quarta-feira, 1 de abril de 2020

Para o ano haverá mais



Tem sido assim e todos lhe ficam gratos, não só pelos descritivos sóbrios e vivos, como pelas reflexões intercaladas, de um humor feito de conhecimento, experiência e, naturalmente, sentido crítico. Uma canção mexicana - Malagueña salerosa – que o Trio Odemira também cantou, é posta aqui, no final, em agradecimento ao Dr. Salles, pelo que nos vai enriquecendo com o mundo variado dos seus passeios de cruzeiro, embora, mas exigindo denodo.


POR TORDESILHAS ALÉM… - 12  -  O FIM DA PICADA
HENRIQUE SALLES DA FONSECA      A BEM DA NAÇÃO, 31.03.20
Vão-se os anéis mas fiquem os dedos. Prescindimos das excursões e de mais uns dias de hotel mas conseguimos antecipar o regresso: de início, previsto para 22 de Março, antecipado pela própria companhia aérea para 21 e, finalmente, antecipado pela nossa agência de viagens em Lisboa para 18.
Mas como nestes tempos que correm, o que é verdade agora pode não o ser amanhã, só acreditávamos que viríamos no dia 18 depois de sentirmos os motores do avião a trabalhar. Significaria isso que tinha sido dada autorização para aterrarmos no destino, Madrid. Portanto, na dúvida, fui informando a nossa Embaixada no México de que, eventualmente, poderíamos vir a necessitar de ajuda oficial para o repatriamento. Tudo correu como desejávamos e não foi necessário incomodar a Embaixada. Voo sem história aeronáutica – apenas uns ligeiros tremeliques horizontais – mas em que apenas foi servido o jantar; quem quisesse pequeno almoço, que o pagasse.
Pesado, o ambiente a bordo: silêncio de quem não sabia o que iria encontrar no destino; parecia um voo de resgate de refugiados, a evacuação de sobreviventes de um cataclismo. Nós os quatro sabíamos que tínhamos um carro à nossa espera numa determinada empresa de aluguer de automóveis em Barajas. Mais: carro com matrícula portuguesa para facilitar a passagem da fronteira no Caia, com capacidade para quatro adultos que gostam de comodidade e bagageira capaz de conter oito malas. Aluguer sem condutor, eu sem visão para poder guiar, o Pepe, mal dormido no avião, teve que alinhar com mais seis horas ao volante. Heróico!
Auto-estrada contínua de Barajas a Lisboa, diziam-nos que haveria controlos policiais cada 10 kms e que no Caia a fronteira fechava às 8 da noite para só reabrir às 6 da manhã com fila interminável. Tudo mentira, tenho por terroristas as pessoas que lançam essas atoardas. Pouco trânsito de pesados e menos ainda de ligeiros, não houve um único controlo policial, no Caia não havia qualquer fila, exibimos os passaportes através dos vidros fechados e, sem delongas e com uma certa cordialidade, fomos mandados entrar no nosso país. Viemos a saber que a fronteira está aberta 24 horas por dia. Eram quase 7 da tarde do dia 19 de Março quando metemos a chave à porta de casa.
Para desgosto dos dependentes das negatofinas (as endorfinas negativas) que, sob a capa da amizade e da protecção, fazem a vida dos mais sensíveis num inferno, chegámos sem dramas nem outro constrangimento que não o cansaço físico, não psíquico. Como dizem os franceses, «tout va bien» quando «finit bien».  FIM
Março de 2020  Henrique Salles da Fonseca
COMENTÁRIOS:
Francisco G. de Amorim, 31.03.2020: Bravo. Óptimo. Abraços
Adriano Miranda Lima, 31.03.2020: Sim, felizmente tudo acabou bem, sem os atropelos e as inquietações com que alguns viajantes tiveram de se confrontar na etapa derradeira do seu périplo.
Valeu a pena ter acompanhado e lido estes relatos, que na pena do Dr. Salles constituem deliciosas aulas de Literatura, História e de Geografia nas suas diferentes vertentes, nomeadamente na económica e na política. Que o Dr. Salles tenha muita saúde e mantenha a sua notável jovialidade para continuar as suas viagens pelo tempo fora da sua vida. E que este vírus desapareça o mais depressa possível para que retomenos os nossos hábitos normais de vida.
Henrique Salles da Fonseca, 31.03.2020: Sejam bem-vindos, Graça e Henrique. Um abraço José Montalvão
Henrique Salles da Fonseca, 31.03.2020: Obrigada por toda a informação que foi partilhando durante a viagem, que nos permite, também, voar para outros territórios desconhecidos. Desejo que este período, um pouco adverso, em que temos de lidar com um intruso (hospedeiro invisível), seja passado com saúde e estabilidade. Um abraço Benilde Tomaz Fonseca
NOTAS DA : Wikipédia, a enciclopédia livre.
Malagueña salerosa
Origem: Malagueña salerosa, ou somente La malagueña, é uma canção popular mexicana que ganhou notoriedade a partir de 1947, sendo atribuída aos compositores Elpidio Ramírez e Pedro Galindo Galarza. Conhecida internacionalmente, a canção foi registrada em pouco mais de 200 regravações por artistas dos mais diversos gêneros musicais. Apesar da atribuição a Ramírez e Galarza, sua autoria é contestada por outros  Malagueña salerosa é atribuída aos compositores huastecos Elpidio Ramírez e Pedro Galindo, publicada pela Peer International em 1947, apesar do compositor mexicano Nicandro Castillo questionar a validade desta autoria. Castillo afirma que:
O assunto é controverso por Nicandro Castillo escreveu que diversas melodias huastecas, que em décadas passadas eram conhecidas como huapangos, compostoas por Elpidio Ramírez, Roque Ramírez e Pedro Galindo, eram na realidade canções anônimas como no caso de "Cielito Lindo" e "La Malagueña", que como outras canções, estavam em domínio público, compostas muito antes da construção da catedral de Huejutla.
No entanto, entidades reguladoras de direitos autorais no México asseguram que Galindo e Ramírez sejam os autores incontestáveis da obra:
La malagueña, canção que Pedro Galindo criou em co-autoria com Elpidio Ramírez Burgos, têm sido uma das canções mais reconhecidas mundialmente, participando recentemente da trilha sonora do filme Kill Bill, de Quentin Tarantino, e uma das melhores regravações pelo grupo Chingon.
Letra
Malagueña Salerosa
Canção de Avenged Sevenfold
Qué bonitos ojos tienes
Debajo de esas dos cejas
Debajo de esas dos cejas
Qué bonitos ojos tienes
Ellos me quieren mirar
Pero si tú no los dejas
Pero si tú no los dejas
Ni siquiera parpadear
Malagueña salerosa
Besar tus labios quisiera
Besar tus labios quisiera
Malagueña salerosa
Y decirte niña hermosa
Eres linda y hechicera
Eres linda y hechicera
Como el candor de una rosa
Si por pobre me desprecias
Yo te concedo razón
Yo te concedo razón
Si por pobre me desprecias
Yo no te ofrezco riquezas
Te ofrezco mi corazón
Te ofrezco mi corazón
A cambio de mi pobreza
Malagueña salerosa
Besar tus labios quisiera
Besar tus labios quisiera
Malagueña salerosa
Y decirte nina hermosa
Eres linda y hechicera
Que eres linda y hechicera
Como el candor de una rosa
Y decirte niña hermosa
 Fonte: LyricFind Compositores: Elpidio Ramirez / Pedro Galindo Letras de Malagueña Salerosa  Peermusic Publishing, Carlin America Inc



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