segunda-feira, 20 de abril de 2020

Quem dera que todos fôssemos assim



Inteligentes, honestos, sensatos - como parece ser este jovem, Francisco Castro Silva: um nome a reter, para um futuro necessário para o nosso país. Os comentadores – na sua maioria, explicam.
Isto é que é repugnante
Nós, os portugueses, por causa da dívida que carregamos, precisamos de uma autêntica vaca voadora. Eles, os holandeses, que até são contribuintes líquidos da UE, não precisam. Isto é que é repugnante
FRANCISCO CASTRO SILVA, Estudante no Master in Finance na Faculdade de Economia da Universidade do Porto
OBSERVADOR, 05 abr 2020, 00:1641
Neste texto vou apresentar-vos uma aventura histórica de um líder nato. Um político flexível, o único que consegue agradar a gregos e a troianos. Consegue também agradar aos lusos, esse povo difícil de cativar. No mais recente campo de batalha europeu, batalha esta que substitui cabeças a rolar, pontes a cair, igrejas em chamas e tanques a desembarcar, por uma videochamada com instruções para manter o micro desligado para não se ouvir ruído, surgiu então o nobre lusitano para defender esta ocidental praia e seus históricos aliados contra os palavrões repugnantes do agressor neerlandês. Vamos então tentar avaliar este episódio que segundo a aparente opinião pública, dá a vitória ao paladino português, com honras de ser recebido em casa da Cristina.
Cá vai então uma opinião impopular: apesar de alegadamente repugnantes, as palavras de Wopke Hoekstra parecem-me razoáveis. Antes que me retirem a nacionalidade e me expropriem os bens, eu passo a explicar o meu ponto de vista. Não ouvindo, mas admitindo que as palavras dele foram num tom incendiário, é algo a reprovar pelo momento delicado que todos passamos. Mas retiremos as palavras do senhor do contexto hiperbolizado pela extrema sensibilidade em que toda a gente se encontra e vamos por partes. O ministro das finanças holandês vem de um país onde o governo é liberal. E já aqui, temos de fazer uma pausa para entender a palavra mais misteriosa das últimas semanas — talvez meses — desde que foi eleito um deputado liberal no parlamento português. Liberal significa, em termos bem simples, que o que se pretende é uma participação diminuída do Estado na economia e nas regras da sociedade.
Penso que é aqui que as dúvidas surgem: diminuída não significa inexistente. Nem fraca, antes pelo contrário. Se é verdade que, ao contrário do Estado, os mercados geralmente ajudam a alocar mais eficientemente os recursos entre as pessoas conforme as suas necessidades, também é verdade que isso não é indiscutivelmente sempre o caso. E é isso que distancia um liberal de um socialista ou de um libertário. É reconhecer que, para a generalidade dos casos e das interacções entre pessoas (até na saúde), é bom haver propriedade privada e preços, mas que há alguns casos onde isso simplesmente não basta para se atingir um maior bem-estar. Então em casos de saúde pública está encontrada uma excepção à intervenção meramente privada. Em casos de crise económica também. Quando há crises é preciso o Estado intervir. Um facto com um ponto final assumido com todo o orgulho e naturalidade pelos liberais. Não percebo então como é que um líder tão sábio e tão bom para as suas gentes confunde Iniciativa Liberal com Iniciativa Estatal. Mas vamos desculpar, podia só estar cansado das suas batalhas contra as ameaças externas.
Voltando à Holanda, a sua resposta às crises e desempenho nos períodos de expansão económica é interessante e bate certo com a teoria liberal: simplesmente, em tempos de crise, a Holanda aumenta a dívida relativamente à produção de riqueza e em tempos de prosperidade económica global diminui. Simples. Quando voltam os períodos sombrios, a Holanda volta a investir nos serviços públicos para fazer face à iminente miséria que sabemos bem que uma crise económica significa. Quando passam as trevas, o Estado sai de cena e deixa as pessoas fazerem as suas escolhas e terem as suas próprias iniciativas, libertando-as dos fardos tanto de um governo gordinho, como de empresas lobistas bem alimentadas.
Olhando para Portugal, Espanha e Itália — os novos aliados contra os cruéis nortenhos — vemos que, desde a última grande crise, assertivamente aumentam a despesa pública tal como mandam os manuais, mas nos tempos de prosperidade que se seguiram parecem não fazer muito para descolar o Estado da vida económica, ou se o fazem, fazem-no “poucochinho” como diria o nosso guardião. Assim pelo menos indicam os níveis de dívida pública/PIB. Inclusivamente, até o nosso guarda-Costas reivindica ter virado a página da austeridade sozinho, qual Hércules das Finanças Públicas, e lançado o país para uma estabilidade económica olímpica, nunca vista, apoiado apenas com a sua clava, o Estado claro. Começa a ficar então cada vez mais razoável a declaração de Wopke Hoekstra, pois parece que o Estado de uns anda a poupar em tempos bons para enfrentar tempos maus e o Estado de outros anda a gastar em tempos bons e a estender a mão em tempos maus. Umas cigarras e outras formigas, portanto.
A situação ainda se agrava mais quando vemos quem são os contribuintes e beneficiários líquidos dos fundos comunitários da União. Talvez com surpresa para alguns com o sentido de justiça social mais apurado nos últimos tempos, a Holanda posiciona-se no topo dos contribuintes líquidos: paga mais do que o que recebe. Já Portugal, sem surpresa, posiciona-se confortavelmente entre o topo dos beneficiários líquidos: recebe mais do que o que paga.
Numa altura em que a solidariedade deveria reinar, deveria imperar também a capacidade de nos colocarmos nos pés não só dos nossos compatriotas, mas também nos dos nossos concidadãos europeus. E com isto não estou a querer dizer que este é o momento para consolidar as contas públicas e apertar o cinto da austeridade. Pelo contrário: este é o momento de investir fortemente (e mais importante até, inteligentemente) na nossa economia e nos nossos serviços públicos para termos uma recuperação mais suave. Mas ao mesmo tempo não podemos descartar a hipótese de os holandeses sentirem que os nossos governantes cantam muitas cantigas de punho erguido durante o verão, porque sabem que no inverno serão resgatados com a mão estendida. O que diríamos nós se estivéssemos na mesma posição? Infelizmente para nós, o que o nosso herói não nos diz é que não estamos em posição para aumentar a nossa despesa. Estamos até numa posição tremendamente desconfortável, estando no top-10 dos países relativamente mais endividados do mundo. Muito provavelmente, depois desta quarentena vamos acordar para uma realidade conhecida e ameaçadora. Significa o que estão a pensar: Troika. Significa o que temem: austeridade. Isto não nos diz Costa.
Quem nos dera a nós que Costa não fosse forçado a estender a mão à procura da única solução que lhe, nos, pode salvar a pele: a emissão de dívida conjunta pela União. Uma solução que não vai acontecer sem consequências para a nossa soberania orçamental e fiscal. Porque desengane-se que as formigas europeias aceitam tal partilha de risco sem exigir que aqui as cigarras abram mão da sua gestão do país. Não gerimos bem a bem, gerimos bem a mal. E se os Venturas já crescem sem intervenções externas na nossa economia e no nosso dia a dia, que será quando tivermos ainda mais fortes restrições impostas pelos estrangeiros. Isto não nos diz Costa.
Quem nos dera a nós que durante estes últimos anos tivéssemos ganho margem para agora podermos com ou sem ajudas recuperar as nossas empresas, os nossos empregos e enfim, o nosso País. Perdemos a maior oportunidade que nos foi dada. A instalação da Geringonça levou-nos a um previsível beco sem saída, à construção de um frágil castelo de cartas em que só bastava uma rajada de instabilidade da janela exterior para se desmoronar. Mas isto, Costa, mesmo sabendo desde o início, não nos disse.
Nós, os portugueses, precisamos de uma autêntica vaca voadora. Eles, os holandeses, não precisam. Isto é que é repugnante.
COMENTÁRIOS
Maria Narciso:
Sem o Contributo dos trabalhadores de outros Estados - Membros da UE em sectores diversos, a Economia Holandesa não poderia funcionar. Sem fazer Discursos Repugnantes , a Alemanha já se ofereceu para receber doentes da Holanda com Covid 19 nos seus Hospitais. Este - SIIM - É um Discurso Repugnante que decididamente tal como o do Ministro Holandês - Não Deve ser Repetido , correndo Sérios Riscos de o Planeta Deixar de ser um Lugar Bonito para se Viver.
Paulo Gálatas: Repugnantes, mesmo, são os paraísos fiscais. Não são nem formigas (porque não fazem nenhum), nem cigarras (porque fartam-se de ganhar). São mais parecidos com baratas, que metem nojo e roubam de toda a gente. Ah, é verdade: a Holanda é um paraíso fiscal...
Miguel Fonte: Pois! Infelizmente é verdade. A crise vai passar e nada vai mudar, e se for é para pior.
fernando fernandes: Gostei de ler. Se fosse em holandês... Mas há algo que me atormenta... A 1ª vez que falimos, a culpa foi do antigo regime que pagava mal. Os sindicatos exigiram mais, nacionalizou-se mais ainda, deu-se cabo da agricultura e a coisa melhorou bastante... Os ordenados subiram e o ouro do BP foi sumindo porque não era preciso. A 2ª vez a coisa esteve a cargo dum bébé-chorão e a culpa era do clima... da senhora do lado e a incapacidade dos outros em compreenderem como somos bons, diria muito bons. Tão bons que o tipo foi para um poleiro cheio de toucinho e bolos doces... A 3ª vez, foi por mão dum tipo muito esperto, muito letrado, muito escorregadio. Mas na verdade, a culpa era dos outros, americanos e companhia Ldª. Agora, se não me engano, é a 4ª vez que temos de encontrar um atributo para novo descalabro. A coisa já estava feia. Havia uns tostões a mais no Orçamento, mas também havia milhões para pagar a fornecedores cá da casa e aos de fora, são tantos zeros que pouco se sabe como o contabilizar em notação europeia... Mais uma vez e porque os coitados dos socialistas têm sempre a árdua tarefa de encontrar as desculpas, esperemos que poupem os americanos, os holandeses e culpem (como anteriormente) algo que a malta tenha dificuldade em ver e reclamar... um vírus p.e.
Miguel Sousa: Excelente! Vindo de quem fosse, mas ainda por cima de alguém tão jovem é mesmo impressionante conseguir fazer uma análise tão perfeita em tão poucas linhas - todos os portugueses deveriam ser obrigados a ler este texto.
José Barros: Muito bem. Um óptimo texto. Quando a austeridade chegar, que sejam outros a gerir a paróquia. O Salva- Costas não diz, como Sócrates nunca disse. Mesmo depois de ter assinado o "acordo de ajuda externa" continuam a pensar que o PEC 4 ( ?) é que seria a solução. Quem não vê aqui o enredo paradigmático do filme "Os Parasitas"?
Antonio Ferreira: Excelente artigo, muitos parabéns pela visão lúcida, inteligente, frontal e séria, realista. Portugal precisa muito , muito de jovens a agitarem mentalidades e a despertarem consciências. Vais ter sempre gente a criticar, a dizer mal, por preconceito e cegueira ideológica, A maioria da gente que sempre dependeu do Estado e continua a depender para viver....Força, estás no caminho certo. Portugal precisa muito de jovens como tu, corajosos, sem MEDO e com uma visão mais moderna, de crescimento e prosperidade para Portugal. Não temos de continuar a ser um país pobre. Os países não nascem ricos ou pobres, fazem-se, constroem-se! Portugal precisa de reformas estruturais sérias, corajosas, duras, profundas, mas este Governo socialista não tem coragem para isso, para não perder votos do seu eleitorado, sobretudo da Função Pública, puro exercício de sobrevivência politica. e manutenção do poder. O País é secundário nas suas prioridades !
Fernando Ribeiro: Este artigo aponta EXACTAMENTE o nosso problema de curto prazo: o fim da ilusão e o regresso da austeridade. Não surpreende quem é intelectualmente honesto. No tempo das vacas gordas, gastámos o que produzimos e, como se não bastasse, ainda nos endividámos. Chegado o tempo das vacas magras, agarramo-nos ao que temos, a dívida. 3 bancarrotas em meio século, maior crise financeira desde 1929 e... não aprendemos NADA! Caramba! Que mais se pode dizer?
Paulo Silva > Fernando Ribeiro: Meu caro, mas como poderemos aprender algo se fomos há décadas infectados pelo vírus do socialismo em doses cavalares?… Aqui coisas como ‘empreendedorismo’ ou ‘mercados’ continuam a ser anátemas, prevalecendo nos espíritos o “maná caído dos céus”. Na Holanda não...
José Dias: Espero sinceramente que vão aparecendo mais "fedelhos" de igual calibre ... e que não desistam!
António Queirós: Gosto de ver fedelhos a escreverem bem, desassombrados e com ideias próprias. Só espero que sejam fortes para evitar forças das circunstâncias que desviam a acção. Obviamente tem razão. Tenho vergonha destes nossos políticos. Mas a responsabilidade é também de quem vota. É mais ainda, de quem não vota.
Ahfan Neca: Destaco: "Começa a ficar então cada vez mais razoável a declaração de Wopke Hoekstra, pois parece que o Estado de uns anda a poupar em tempos bons para enfrentar tempos maus e o Estado de outros anda a gastar em tempos bons e a estender a mão, em tempos maus. Umas cigarras e outras formigas, portanto." Para os holandeses é bem capaz de ser repugnante terem de aturar as cigarras do costume. É só isso.
António Coimbra: Repugnante é na falta de argumentos começar a descompor os outros por qualquer característica pessoal e etária. VERGONHA! Excelente artigo que concordo na íntegra e assino por baixo. Que maravilha ter nas camadas mais jovens da população gente tão lúcida sobre o que é o nosso pais e as gentes que o governam, infelizmente impreparadas, demagogas, mentirosas, que apenas gerem o país em função do parecer e não do ser. Quando há uns anos o PPC avisou que o diabo um dia vinha aí nunca ninguém imaginou que viesse nesta dimensão de um vírus, mas todos, os economicamente responsáveis, sabiam que o país não podia ser gerido como o foi nos últimos 5 anos, cativando, escondendo buracos, degradando serviços e aumentando a dívida pública, apesar de nos venderem que ela estava a descer relativamente ao PIB, quando crescia em valor absoluto. No final deste ano vai ser fácil fazer as contas e ver, com o desastre do nosso PIB de 2020, que esse argumento já não colhe... Infelizmente estamos nas mãos de gente que não governa nem sabe governar mas o povo com umas esmolas dá-lhes o voto. Detestaria a perda de soberania para países economicamente responsáveis na gestão dos dinheiros, mas beggars can't be choosers e nesta fase do campeonato talvez seja a solução para efectuarmos as reformas estruturais necessárias.
Voto Em Branco > António Coimbra: perfeito comentário
Paulo Silva > António Coimbra: Com o socialismo no poder, (e aqui não me refiro somente aos partidos de esquerda, mas ao ‘ar’ fétido que respiramos há décadas), baixar a dívida em valor absoluto será sempre extremamente difícil, senão impossível. Para começar porque “as dívidas não são para pagar”, e depois porque o nosso Estado social foi desenhado ao contrário, (vide Lei de Wagner), e os seus zelosos guardiões tudo fazem para que no espírito dos portugueses isto esteja correcto: primeiro todos os direitos e mais alguns, só depois os deveres e as obrigações, se vierem... Oxalá nunca! (o problema é que vêm sempre). A riqueza é distribuída sob a forma de salários, lucros e rendas, mas os socialistas querem redistribuí-la sob a forma de impostos e subsídios. Mas só se (re)distribui o que há. Para bom entendedor… Mais do que reformado, (o conceito de reformismo também têm que se lhe diga), o regime deve ser reconstruído a partir da sua base ideológica e da mudança das mentalidades, meu caro.
Franco Claro > António Coimbra: PPC falou verdade. Antes de 2015 dizia que Portugal ainda não estava a salvo. Que seriam precisos muitos anos para recuperar da bancarrota socialista. que a devolução de rendimentos teria que ser gradual para permitir que todos, todos os portugueses e não sempre os mesmos, pudessem recuperar o nível de vida antes da crise. Cinicamente o Salvador Costa disse na assembleia que tinha tido uma herança péssima do governo de PPC. Se a herança era assim tão má, porque foi com tanta sede ao pote? se era assim tão má, como foi possível inverter todas as medidas que o governo de PPC tomou? Havia dinheiro, estávamos a começar a poder respirar. Agora quem vai novamente pagar o pato? O socialismo empobrece, mas antes dá uma ilusão de riqueza a que ninguém resiste. teremos sempre os holandeses, alemães, franceses, finlandeses, noruegueses para nos alimentar. quero ver esta gente a ter que aplicar as medidas que forem precisas. a todos, todos.
Paulo Silva: Caro Francisco, lembro nos anos da troika assistir às epifanias de ilustres tribunos da nossa praça quando davam de caras com o keynesiano princípio do “Estado gastador em tempos de crise”. Como se contorciam e soltavam ais chorosos pela alma do liberal Maynard Keynes. Pena que nunca tenham descoberto a outra metade do princípio enquanto se gastou à tripa forra durante 40 e tal anos… Apenas em 2019, e pela primeira vez, se conseguiu registar um superavit orçamental. Tinha de ser com o PS. Só assim era permitido. Mas, azar... veio o Covid e transformou o feito de Costa, do Ronaldo das Finanças y sus muchachos numa pífia e pírrica vitória. Tivessem superavitado mais vezes! Mas vamos àquilo que considero ser o tema essencial do artigo.
Meu caro, o Liberalismo pode ser muita coisa, mas deve ser visto no contexto da sua origem. Um combate ao Estado todo poderoso absolutista condensado na frase atribuída a Luís XIV: L´État, c’est moi! Os socialistas, i.e., a esquerda em geral, (à excepção dos anarquistas obviamente), tomam o Estado como seu e isso gera confusão e dúvidas em muitos. Inclusive naqueles em quem não devia. Caem na armadilha de que defender o Estado é ser-se de Esquerda, e o contrário de Direita. Não podiam estar mais errados. A menos que julguem que o Rei-sol era de esquerda… O Estado não é património exclusivo da Esquerda, e esta não pode fazer o que quer com ele. Mas tenta. O Estado é uma instituição milenar e os primeiros exemplos surgem na passagem do estádio do caçador-recolector para a Agricultura nas sociedades complexas. Não é, portanto, criação da Esquerda nem da Direita políticas. Mas a esquerda de inspiração marxista olha para o Estado com cinismo. Isto é, eu explico, o Estado não serve para defender todos os indivíduos, ou a comunidade, é antes o instrumento de dominação de uma determinada classe sobre outra, ou sobre as demais. No esclavagismo seria o instrumento de domínio do senhor sobre o escravo. No feudalismo, do senhor feudal sobre o servo. No ‘capitalismo´ da burguesia sobre o proletariado… Na fase de transição conhecida por socialismo, (a passagem do ‘capitalismo’ para o comunismo), a relação inverte-se e passará o proletariado a mandar e a dominar sobre a classe burguesa– é a famigerada “ditadura do proletariado”. Esta dialéctica irá acabar finalmente com o antagonismo de classe e a necessidade do Estado. Chega-se ao estádio final e derradeiro – o Comunismo. A “luta de classes” terminou e o Estado desapareceu. Portanto a doutrina marxista prevê o fim do Estado num futuro, embora entretanto precise dele. O apego da Esquerda ao Estado é completamente interesseiro e cínico. Vê-se nas suas atitudes diárias, mas até na doutrina. A Direita não-anarquista nunca anteviu num horizonte longínquo, nem próximo, o fim do Estado. Este é uma estrutura fundamental na coesão e no desenvolvimento da comunidade nacional. E é o último bastião dessa coesão nos momentos mais graves e difíceis. Não se compreende a assoberbada e mal-educada resposta do PM ao deputado do João Cotrim Figueiredo quando este só pedia do Estado aquilo que é devido. Ao invés um estatista devia regozijar-se, mas parece que afinal o Estado é só para si e amigos... Passados uns dias Costa vem ao microfone vilipendiar o ministro holandês Vopke Hoekstra para defender a honra da geringonça à espanhola da dupla Sánchez e Iglesias. Tudo isto repugnante. Isso sim.
Rui Lima: O bom tempo serve para reparar o telhado para resistir quando chegar o vendaval. Que fizemos no 35 horas para funcionários públicos, aumentos para a elite e os mais bem pagos. Leres as promessas eleitorais da última campanha eleitoral em Itália, num país super endividado, os políticos prometam tudo, por que razão obrigar os holandeses a pagar essas ofertas?
Voto Em Branco > Paulo Correia: enquanto q os crescidos andaram a prosperar à custa de décadas de deboche socialista e já asseguraram o lugarzinho de funcionário público, são estes fedelhos q terão de dar o litro até aos 70 anos pra pagar a pensão do paulo e a pensão de quem matou o país e mais umas centenas de cidadãos. o fedelho não precisa de saber de história para escrever isto, basta-lhe saber que 1+1 não é igual a 100000, que é coisa q aparentemente o senhor ainda não aprendeu. não são só os crescidos q têm capacidade pra se aperceberem q estão a ser roubados
Gonçalo Nuno Rodrigues > Paulo Correia: Creio que Salazar não teria dito melhor!


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