Estamos no desfiladeiro. Um país que
sofre, mas que não tem soluções. Leiamos alguns escritos, não para nos
regozijarmos, mas para ponderarmos, antes de soçobrarmos. Na continuação.
POLÍTICA:
A primeira semana do ano de 2020 /premium
O que tivemos antes da Páscoa, com a
greve dos camionistas e os rumores de demissão do governo, foi uma antevisão do
que vai ser o ano de 2020: luta e instabilidade.
Não sei se ainda se recordam, mas a
semana passada, antes de toda a gente sair para as férias da Páscoa, prometeu
por uns momentos vir a ser memorável. De um lado, eram os
combustíveis a acabar, por causa da greve dos camionistas; do outro lado,
era o governo a fazer constar que se poderia demitir, caso os
outros grupos parlamentares lhe impusessem os custos de satisfazer o sindicalismo
dos professores. De repente, o país começou a imaginar-se sem gasóleo e sem
governo. Parecia o fim de qualquer coisa – mas após alguma excitação, acabou
por ser apenas o fim de semana.
Vale a pena voltar a esses dias que afinal não deram em nada? Vale, por
esta razão: o que tivemos antes da Páscoa foi muito provavelmente uma espécie
de primeira semana do ano de 2020, uma antevisão do que aí vem, com um governo
minoritário socialista, um parlamento do lado da despesa, e um país onde a
disputa política por rendimentos escapará a qualquer controle.
A reedição do governo minoritário
socialista é o que auguram as sondagens. Como podia ser diferente, perante a
manifesta falta de encanto dos portugueses, quer com a geringonça, quer com a
oposição? A geringonça vivia do “medo da direita”, que já não há; a oposição
vivia do culto de Passos Coelho, que se retirou. Faltam os receios e os
entusiasmos necessários para grandes deslocações de votos.
Mas o facto de o parlamento poder gerar a mesma solução política, não quer
dizer que o país ou mundo estejam na mesma. Não estão. Nem o sistema partidário
está na mesma, apesar das aparências. Tudo está mais fraco. Durante quatro
anos, o PS andou a fazer de radical e o PCP e o BE de moderados. Na oposição, o
PSD esteve dois anos à espera do diabo, e outros dois à espera de um anjo que
fizesse ver a António Costa que o seu verdadeiro parceiro era Rui Rio. Por isso
mesmo, PCP e BE continuarão a ter razões para a geringonça. Mas também por isso
mesmo, e como já ameaçaram a semana passada, terão igualmente razões para
aumentar a pressão sobre o Orçamento, de modo provar que só eles fazem
diferença. E nesse ponto, é possível que tenham, como já tiveram, a companhia
de uma direita determinada em trespassar ao PS a fama de austeridade. As previsões de crescimento da economia sugerem que não será difícil criar a ideia de
mesquinhez socialista. Em tal contexto, é provável que a demissão do governo se
torne um rumor permanente.
Isto será no parlamento. Fora de São
Bento, a turbulência poderá não ser menor. A geringonça, em 2015, pensou ter o
trunfo que o novo regime também julgou haver obtido em Maio de 1974, quando
entregou o ministério do Trabalho e os sindicatos nacionais ao PCP: o controle
comunista da “agitação social”. Haveria apenas as greves que o PCP quisesse.
Tal como então, o país descobriu que o sindicalismo comunista, podendo muito,
não pode tudo. As greves dos enfermeiros e
dos camionistas foram um sinal de que o PCP, só por si, não chega para fabricar
“paz social”. Num país que há vinte anos deixou de crescer como no passado,
seria sempre fatal que muitos grupos acabassem por se convencer de que não vale
a pena esperar que o bolo aumente para todos, e que o melhor é cada um tentar
cortar uma fatia maior para si próprio. Mas a geringonça, com as suas
“narrativas”, reforçou essa cultura de “luta”, isto é, a convicção de que os
rendimentos não se obtêm pelo trabalho e pelo investimento, mas junto do poder
político, pelo lóbi e pela greve. Esperem, por isso, mais semanas sem cirurgias
ou sem combustíveis.
O futuro em poucas palavras?
Instabilidade e luta. Vamos
viver em tempos interessantes.
COMENTÁRIOS
josé Maria: O
que tivemos antes da Páscoa, com a greve dos camionistas e os rumores de
demissão do governo, foi uma antevisão do que vai ser o ano de 2020: luta e
instabilidade.
Maria José Melo: Todos os dias há uma greve... ou duas... Isto está a
ser preparado ... por quem? Pelos do costume. Apoiam no Parlamento, contestam
na rua.
Maria Narciso: Hoje Podemos Afirmar Seguramente de que o Futuro
do Pais está nas Mãos dos Portugueses e Não nos Políticos . Hoje Não está em
Causa o Factor Destino ou a Fatalidade. Hoje os Portugueses Têm em Pleno o
Livre - Árbitro para Decidirem o que é Melhor para as suas Vidas e para
Portugal. Para Investir
Mais e Melhor é Óbvio que tem de Haver Reformas Estruturais que só serão
Possíveis com o Apoio da Oposição ou com uma Maioria Absoluta. O Governo está
a abrir caminho num Contexto de Equilíbrio : - Não é Retirando os Estímulos às
Pessoas Nem com Cortes que a Economia Avança ! O Governo PS está Empenhado no
Desenvolvimento e no Bem Estar das Pessoas - Do Crescimento Económico e da
Quebra do Empobrecimento.
Mosava
Ickx > Maria Narciso: A Maria é mesmo uma anedota!
Maria Narciso: Ao Contrário do
Governo Anterior que Cortou 4 Mil Milhões de Euros na Despesa Pública e isso -
SIM é que Provoca Crise Social . O Governo PS Devolveu os Rendimentos às
Pessoas
Jorge Tavares > Maria Narciso: Não todas. Só uma minoria de
"eleitos"
Maria Narciso: O Governo PS aposta na Distribuição da
Riqueza e Propriedade - Diminuindo a Distância entre Ricos e Pobres - Criando
Programas de Apoio pars Eliminar Injustiça Social. Deve-se questionar como
ficaria Portugal se a Frente de Esquerda fosse Derrotada. A Questão da
Desigualdades é que tem Destruído as Democracias.
MCMCA: A
mais pertinente afirmação de Rui Ramos "...a geringonça, ....reforçou
....a convicção de que os rendimentos não se obtêm pelo trabalho e pelo
investimento, mas junto do poder político,pelo lóbi e pela greve.
Joaquim Moreira: Na oposição, o PSD esteve dois anos à espera do diabo,
e outros dois à espera de um anjo que fizesse ver a António Costa que o seu
verdadeiro parceiro era Rui Rio”. Este parágrafo só prova que há uma grande
diferença entre a realidade e as narrativas que têm como objectivo criar a
ideia de que o que parece é, mas não é. Eu esclareço: a narrativa do “diabo”
foi criada pelo PS para dizer que, afinal, o “diabo” não veio. Ou seja, parece
que não veio, mas veio, até porque ele anda aí, mas até parece que não anda; a
outra narrativa, a da “aproximação de Rio ao PS”, tem outros criativos, mas não
deixa de ser mais uma construção de mais um “parece”. Na verdade, nem tudo o
que parece é. Continuo a acreditar que vai ser possível mudar este Estado do
Faz de Conta. E não é só por uma questão de fé! Mas pela certeza de que o
“anjo” vai mudar a política “do que o parece é”, para a política “do que é, é”.
Maria Narciso: A
Resposta a estes Movimentos Autoritários Não é Voltar ao Estudo - Nação - Mas á
Soberania Democrática.
MCMCA > Maria Narciso: Troque por miúdos o slogan
Maria Narciso: Não Há que ter Medo das Palavras :- As Tentativas Têm
sido Muitas para Limitar a Liberdade e Querer Acabar com a Democracia., estamos
a Assistir a Convencer os Não Fascistas a Eleger um Fascista.
A
Democracia tem de Conseguir Integrar a Revolta no Confronto Democrático. A
Resposta a este Fenómeno Populista tem de ser a nível Global. As Lideranças
Politicas finalmente começam a perceber que a Democracia está a Viver um
Momento Difícil.
Antonio Alvim: As Próximas Presidenciais vão ser a altura da Mudança.
Alguém se chegará à frente com o Lema -"Um novo Presidente para uma nova
maioria" e caso tenha sucesso dissolverá o parlamento e promoverá eleições
legislativas,. Será a vertente mais presidencialista do nosso elástico sistema
Presidencial. A que ainda falta experimentar. Será a altura de fazer as profundas reformas
estruturais que o País precisa
Pérolas a porcos > Antonio Alvim: Está a pensar no Costa, ou no Rui Rio...?
Manuel Pinto: Pois assim será, caso se repitam nos próximos actos
eleitorais, a mesma "graça" de 2015. "Fabricar" riqueza,
aumentando a despesa, em vez de a criar trabalhando, Tem sido este, o desígnio
nacional, após a "democracia" importada no tal 1974. A ver vamos,
quando termina a romaria!!!
chints CHINTS: Que pena o governo não ter caído. Assim vão continuar
no roubo, 1 milhão para publicidades, uns milhões para o comendador caloteiro,
outros para o ex pm aldrabão e mais umas coisitas. Foi irresistível, a ideia de
que ainda têm uns mesitos para mais roubos, hein, oh grande governo?
Fernando Prata: Este artigo faz lembrar o pântano de Guterres, que se
avizinha.
Antonio Elias: Ainda vou gostar de ver o Rui Ramos a vir aqui
retratar-se das dezenas de textos contra Rui Rio. Só precisamos de esperar até
Outubro, quando RR ganhar as eleições. Não vos passa pela cabeça que RR ganhará
nas próximas legislativas?
A.N. de Sousa: Oh diabo, vem aí o diabo! O Passos foi-se mas o
Movimento Radical Passista Português - Mais Passista que o Passos (MRPP-MPP)
continua em crescendo!
Felipe Azyral: O Costa Bancarrota ataca em força a oposição do PCP e
BE, esquecendo-se da submissão desses Partidos Irmãos durante os últimos quatro
Orçamentos...!!!!
victor guerra: Rio não vai tão longe no apoio ao governo Costa II
.Resta saber, qual a força eleitoral dos parceiros da geringonça e se o PCP vai
levar já um cartão amarelo
Ana Maia: Interessantes para quem exactamente???? mais uma vez
os trabalhadores privados não vão achar interesse nenhum naquilo que está para
vir, afinal quem paga são sempre os mesmos.
Ahfan Neca: Tempos interessantes são para mim tempos de
progresso e desenvolvimento. O que se perspectiva neste artigo, e com razão, é
a continuação da decadência política, social e económica deste país chamado
Portugal. A parte interessante será a fuga dos ratos. Os ratos do PS, do PSD,
da SIC, do Expresso.
Madalena Barreto: "...a
geringonça, ....reforçou ....a convicção de que os rendimentos não se obtêm
pelo trabalho e pelo investimento, mas junto do poder político, pelo lóbi e pela
greve." Absolutamente de acordo.
Pérolas a porcos: O futuro vai ter instabilidade
e lutas, mas não vai ser nada interessante. Vai apenas ser um lento declínio
até ao próximo Resgate. Aí, é que talvez se torne interessante!!!
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