Há de tudo, bom e mau. A “entrada” na
Europa deu-nos mais estatuto, e sobretudo distribuição de dinheiros, que
possibilitou, entre outras coisas, estudos fora, com bolsas Erasmus, que poderão ou não resultar, mas
ajudam à formação, abrindo portas… Mas possibilitou igualmente os atropelos de
uma corrupção inaudita. Marco
Silva é um dos que discorda da tese de Rui Ramos, este, defensor integral da União Europeia. Mas as razões daquele são igualmente de peso, e convém
rever o que por nós passou, e irá continuar…
Não brinquem connosco /premium
A UE é uma das poucas coisas que resta
do mundo tal como ele era há vinte anos. Poupem-nos por isso aos anúncios
do seu fim que deram cinco minutos de fama a dois políticos de países pequenos.
RUI RAMOS
OBSERVADOR, 03 abr 2020,
No
mundo de agora, há uma coisa de que podemos ter a certeza: todas as crises,
sejam elas quais forem, serão sempre crises da União Europeia. Foi
assim com a guerra do Iraque em 2003, em
que Tony Blair e a “nova Europa” se separaram da “velha Europa”; foi
assim com a crise das dívidas soberanas em
2011; foi assim com o
afluxo de migrantes em 2015; e, agora, com a epidemia do coronavírus. Seja
qual for o motivo da crise, é certo e seguro que uma parte da UE não concordará
com a outra parte, e que toda a gente, muito exaltada, começará a falar do fim
da UE.
Nada disto é verdadeiramente
surpreendente. A UE não
compreende apenas Estados com níveis de desenvolvimento desiguais, mas com
economias e modelos sociais diferentes. As taxas de inflação registadas antes
do Euro, como uma vez explicou Vítor Bento, desenham a fronteira entre duas
culturas, uma de moeda forte, a norte, e outra de moeda fraca, a sul.
Julgou-se, em tempos, que a integração europeia poderia, contra a história,
fazer do continente um bloco homogéneo. Não fez. Serviu apenas para sentar à
volta da mesa países com pontos de vista e interesses contraditórios.
Em 2012, pedia-se muito que nos
deixássemos de moralismos ao discutir a crise das dívidas soberanas. Sim, deixemo-nos de moralismos. Não
falemos do parasitismo do sul, mas não falemos também da mesquinhez do norte.
Admitamos apenas que todos os Estados têm o direito de defender os seus
interesses. A Itália tem o direito de exigir transferências de dinheiro da
Alemanha, e a Alemanha de exigir que a Itália equilibre as suas contas. As
“crises” podem limitar a margem de manobra de um ou de outro para impor as suas
preferências, mas nunca eliminarão as diferenças de perspectiva.
Invocar a “solidariedade”, no meio das “crises”, para ignorar os
interesses dos outros não é sério. Os
políticos e os eleitorados do norte já são suficientemente solidários, ao
prestarem-se a ser contribuintes líquidos da UE. Dir-me–ão: porque a UE é um bom negócio para eles.
Esperemos que sim, que seja, porque só assim a UE pode durar. Mas também não
é um bom negócio para o sul? Por
alguma razão, os políticos e os eleitorados do sul aguentaram as condições da
assistência financeira em 2011. Se fosse melhor estar fora do euro,
teriam naturalmente saído. Não saíram. Cortaram salários e pensões para lá
ficar, e o que recuperaram entretanto, recuperaram-no por esse esforço, mas
também pelo enquadramento europeu, a começar pelas políticas do BCE.
A UE é um bom negócio para todos, porque a circulação de mercadorias,
capitais e pessoas, que a UE viabiliza e regula, é o único meio conhecido de
assegurar a prosperidade do maior número de países – na Europa, como no resto
do mundo. Estados diferentes, com interesses
diferentes, têm este interesse em comum: mercados abertos. Para manter as
instituições que, no continente, zelam por essa abertura, o norte da Europa tem
tolerado as liberalidades do BCE, e o sul tem tentado equilibrar os orçamentos.
A
UE não pode ser mais do que é, mas também não pode ser menos.
Não é o melhor dos mundos, mas há mundos piores.
Neste momento, é uma das poucas coisas que resta do mundo tal como ele era há
vinte anos. Só
porque não tem alternativa, não quer dizer que dure. Por
essa razão, talvez não seja demais pedir que nos poupem aos anúncios do seu fim.
Bem sei que, a semana passada, esse niilismo
apocalíptico deu cinco minutos de fama a dois políticos de países pequenos. Mas
já vivemos com demasiadas dúvidas e incógnitas. Não brinquem connosco. Não
agora.
COMENTÁRIOS
Pedro J.: 5 minutos de
fama?! Ninguém para lá de Badajoz suspeita da existência do António Costa,
salvo um punhado de políticos que lhe aperta a mão em conferências europeias,
mas com dificuldade em lembrarem-se do nome dele. Esta diabrite recente com a
Holanda foi só para consumo interno.
Ana Brito: Com os projectos
de enquadramento da actividade económica nos países membros a UE fez a mesma
coisa que a URSS com a planificação económica: centralizou,
criou dependências e agora não se consegue viver fora dela (nomeadamente, os
pequenos), mas dentro dela também não se vai a lado nenhum. Acho que é isto que
costuma configurar uma rotura de regime e de sistema.
Marco Silva: Boa sorte com
isso. O caro autor ainda não percebeu o objectivo do projecto europeu: - Criar um
superestado federal antidemocrático, onde ninguém vota nos seus lideres E para chegar aí: - Garantir a subserviência dos países
fracos aos países fortes (não sei se sabe, mas graças à UE, antes CEE, Portugal
é OBRIGADO a comprar arroz - por exemplo - de países como Itália ao mesmo tempo
que foi OBRIGADO a destruir a sua própria agricultura) - Acabar com a soberania
de cada país, privando-o de qualquer capacidade de governação pelos governantes
eleitos em cada país.
Todos
os países na UE são OBRIGADOS a cumprir leis feitas pelos comissários europeus
QUE NINGUÉM ELEGE. De resto os orçamentos feitos em cada país pelos governantes
eleitos, são aprovados ou não em Bruxelas.... Isto não é "manutenção de
paz", isto não é "solidariedade", isto não é um "bom
projecto". Isto é uma ditadura em formação. Não esquecer quem manda na UE,
a Alemanha e mais especificamente a Merkel, que ninguém fora da Alemanha
elegeu, no entanto há 3 meses ela fez um discurso onde dizia que a liberdade de
expressão tem de ser limitada, tal qual ditadora que é ou quer ser. O
projecto europeu é uma farsa e nunca foi por causa da
"solidariedade". Foi sim para garantir que os mais fortes (maior
indústria, melhor economia) garantem o seu status, à custa dos mais fracos, que
são obrigados a importar produtos dos mais fortes, quer queiram, quer não e
para garantir isso, só através de um sistema que destrói a soberania de cada
país e que garante que nenhum desses países consiga eleger seja quem fôr, que
realmente manda na UE.
A crise migratória foi o mais perfeito
exemplo disto, onde a ideologia vigente foi mais importante que a vida de
milhares de europeus, que foram mortos, violados, espancados, mutilados pelos
"refugiados" que foram deixados entrar sem restrições e que
transformaram a europa no epicentro do terrorismo mundial. Em 2015 apenas, foram 211 atentados terroristas e até
2020, foram muitas mais centenas, tudo graças à ideologia de quem manda na UE,
que obrigou outros países e fazer o que eles/as queriam. Os que não
fizeram (Hungria por exemplo) são castigados, como demonstração da
"solidariedade" e "democracia" que existe na UE.
De
resto o problema que a UE criou para si mesma com os "refugiados",
ainda não acabou, pois temos a Turquia
a fazer chantagem porque quer mais
dinheiro e literalmente a cometer actos de guerra ao disparar balas de borracha
contra guardas de fronteiras gregos. O que a
UE fez ? Absolutamente
nada. Sabe quem está a ajudar os gregos? Os
húngaros...esses
"malfeitores" aos olhos dos burocratas europeus, que não deixaram
entrar no seu país, milhões de selvagens muçulmanos, que tanto
"sucesso" fizeram em países como França, Reino Unido, Alemanha e
Suécia...A Suécia então adorou os selvagens muçulmanos...é a capital da
europa das violações à custa disso, e só em 2019 foram mais de 100 bombas
explodidas...que bom! Até países
com fronteira com a Suécia tiveram de controlar as suas fronteiras, para tentar
impedir que terroristas saltem da Suécia para esses países. Que maravilha que é
a UE! Portanto, e mais um vez, boa sorte com isso. O projecto europeu tem os dias contados, não tenha
dúvidas, mas claro que não vai acabar já amanhã. Agora com o vírus, da mesma forma que aconteceu com os
"refugiados" (que ainda não acabou), os mais fortes vão continuar
o seu caminho e os mais fracos vão continuar a exigir que os mais fortes lhes
forneçam "dinheiro gratuito".
Já
ficou evidente a descoordenação e incompetência com a questão das fronteiras,
onde todos criticavam quem fechava fronteiras e proibia tráfego aéreo (como fez
Trump), mas a Alemanha fecha as suas fronteiras (pois a
Alemanha faz o que quer, sem pedir nada a ninguém) e a partir daí já muitos aceitam que se calhar fechar
fronteiras até não é mau, pois se quem manda na UE o faz, eles também podem
fazer. E mesmo assim, isso não impediu a Úrsula, presidente não eleita da
comissão europeia, de criticar quem o fez...isto apesar de ser óbvio que manter
fronteiras abertas e não restringir movimento, é garantir que a infecção não é
controlada de modo algum. Mas na UE a ideologia é mais importante que a
vida e saúde dos europeus, pois o objectivo do projecto nada tem que ver com
uma "união" mas sim os sonhos megalómanos de fanáticos
da globalização, que
recebem milhões de interesses chineses e do médio oriente (por exemplo)`em
detrimento dos europeus. Os exemplos
são muitos e fazem parte da história. Não podem ser negados, ou pelo menos não
devem ser negados por pessoas minimamente inteligentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário