sexta-feira, 12 de abril de 2019

Andrea Bocelli como distracção



A propósito de Santa Lucia procurei a música antiga, que conhecia cantada por Caruso, e que ouvi cantada por Andrea Bocelli, na mesma Internet que me contou a história da Santa – uma história tenebrosa de uma santa padroeira da visão, como nos confia Salles da Fonseca, visão que é do que todos mais precisamos, num mundo a escurecer em tanto sítio. Salles da Fonseca aproveita os episódios tramados das suas aventuras desportistas, para minimizar pela graça o que deve ter sido bastante perturbador e, simultaneamente, fazer o elogio dos nossos médicos e serviços oftalmologistas, com especial referência de gratidão ao Instituto Gama Pinto. Só posso desejar as melhoras e para tal, como espécie de oração, aconselho o YouTube com a "Santa Lucia" que, na continuação, me fez escutar também outras canções de A. Bocelli, e acabar em Luciano Pavarotti e Maria Callas – talvez por um qualquer milagre de encantamento da Santa Lucia, já que dela se trata. Um bom momento, que agradeço à Internet, que no meio, é certo, de muita escuridão, é inegavelmente fonte muita luz.
 HENRIQUE SALLES DA FONSECA
 A BEM DA NAÇÃO, 12.04.19
… VALHA-ME SANTA LUZIA!!!
Foi por terras de Mafamede que me lembrei de Santa Luzia.
Santa Luzia de Siracusa (~283-304), Santa da Luz segundo a tradição da Igreja Católica. Mesmo sem olhos, nascida numa família rica de Siracusa, foi venerada como virgem e mártir cristã que, segundo consta, morreu durante as perseguições do imperador Diocleciano.
Na antiguidade cristã, juntamente com Cecília, Águeda e Inês, todas elas atempadamente canonizadas, a veneração a Santa Luzia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio chegando a ter vinte templos em Roma nomeados em sua devoção.
O episódio da cegueira, ao qual a iconografia a associa, deverá estar ligado à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo, Dante Alighieri, na Divina Comédia, lhe atribui a função de «graça iluminadora».
E assim foi que ficou como padroeira dos amblíopes, zarolhos, cegos e, claro está, dos oftalmologistas – e presumo que dos optometristas, oculistas e outros que tais…
E porque foi em terras de Mafamede que me vi metido em trabalhos com o meu olho direito, lembrei-me dela. E muito!
Então, foi assim…
… meti-me a fazer um rally pelas dunas do deserto do Dubai e na manhã seguinte apareci com a sensação de que ia fazer um treçolho. Só que não tinha a pálpebra inchada. O pseudo-treçolho desapareceu mas surgiu uma mancha opaca. No hospital do barco deram-me um antibiótico oftálmico e um anti-inflamatório. Assim me tratei até ao final do cruzeiro (rejeitei uma ida a um oftalmologista em Aqaba) e apresentei-me no Banco do Hospital de Santa Maria no dia seguinte à chegada a Lisboa. Médicos em polvorosa a espreitarem cá para dentro, análises (normais), TAC (normal), ida à Neurologia (saído limpo)… mais análises na manhã seguinte mas, entretanto, tome lá isto mais aquilo. E tomei. Vá ter connosco ao Instituto Gama Pinto. Fui. Devo ter sido observado por cerca de uma dúzia de especialistas. Absolutamente formidável a atenção que me dispensaram. Derrames e inflamações desde a córnea ao disco e ao próprio nervo óptico. Como acontece uma coisas destas? Sabemos lá! Vi-os «à nora» e foram muito sinceros (e sérios, claro!): Quando não sabemos o que fazer, receitamos cortisona. Tome isso! Tomei tudo nas doses prescritas.
Voltei lá hoje e viram-me pormenorizadamente. Que estou incomparavelmente melhor. Reduziram-me a medicação. Posso montar de novo a cavalo mas com cautela. Querem ver-me no final do mês e então é que se vai ver quanta visão mantenho do olho afectado. A ver, como se diz em Oftalmologia.
Valham-me Santa Luzia e os médicos do Gama Pinto.
Sim, quem se mete por terras de Mafamede… é como quem adormece com crianças, sai húmido.
Lisboa, 11 de Abril de 2019            Henrique Salles da Fonseca
BIBLIOGRAFIA:: Wikipédia, sobre Santa Luzia
6 comentários
 Anónimo  12.04.2019  09:22: Rally no deserto: Só de escafandro com ar condicionado! Recupere rapidinho e passeie a cavalo por lugares cheios de grama e não de poeira!
 Henrique Salles da Fonseca  12.04.2019  12:44: Caro Henrique: Terminada esta sua espectacular viagem ( fico invejoso !!!) não posso deixar de lhe vir agradecer os seus relatos diários e interessantíssimos. Não só aprendi imenso como me diverti muitíssimo com o seu notável sentido de humor. Obrigado, portanto. Que o regresso lhe seja leve!!! Um abraço Henrique Pietra Torres
 Adriano Lima  12.04.2019  13:21: Tenho de confessar que não conhecia a história da Santa Luzia. Aqui metida para ilustrar um episódio pessoal, releve-se a graça e o sentido de humor com que o autor borda este relato, à semelhança de todos os que nos oferece neste blogue.  Fica-se com a ideia de que naquele deserto do Dubai ainda não sopram uns arzinhos do Ibadismo, pois caso contrário Mafamede não teria deitado poeira aos olhos deste viajante cristão. Agora, o importante é que Santa Luzia tenha a última palavra.
  Henrique Salles da Fonseca  12.04.2019  15:16: As melhoras. Beijinhos  Ana Maria SC Diniz
 Henrique Salles da Fonseca  12.04.2019  15:35: Abraço Henrique. Obrigado pelos detalhes da interessantíssima viagem e... rápidas melhoras. O Albuquerque é que sabia da poda. Um abraço Pedro Pedroso

 Manuela Santos  12.04.2019  18:04: Desejo-lhe uma rápida recuperação e que fique com a visão a 100%! Com problemas nos olhos fica-se sempre muito preocupado e com razão! Passei recentemente por um problema oftalmológico -- cirurgia mal feita! -- e sei dar valor à angústia inerente. Aproveito para lhe agradecer os relatos tão circunstanciados dessa fantástica viagem-aventura!  Saudações.
Santa Lucia
Sul mare luccica
L'astro d'argento             (BIS)
Placida è l'onda
Prospero il vento
Venite all'agile
Barchetta mia               (BIS)
Santa lucia
Santa Lúcia

Con questo zeffiro
Così soave
Oh, come è bello            ( BIS)
Star sulla nave
Su passeggeri
Venite via                     (BIS)
Santa lucia
Santa Lúcia

In' fra le tende
Bandir la cena
In una sera
Così serena
Chi non dimanda
Chi non desia
Santa lucia
Santa Lúcia

Mare sì placido
Vento sì caro
Scordar fa
I triboli
Al marinaio
E va gridando
Con allegria
Santa lucia
Santa Lúcia

O dolce napoli
O suol beato
Ove sorridere             (BIS)
Volle il creato
Tu sei l'impero
Dell'armonia
Santa Lúcia              (BIS)
Santa Lúcia

Or che tardate?
Bella è la sera
Spira un'auretta
Fresca e leggiera
Venite all'agile
Barchetta mia
Santa lucia
Santa lucia

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