganem-se, a História apenas perdeu mais
um digníssimo facínora. De nome Lev Davidovich Trotsky, o líder do Massacre de
Kronstdat era implacável nas críticas ao rival Estaline, mas apenas porque este
andava a matar as pessoas erradas. Não fora isso, e tudo estaria bem no reino
dos gulags... O dr. Chico Anacleto também lamenta e condena muito o destino da
Ucrânia, mas apenas para culpar europeus e americanos. O discípulo Mamadou Ba -
um Anacleto entre as anaclets no ISCTE - é mais modesto
no cinismo. Abriu a boca, não para condenar a terrível situação que se abateu
sobre a Ucrânia e o seu povo, mas para se indignar pela grafitagem da fachada
de um centro de trabalho dos irmãos do PCP, por alguém que não respeita hipócritas
nem vendedores da banha da cobra. A capacidade de vitimização destas criaturas
só tem igual na sua capacidade de alienação. Em tempos de guerra passam-se
sempre coisas muito estranhas, mas o aqui d’el rey pela russofilia cancelada
vindo deste representante da cultura de cancelamento é risível que dói. José Dias: Venho por este meio, pela enésima vez, dar nota ao
comentador que dá pelo nome de guerra de "jose maria" que a peça
sobre a infracção do regime de exclusividade na AR por parte da deputada
Mariana Mortágua também ainda não é esta ... Paula Quintão: TOP, Alberto Gonçalves! Tão verdade a descrição desse…chamar-lhe indivíduo é um
elogio … ser vivo sem coluna vertebral. Porque não organizam, ele e os seus
pares, uma bela viagem de ida para os países com regime totalitário ou
ditatorial, que tanto defendem? Lá está, invertebrados!! Não há pachorra!!!!! Jose Oliveira:
Esta das "Anacletas" não
lembrava ao Diabo. Bem apanhado. :):) Quanto ao dr. Louçã, parece ir pelo mesmo
caminho do dr. Cunhal. Uma vida inteira a lutar por .......... uma causa
falhada. O outro morreu com 92 anos e nunca saiu da alucinação em que viveu, este
ainda vive a alucinação dele e também não aparenta querer sair de lá. O que
admira é o palco que lhe dão, sabendo de antemão que o que sai daquela cabeça
de vento e nada, são a mesma coisa. Carlos Dias > Jose Oliveira: Concordo
plenamente consigo Cipião
Numantino: Hihihi,
essa das Anacletas doeu! Pessoalmente
sou suspeito para perorar sobre o manjerico em questão. Quem conhece o que
frequentemente nos meus comentários vou debitando, sabe bem que tento ser justo
e equilibrado nas minhas apreciações em especial, claro, quando estas envolvem
juízos de valor sobre pessoas de quem não tenho mais indicações do que o que
vou apreendendo como resultado do que por estes é escrito e da dialética que
sustentadamente desenvolvem. E
digo que sou suspeito já que perante a figurinha em questão, não consigo manter
aquele equilibrado distanciamento que é mister ter-se no julgamento de pessoas
concretas. Desde
sempre senti uma espécie de repulsa pela criaturinha em questão de quem, tout
court, antecipo o resultado mas me escapa a substância. Aquele ar seráfico
de beato ultramontano desconcerta-me, e os esgares que se desprendem da sua
sincronia facial intimidam-me mesmo que seja sob uma mera forma psicológica.
Sem querer comparar o que é de todo incomparável, creio mesmo ter sentido
similar repulsa quando me deparei com cobras ou enfrentando o temor das noites
de breu que ocasionalmente suportei na minha infância quando em férias fazia a
peregrinação anual às raízes familiares bem para lá dos confins do Marão
algures nas berças transmontanas. Tanto
o Anacleto como as cheerladies que o AG epitetou de Anacletas, são uma
autêntica fraude política. O Anacleto como papa da seita. E as deusas
sacerdotisas do culto como perfeitas asseclas apregoando amen. Um diz
"mata" e as outras revivenciam o eco em repetitivo conceito,
tonitruando o habitual "esfola". Toda a trupe em uníssono cantando
hossanas ao comunismo enquanto se deliciam e lambuzam nas práticas, segundo
todos eles, bem depravadas do capitalismo injusto e opressor. Pessoalmente nem sequer lhe chamaria hipocrisia.
Transcende o mero conceito de teses adrede já bem conhecidas para se situarem
no reino inefável da perversão intelectual. Uma espécie de vendedores da
banha de cobra de antanho que fazem das teses propaladas do comunismo um
infindável e bem lucrativo negócio. A sua proselitagem absorve
diligentemente as suas tretas. Sem sequer intuírem que, ao contrário do que se
diz, o comunismo resulta!!!! Pelo
menos para esta trupe desvairada resulta perfeitamente. Uma, ao que se diz,
além das mordomias e tenças proporcionadas pela política explora (aqui de forma
normal) o AL de que certamente não prescindirá dos concernentes proventos mesmo
que rodeada pela pobreza que propala combater. A outra (quem sai aos seus não
degenera) alega desconhecimento da lei para amealhar mais uns patacos numa
chico-espertice de que o Roubles seu antigo comparsa parece ter deixado um mais
que evidente escol. Finalmente, o papa da trupe, abocanha tudo o que lhe passa
sob o nariz. Ele é conselheiro da novel brigada do reumático, ele é alto
funcionário do órgão financeiro mais importante do país e por aí a coisa vai. E o rebanho parece gostar e chorar por mais. Que isto
do comunismo é uma espécie de profissão de fé de cariz eminentemente religioso
em que cada um dos prosélitos ardentemente espera que o que nunca deu certo em
lado nenhum, algum dia se cumprirá. Assim ao estilo de muita gente que sonha que
lhes saia a lotaria, sem que cumpram os serviços mínimos e se dêem ao trabalho
(e despesa) de comprar uma simples cautela. Claro
que a trupe dos Anacletos tem os dias contados. A força da História derrogará
os suficientes efeitos e o rolo compressor dos desiludidos acabará por
reduzi-los à sua intrínseca insignificância. Certamente
que enquanto o pau vem e vai folgam as costas. E numa atitude absolutamente
rapace locupletam-se com os dividendos dos ingénuos e invejosos e o permanente
esbulho exercido sobre o burro de carga que constitui o contribuinte, num
frenesim de que o Zeca fez competente eco nos vampiros que tudo comiam e não
deixavam nada. Num
conceito meramente pessoal, de mim, só conseguirão receber uma tão exaltada
tolerância que ronda as raias do absoluto desprezo. E de resto, tanto se me dá como se me deu. Um artefacto das Caldas, revelaria ter provavelmente a
mesma utilidade. Oh
valha-me Deuzzzêeuzz!...
Carlos Dias > Cipião Numantino: Você escreve com quantos dedos no teclado? Carlos Dias: O Xico deve estar arrependido de ter mencionado o nome
de alguém muito superior intelectualmente e desprendido ideologicamente Não
batas mais no Xiquinho. Bravo Alberto Gonçalves António Abreu:
O zé maria está cada vez mais um erudito
intelectual. Começa a morder os calcanhares ao chico da loiça... josé maria: Louçã deu cabo do dr. gonçalves e mostrou-lhe que
questões geopolíticas complexas não devem ser tratadas com a narrativa
simplista, demagógica e dicotómica, tão do agrado do ressabiado... Ó dr.
gonçalves, há mais lógica polivalente do que a lógica bivalente do
Aristóteles., sabia ? Que
tal aproveitar para ler o Pensamento Complexo de Edgar
Morin e deixar de analisar os assuntos geopolítcos pela rama ? Carlos Dias > josé maria: E tu lês porquê Zé ? O Alberto Gonçalves perturba? O
Xiquinho também lê
André Ondine > josé maria: É lá, o “josé maria” desta semana é particularmente
erudito. Aristóteles, Morin....livra, que esta semana, lá no Rato, devem ter
dado a password ao Manuel Alegre, à Edite Estrela ou mesmo ao Ericeira
Sócrates, que também tem queda para despejar umas banalidades recorrendo a
nomes que ele julga que o fazem parecer mais culto. Mas prefiro assim.
Quando é o Galamba ou o Pedro Nuno Santos a fazer de “josé maria “, é sempre um
registo mais superficial, insultuoso e arisco. Acaba por tornar-se
desagradável. Assim não, o avençado continua a querer dar lições e a querer
refazer a história, mas fá-lo com a elegância elefanteante de um intelectual
habilidoso. Mas
suspeito que a tendência para denunciar comentários negativos seja um ponto em
comum a todos aqueles a quem é temporariamente dada a password do zé. servus inutilis: os comunistas são amorais. o dr. loucã é imoral e faz
questão
Madalena Sa: Tão
verdade! São gente com mentalidades maquiavélicas! Não merecem o ar que
respiram
Nenhum comentário:
Postar um comentário