quinta-feira, 9 de abril de 2020

Eu, é mais doces



O Dr. Salles vai em socorro das vítimas das vizinhas sabedoras e bem-intencionadas que alertam sobre os desastres que as facilidades de conhecimento hoje transportam, vindas nas ondas magnéticas de que as tecnologias se servem para nos elucidar, simultaneamente pela imagem, pelo som, pela escrita – vai em socorro, dizia, cavalheiresco, das massacradas dos avisos pestíferos, por convite garboso para a dança com a vizinha esclarecedora, que logo troca o esclarecimento mórbido, pelo sorriso derretido da endorfina sensual. - A minha endorfina, palavrão recente para mim, em tempo de coronavírus enclausurante, perdoe-se-me o aparte, é mais a deglutição de doçuras, que têm efeito desastroso pelo arredondamento da minha figura. - Mas do que este texto de Salles da Fonseca me fez lembrar, foi da sátira “A Função” de Nicolau Tolentino, em que o poeta bonacheirão invectiva a sua Musa aparentemente crítica, (embora muda e inocente) - segundo o modelo convencional vigente na época - para traçar um quadro malandro e perspicaz de uma sociedade que se reúne e se diverte, caso da donzela sábia e pedante, (como já Molière a satirizara, nas suas “Femmes Savantes”), ou da que se bamboleia em dança sensual, defendida pelo poeta com aparente bondade: «Se Márcia se bamboleia / Neste inocente exercício / Se os quadris saracoteia / Quem sabe se traz cilício / E por virtude o meneia?»
«Foi por meu braço levada / Uma das ditas donzelas / Feia mas a estudos dada; / E sobre doutas novelas / De tenros anos crivada.
«Levantou sábias questões / Que ela mesma resolveu / Fez profundas reflexões / E por fim me prometeu / Ler-me as suas traduções.
“Jurou que aprendeu Gramática / E que hoje os livros não fecha / Da infalível Matemática / E quer ver se o pai a deixa /Ir na Máquina aerostática.»…
Duma forma brincalhona embora crítica, se diverte, também, Salles da Fonseca na sua clausura forçada, como a da maioria de nós.
HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 08.04.20
Hoje, nestas viagens na minha casa, dei por mim no Reino da Semântica a pensar nas endorfinas.
Descobertas em 1974, as endorfinas são hormonas produzidas no cérebro e que condicionam os impulsos eléctricos entre as sinapses. São 20, as conhecidas e produzem um efeito positivo no comportamento da pessoa. Positivo?
- Oh vizinha! Cuidado com o vírus. É muito perigoso, está a matar centenas de italianos.
- Sim, prima! Morrem às centenas todos os dias e já está em Espanha.
- Colega, venha para casa que isto é mesmo um surto pandémico descontrolado.
- Parece que vamos ter que beber o remédio p’rós piolhos…
- Vão morrer todos! – os outros, ela não.
E as pressurosas rodeiam a vítima já quase estrebuchante com artes de aviso protector mas, na realidade, querendo apenas o protagonismo de super informadas e muito amigas. Deliciam-se com a morbidez, tremem de pavor depressivo, enchem-se de negatofinas, as endorfinas de efeito negativo que eu acabo de inventar e de mandar para a Semântica.
Mas há que salvar a vítima do assédio mórbido e do estado caótico em que, entretanto, caiu. Chamo de lado a pressurosa mórbida mais próxima e digo-lhe: - Oh minha Amiga! Venha cá que eu tenho uma história para lhe contar. Então, quando ela se chega, pego-lhe na mão, ponho-lhe o braço pelas costas e damos três ou quatros passos de dança ao som da música que soa em fundo. Desprevenida, solta um AAHH! e logo ali as negatofinas se evaporam e dão lugar à adrenalina, à naftalina ou mesmo à musicofina. Felizmente, a música acabou.
Fim do drama, salva a vítima, cai o pano rapidamente.
É isso: assim como Judas foi denunciado na Quarta feira Santa, também este terrorismo tem que ser abanado e transformado em música.
Amanhã há mais
(continua)
Abril de 2020  Henrique Salles da Fonseca

NOTAS ( extraídas da Internet)
O que é endorfina? Aprenda 6 formas de estimular esse hormônio no organismo
A endorfina é costumeiramente relacionada às atividades físicas, porém, ela pode ser estimulada em simples hábitos do dia a dia. Descubra como e os seus efeitos!
Felicidade, bem-estar, prazer, bom humor... Endorfina! Embora seja sempre relacionada às questões físicas e às prática esportivas, ela também pode aparecer em outras atividades normais da rotina. Por isso, conheça o seu corpo. Veja algumas maneiras de aumentar os efeitos desse hormônio no nosso organismo e como estimular a substância de forma natural e saudável.
Durante e após a prática de uma atividade física, a sensação de bem-estar logo aparece quase que instantaneamente. Esse sentimento se dá pela produção da endorfina, um hormônio natural produzido pelas reações do nosso cérebro. Segundo a nutricionista esportiva Carolina Xavier, a endorfina possui um efeito de analgésico, aliviando as tensões musculares, controlando a dor e regulando a liberação de outras substâncias importantes para o bom funcionamento do organismo:
Endorfina é um neuro-hormônio produzido no organismo pela glândula chamada hipófise. O nome significa que endo(interno) mais morfina(analgésico). Ela é liberada para o sangue juntamente com outros hormônios como o GH (hormônio do crescimento) e o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) que estimula a produção de adrenalina e cortisol. A substância também atua no humor, amenizando o estresse, ansiedade e depressão", explica a profissional destacando algumas maneiras de aumentar a produção do hormônio no organismo:
6 maneiras saudáveis de produzir endorfina
Além da principal forma, que é a prática regular de atividades físicas, outras atividades prazerosas também podem ajudar na liberação da endorfina. As práticas vão desde um simples sorriso ao contato com a natureza, confira:
1 - Comer: A ingestão de alimentos que te deixam alegres, seja uma comida da sua avó, um tablete de chocolate ou seu prato favorito também favorece a liberação do hormônio. Isso acontece porque ingerimos alimentos que nos trazem lembranças boas e ainda proporcionam bem-estar, fazendo com que nosso cérebro libere a endorfina.
2 - Dar e receber carinhos: Beijos, abraços, carícias... não tem quem não goste! Por isso, quando nos sentimos amados ou transmitimos esse sentimento a outrem, liberamos bons níveis do hormônio do prazer e da alegria. Afinal, é impossível não se sentir bem quando estamos perto de quem amamos, não é?.
3 - Sorrir: Dar boas gargalhadas, se divertir ou contar uma piada entre os amigos torna o dia mais leve e menos estressante! Por isso, uma simples risada no meio do seu dia pode também colaborar com a liberação de endorfina do nosso cérebro, trazendo a sensação de felicidade e bem-estar.
4 - Ter relações sexuais: A intimidade, a troca de carícias, o próprio ato sexual faz com que nos sintamos bem, amados e quistos! Durante e após o sexo, a endorfina é liberada, melhorando quase que instantaneamente o nosso humor, diminuindo as tensões do dia a dia e consequentemente reduzindo os efeitos do estresse no nosso corpo.
5 - Entrar em contato com a natureza: Em um passeio no parque, um mergulho no mar ou uma caminhada perto de árvores e flores, já notou como o nosso humor muda? A natureza tem o dom de acalmar, relaxar e trazer boas sensações para o nosso dia, todo esse sentimento causado atua na liberação do hormônio no organismo, trazendo essa sensação de leveza e tranquilidade.
6 - Receber uma massagem: Relaxar, abstrair os problemas e apenas sentir os movimentos das mãos e do toque no nosso corpo. Tirar as tensões dos músculos, pensar em coisas boas e assim, tornar a massagem mais um álibi para a produção da endorfina, trazendo a sensação de bem-estar, reduzindo o estresse e acalmando nossos dias.
A falta da endorfina: O que pode causar?
Segundo a nutricionista Carolina Xavier, quando os níveis do hormônio estão baixos, alguns sintomas podem ser logo notados: "Pode causar dependência e as sensações desagradáveis como desconforto, irritabilidade, ansiedade, depressão e alteração de humor podem ocorrer em praticantes que deixaram de se exercitar, por exemplo. É um quadro similar a síndrome de abstinência causada por algumas drogas ao terem seu consumo interrompido abruptamente", explica a profissional.
Sem exageros - Principalmente para os praticantes de exercícios físicos, a nutricionista alerta: "Não existe um tempo de exercício pré-determinado a partir do qual a endorfina começa a ser liberada mais intensamente. Por isso deve ter um cuidado para não exagerar no exercício que pode sobrecarregar o corpo", finaliza.
A nutricionista Carolina Xavier é pós graduada em nutrição esportiva e estética e maiores dicas e informações podem ser conferidas no seu blog: www.transbordesaude.com


Nenhum comentário: