quinta-feira, 16 de abril de 2020

Dançando na corda bamba


Dançando na corda bamba
Curioso e corajoso texto de Sebastião Bugalho, dum modo geral correspondido pelos seus comentadores, tirando os adeptos da cultura e políticas chinesas. Confesso que entendo melhor a tese dos primeiros, que será tabu expressar, todavia, vista a ausência de referências dos nossos políticos a esse respeito. Fico grata ao “Observador”, por deixar passar, em demonstração de autenticidade democrática…
A verdade sobre a China que não podemos ignorar (mas que vamos ignorar)
A China quer, ao mesmo tempo, ser o problema e a solução, a origem do mal e a fonte dos bens. O mais bizarro não está nessa intenção; está no facto de conseguir fazê-lo.
SEBASTIÃO BUGALHO
OBSERVADOR, 25 mar 2020
O meu caro leitor deve sentir-se, no mínimo, enganado. Primeiro, disseram-lhe que o vírus vinha da China e do descuido do seu regime. Depois, disseram-lhe que a China ia descobrir a vacina e salvar a humanidade. De seguida, o presidente americano fez tudo para reproduzir a desinformação e politização da pandemia, como a China havia feito. Ao mesmo tempo, os países europeus fechavam fronteiras e não mostravam grande vontade de se ajudarem uns aos outros. Dentro de dias, lerá como a China enviou enormes carregamentos de máscaras e luvas para os nossos hospitais. E, com alguma justiça, o meu caro leitor perguntar-se-á: então, afinal, a culpa é de quem?
Haverá culpa?
1Uma nova interdependência
Recuemos um pouco para ganhar perspectiva. Olhemos para a Europa e para a sua relação com a diplomacia chinesa desde o final de 2019. Em dezembro, o embaixador chinês na Suécia deu uma entrevista à rádio pública avisando que trata “os amigos com bom vinho e os inimigos com caçadeiras”, merecendo reprimenda governamental; em fevereiro, o governo checo pediu a demissão do embaixador chinês na República Checa após revelar cartas “ameaçadoras”; o embaixador chinês na Alemanha não chegou a ir tão longe nas alegorias, mas também garantiu “consequências” caso o governo alemão rejeitasse a Huawei na instalação das redes 5G. Na Estónia, na Lituânia, na Polónia e na Dinamarca sucederam episódios de tensão semelhante.
O impacto do coronavírus veio alterar radicalmente os posicionamentos e as prioridades de ambos os lados: os embaixadores chineses baixaram o tom e os governos europeus também, pois precisam da China, que assegurou quase toda a cadeia de produção de máscaras e ventiladores no planeta ao aperceber-se do que aí vinha.
O debate, a partir de agora, já não será travado entre as noções de aliado e parceiro; será marcado por uma nova interdependência gerada pelo covid-19: a Europa depende da China para a sua sobrevivência sanitária; a China dependerá da Europa para a sua sobrevivência diplomática.
Portugal, revelou o primeiro-ministro esta semana, fez a sua primeira encomenda de ventiladores a uma empresa chinesa.
2Contabilidade e propaganda
No domingo, o Público noticiou o horror que se vive nas prisões brasileiras devido à atual pandemia. Uma reportagem, sem dúvida, pertinente. Peço agora ao meu caro leitor para imaginar como estarão os milhares de presos nos campos de concentração em Xinjiang, na China, onde a falta de condições de higiene e distância social são ideais para a propagação de um vírus como o covid-19. Pense bem nisso, meu caro leitor, da próxima vez que qualquer governo português mande parar o Marquês de Pombal para Xi Jinping passar de carro.
Peço-lhe também, meu caro leitor, que tire dois minutos do seu dia e leia a conta do porta-voz dos Negócios Estrangeiros da China no Twitter, uma rede proibida para o cidadão chinês comum. Verá, com alguma estupefacção, o empenho das autoridades chinesas em contabilizar os mortos de coronavírus registados fora da China, como que ilibando o regime chinês de qualquer responsabilidade. É isso mesmo, meu caro leitor. A China está a usar o número de mortos europeus como propaganda, como álibi para a sua gestão do vírus desde o ano passado. Vou repetir, porque não o digo de ânimo leve: a China está a usar mortos como propaganda.
Se lermos o Global Times, um jornal do regime, propriedade do seu Comité Central, apercebemo-nos de atitudes de similar desumanidade. A 11 de março, a publicação estatal assumia que se os Estados Unidos excluíssem a Huawei da instalação do 5G não teriam acesso a máscaras e material médico fabricado na China. Sim, também é disto que estamos a falar: um país que usa uma pandemia para fazer chantagem e promover as suas empresas. Pense bem nisso, meu caro leitor, da próxima vez que vir um político português encantado com dinheiro chinês.
3Do pau e da cenoura para as palas e cenouras
A China quer, ao mesmo tempo, ser o problema e a solução, a origem do mal e a fonte dos bens. O mais bizarro não está nessa intenção; está no facto de conseguir fazê-lo. A duplicidade com que a Europa encarou a diplomacia chinesa nos últimos anos – com uma face comercialmente amigável e outra democraticamente consciente – é idêntica à forma como a China está a lidar agora com os governos europeus: a mão que ajuda a resolver a pandemia é a mão que lava as responsabilidades da pandemia.
Quando o embaixador chinês nos EUA contradiz o ministério dos Negócios Estrangeiros do seu país, espelha a resposta dual da China ao coronavírus: desinformação agressiva, por um lado, soft power (exportação de máscaras, etc.), por outro.
Ontem, o alto representante para a política externa da UE identificou essa dicotomia como uma “luta por influência através de spin e generosidade”. Em dialecto diplomático, a China está a substituir a doutrina do “pau e da cenoura” por uma táctica de palas e cenouras. O burro, nessa velha metáfora, seríamos nós.
Mas atenção: perante a latência europeia e a hibernação americana, compreende-se que os governos nacionais agradeçam a Pequim qualquer auxílio. São vidas que se salvam. E será tão importante lembrar quem as salvou como o que as levou.
A Europa atrasou-se a acordar para a tragédia porque a China adiou – e ocultou – a proporção da tragédia. Não esqueço, e espero que ninguém esqueça, o infame relatório que as autoridades chinesas entregaram à Organização Mundial de Saúde, negando qualquer caso de contágio inter-pessoal de coronavírus em Wuhan. Como também não esqueço, e espero que ninguém esqueça, os vários médicos chineses que tentaram a todo o custo divulgar os perigos do covid-19 e que foram detidos, intimidados e censurados pelo regime chinês.
É por respeito à sua coragem que não podemos ser complacentes com o regime de Xi Jinping. É em sua memória que devemos resistir à avalanche de desinformação que emana de Pequim, cujo objectivo é criar uma realidade que não distinga verdade de mentira, facto de falsidade. Essa realidade é uma arma que está do lado do vírus porque prejudica – e prejudicou – activamente o seu combate, porque não se vencem pandemias sem transparência, sem números fiáveis e sem escrutínio.
Ao expulsar as equipas de jornalistas do New York Times, do Washington Post e do Wall Street Journal, há dias, o regime chinês confirmou a sua preferência pela opacidade.
4Uma alternativa urgente
Na nossa história recente, cada fracasso da União Europeia, tanto na dimensão estratégica quanto na solidária, traduziu-se num sucesso da República Popular da China. Foi assim na crise das dívidas soberanas, em que os países do sul não tiveram outra hipótese que não a de vender as suas infraestruturas ao país que a Europa, que os forçava a vender, hoje chama “rival sistémico. E também foi assim depois da crise do euro, em que os mesmos países do sul, desesperados pelo investimento que as regras orçamentais impediam, abriram portas à iniciativa de financiamento de Xi Jinping – a Belt and Road.
Portugal é um exemplo de tudo isto: a nossa aproximação a Pequim não tem nada a ver com ideologia – é, há anos, consensual entre os partidos de poder –, tem a ver com ausência de alternativas.
Hoje, com a crise sanitária e económica do coronavírus, o vazio das instituições europeias poderá provocar novamente uma vitória geopolítica chinesa. E é importante evitá-lo.
Esta pandemia era uma oportunidade única para os Estados Unidos da América reavivarem a relação transatlântica e o seu papel de liderança global; Donald Trump não só enfiou essa oportunidade no lixo, como deu um valente pontapé no caixote. A União Europeia, meu caro leitor, deveria ter o cuidado de não se pontapear a si própria.
5Cinismo e ingenuidade
Em Portugal, apesar de tudo, há um silêncio generalizado, cobarde e ignorante sobre o regime chinês. No Observador, os artigos de Diana Soller e Inês Domingos foram duas raras excepções – não neste jornal, mas na imprensa generalizada. Nos partidos políticos, o Bloco de Esquerda, a Iniciativa Liberal e, ironicamente, o Partido Comunista são as três forças que ousam ocasionalmente expressar-se sobre a maior ditadura do planeta. Se não é uma pandemia que muda isso, nada mudará. E quem diria que a cura para o coronavírus acabaria por ser uma de duas: o cinismo ou a ingenuidade.
Talvez munido de ambas o mundo possa continuar a ignorar a verdade sobre a China.
COMENTÁRIOS:
Priapo Itzamna: ...é o mercado a funcionar...
Jorge Maria Soares Lopes de Carvalho: Obrigado mas já vamos tarde. Qualquer divisão Chinesa sai pacatamente da Mongólia atravessa a Europa vem beber água ao Tejo e nesta Europa amaricada ninguém dará sequer um tiro para o ar.
Dulce Leal: Para aqueles que criticam Sugiro o seguinte: lancem uma petição a boicotar as compras do governo à China e vamos ver no que dá. Certamente que os outros países europeus vão agradecer especialmente os países do norte da Europa. Já agora aproveitem e façam um cartão e coloquem-no ao peito com letras bem legíveis para o caso de não conseguirem respirar e falar ao chegar ao hospital a dizer "NÃO QUERO SER TRATADO POR MÁQUINAS VINDAS DA CHINA". Os outros sejam "orgulhosamente sós".
TR CT > Dulce Leal: Dulce não é fácil compreender o seu comentário. Pelo que verificamos ou você não gosta dos países do norte da Europa (mas que comparação podem ter com uma ditadura comunista como a Chinesa, é ofensivo) ou você é Chinesa ou descendente. Sinceramente só come gelados com a testa quem quer ou quem não conhece a realidade. A China apenas pensa em dinheiro e em poder. Tudo o resto é fantasia, ilusão, hipocrisia. E sabe o que me incomoda mais? Não é o seu comentário pro China, mas sim o facto de eu saber que tenho razão em tudo o que penso sobre aquele espaço geográfico que tão mal faz ao mundo, a todos os níveis.
Dulce Leal > TR CT: Não sou pro China mas do norte da europa mais concretamente da Alemanha o que eu vejo é que de lá só vimos austeridade mais austeridade e falta de solidariedade veja-se o caso de Itália os alemães e franceses nem o telefone lhes atendiam para lhes vender as máscaras e equipamentos médicos só o fizeram depois de os chineses enviarem só para inglês ver. Quem é que nos forçou a vender aos chineses as nossas melhores empresas? Alemanha sempre foi e sempre será o cancro da Europa desde da primeira guerra mundial quer dominar e domina a Europa e nós andamos aqui preocupados com um país do outro lado do mundo e a criticar quem nos anda a fornecer, em vez de criticar a resposta tardia que todos tivemos. A China escondeu é certo mas quando nós tivemos as primeiras notícias até termos o nosso primeiro caso passaram-se 2 meses não havia tempo para nos prepararmos ou a economia está acima de tudo e de todos? Da China já lá estive e fiquei muito impressionada com o desenvolvimento e surpreendida de saber que em algumas cidades o ordenado médio já é superior ao nosso, gritamos por liberdade e democracia estamos condenados à escravidão para financiar e salvar a banca e aos grandes interesses económicos. Ao contrário do que pensamos, nós não vivemos numa democracia mas sim numa aristocracia de pseudo tecnocratas.
TR CT > Dulce Leal: Tem razão em tudo o que diz. Mas no presente estamos a lidar com um acontecimento que está a provocar um caos mundial. O caminho será difícil. O covid-19 está a provocar uma crise ao nível económico e familiar, na economia, na educação que está parada, mas mais grave do que isto, em morte. E a China tem de ser responsabilizada por isso. Ouça a partir do minuto 10. Entenderá a minha revolta. A revolta da humanidade.
artur neves neves > Dulce Leal: Já vi que a Dulce defende a China. Eu defendo a Europa. A China comunista que fique bem longe. Temos, os ocidentais, de mudar a política económica e comercial e orientar a produção para a Europa, PALOPS e América do SUL além dos EUA. Não podemos depender de uma ditadura comunista que nem sequer respeita os seus cidadão e onde nem sequer os direitos básicos de liberdade são respeitados pela nomenklatura corrupta que dirige o país com mão de ferro. Curioso, aqui defendem as amplas liberdades. Lá, nem a falta de liberdade é censurada pelos sociais fascistas de cá como o PCP e o Bloco...Dois pesos e duas medidas...
Antonio Fonseca > Dulce Leal: surpreendida de saber que em algumas cidades o ordenado médio já é superior ao nosso Surpreende-se com muito pouco e muito pouco percebe de estatística.
Rui Lima: Nenhum país tem coragem para afrontar a China, só um tipo um pouco estranho o faz: Trump .
Antonio Sousa Branco: Acredito mais facilmente no pinóquio, do que em qualquer declaração do politburo do partido comunista chinês.
José Paulo C Castro: A OMC cometeu um erro ao abrir o comércio internacional a ditaduras. Em 1995 fê-lo com a China. Agora, a dimensão do erro é gritante. Como competir com países que proíbem sindicatos?
TR CT: Covid-19: Um negócio criado pelo Governo Chinês para a China. Se alguém duvida, observe a quantidade de encomendas de máscaras e equipamento de protecção, ventiladores, etc que todos os países afectados fazem diariamente em grandes quantidades à China... Há empresas na China que fabricavam telemóveis, componentes electrónicos, ar condicionados e outros serviços, cujo negócio agora é vender equipamentos de protecção individual para a Europa a preços de ouro... É difícil não pensar que este é um negócio da China criado pela China.
Eduardo Abreu: Muito bom. Falta saber qual será o resultado.
Antonio Brito: População chinesa 1.7 Biliões, grande fome na China 1960 morreram entre 19 a 27 milhões de chineses em três anos. Revolução cultural chinesa 70 milhões mortos. Para quem quer ser a maior potência do mundo superando os Estados Unidos quer economicamente quer militarmente será que 3 mil ou 30 mil mortos chineses inquietam alguém? Mais 30 mil mortos Europeus e Americanos perturbam muito Por isso acredito que o vírus foi lançado pelos chineses na sua própria população para se disseminar pelo mundo através de viagens quer por avião quer por barco. O maior aeroporto do mundo está na China em Benjim( Pequim).
Mário Ferreira: Sebastião Bugalho não seja anti-chinês , eles já passaram por outras crises desde o MERS,SARS etc.etc e agora vem com essa conversa da treta. Pode ter havido de início uma certa negligência sobre a doença, mas talvez por desconhecimento da mesma, porque acho que ninguém quer mortos ou mesmo que a sua economia descambe. Eles aplicaram as medidas certas e para bem do mundo eles já estão a recuperar,senão seria o safe-se quem puder .Até os EUA irão ser ajudados por eles e o Brasil e o Reino Unido países com governantes super estúpidos. Portanto faça informação decente , porque os chineses já mandavam no mundo. E ainda bem que eles o Japão, Rússia estão bem para nos poderem ajudar. Acorde para a vida e não ligue a essas guerrinhas da Huawei etc etc etc. Primeiro está a saúde no mundo.
Antonio Fonseca > Mário Ferreira: Mais um adorador de ditaduras. Quem aplicou as medidas certas foi taiwam que conseguiu, sem recorrer a métodos ditatoriais tão do teu gosto, acabar com o vírus. Apesar do boicote de uma Organização Mundial de Saúde vendida à China.
Ping PongYang: Neste momento, o maior inimigo declarado da Europa é o trumpas (não os EUA, nem o povo Americano)... quando o idiota estiver arrumado de vez, trata-se da saúde ao Bojo e só depois se vê essas coisas da China... Haja frieza e método: vamos por partes!
Antonio Fonseca > Ping PongYang: Mais um adorador de ditaduras.
Monica Lopes: Quando se pede a uma nação que ACORDE e olhe nos olhos do sistema político que tem, e decida o que quer para o futuro! Também será bom que o faça a nível de politicas internacionais, por forma a avaliar quanto valem "amizades" políticas e comerciais. Uma Nação elucidada, é uma Nação que faz melhores escolhas nas políticas e nos parceiros. O vírus-chinês que nos dizem que não é chinês, as máscaras-chinesas amigas, os médicos-cubanos, os ventiladores-chineses, os 3200 mortos na China...não passa de diversão, dispersão, publicidade pró e contra...enfim areia nos olhos para nos tirar o FOCO. Foquemo-nos no importante. Sinais do desejo chinês de governar o mundo não faltam. Não sinais, mas certezas, da opacidade e opressão do regime ditatorial do PCP-chinês também não faltam. A ausência de uma verdadeira Europa comum...com politicas económicas comuns, levou à venda de muitas dívidas soberanas Europeias ...a quem? À China! A ausência de políticas económicas/fiscais sérias e comuns na Europa...levou á venda de múltiplas empresas essenciais...a quem? À china! A China pode então controlar luz, comunicações, energias, etc por toda a Europa. A Europa permitiu (por ausência de politicas verdadeiramente comuns e sérias) que muitas empresas transladassem as unidades fabris para a China, porque era barato...e o barato saí caro! Caríssimo até: ficamos sem capacidade de ser auto-suficientes...pior, ficamos profundamente dependentes da China. O Vírus-Chinês (aquele que os políticos e comunicação social aceitam em chamar de Covid19) é só mais um passo na grande ambição de Xi Jinping. E os otários seremos nós, sociedade ocidental democrática, se insistirmos em permanecermos surdos, cegos,distraídos ou acéfalos. No meio disto tudo quem lucrou e lucra com a venda da Europa ao Partido Comunista Chinês??
PedRo Pinto CastaNheira: Um artigo bem escrito, com bom português. Mas, para mim, não passa disso. De muito nos serve procurar culpados externos para a pandemia que agora vivemos, quando, na realidade, foram os descuidos e a arrogância dos países ocidentais (onde nos incluímos) - habituados a ver este tipo de tragédias nos países mais pobres, mas pela televisão - que nos trouxeram para esta realidade. Nós, ocidentais, jamais colocámos o cenário de vir a ser afectados, como agora, por esta pandemia. Sempre nos considerámos superiores. De igual forma, partimos de um certo nível de superioridade para as nossas relações Diplomáticas e Comerciais com a China. Mas, uma coisa é discutir a pandemia COVID-19 e, outra, é discutir as relações de força no mundo. Sobre a pandemia, concluímos que nós, Europeus, estamos tão ou mais impreparados como os Chineses. Que, para além dos sucessivos desinvestimentos nos serviços de saúde, transferimos sectores importantes das nossas indústrias para outros países, nomeadamente a China. Agora pagámos o preço. Sobre o que a China tem feito: vender e, ou doar, material para combater esta pandemia, está em muito relacionado com o que escrevi em cima. E, ainda bem para nós que a China tem vendido e doado material a vários países, caso contrário estaríamos bem pior. Sobre as relações económicas mundiais: Não nos iludamos, ganha quem tem mais dinheiro e poder de influência, assim como Portugal foi potência dominante por mais de 600 anos, tendo acontecido o que aconteceu ao império, também hoje os EUA vêem o seu poder ameaçado pela China. Mas julgo que debater agora questões económicas não mais é que procurar distrair o cidadão comum e fazê-lo esquecer das opções políticas que nos trouxeram para esta situação limite dos serviços de saúde. Imaginem que tínhamos mesmo privatizado o sistema de saúde português! As opções do passado reflectem-se hoje. Os críticos da China são os mesmos que com ela lucraram: aqueles que por razões económicas e de lucro, defenderam a transferência de indústrias para a China, reduzindo assim custos salariais e outros, criticam agora o poder industrial daquela.
Antonio Fonseca > PedRo Pinto CastaNheira : Esta pandemia nasceu na China e foram os ChiComs que com as suas mentiras, censura e propaganda permitiram que atingisse esta proporções. 
Alberto Rei: enfim, a China é que tem a culpa. os outros países, EUA, Inglaterra, Alemanha, não exercem pressão, e não fazem coisas que a gente sabe. Olha então os americanos!! Tudo bons rapazes. O que é que os americanos fazem para conseguir negócios e outras coisas, e os russos ... , Toda a minha gente o faz, mas a China é que é a má. Recentemente o que é que os americanos fizeram à China em Hong Kong, para conseguirem o acordo comercial ? Só para o Trump ter esse trunfo nas eleições ! Acorda!
Antonio Brito > Alberto Rei: Os americanos morreram nas praias da Europa para que nós tenhamos a liberdade de escrever o que pensamos. Talvez fosse melhor o Sr ir á normandia e verificar com os seu próprios olhos que num dia morreram 2.000 soldados americanos para você não dizer Hei Hitler
Alberto Rei > Antonio Brito: chama hei hitler a tua família. Depois, vai aprender política e defesa de interesses. E ainda, lê bem o texto e depois comenta.  
artur neves neves > Alberto Rei: Já vi que aprecia a ditadura comunista que corta os mais elementares direitos de um povo. Aqui o kamarada Jerónimo grita amplas liberdades. Aqui o mesmo kamarada defende as ditaduras comunistas que só trazem miséria e repressão...Viaje pela Venezuela, Cuba, Koreia do Norte, China e pode constatar a miséria em que estes povos vivem. Até assusta...Aproveite agora a contenção e leio o José Luís Peixoto que esteve nessa "grande democracia" que se chama koreia do norte e vai ver que vai querer passar férias lá depois do Covid passar...
Alberto Rei > artur neves neves: Não, isso é o que você viu, com olhos enviesados. É normal em política que quem empresta e investe, tem influência, se não sabe ver isso vá-se instruir. Basta ver a nossa entrada na CE. A Europa recebeu-nos de borla queres ver? Entraram por este país, sem indústria, preguiçoso, analfabeto, e pouco produtivo, como faca em manteiga. Ficámos a ver navios. Acumulámos deficits, ano após ano, pedimos dinheiro para pagar os juros. Nunca teremos um país como deve ser para dar aos nossos vindouros. O que foi a troika? Dou-te uma tranche, se fizeres isto. O Costa, o BE e o PC, estragaram o caminho para o saneamento. Horror. Mas tu gostas 
Nuno F: Outra situação que podia ser documentada neste artigo. Na altura existiu cobertura jornalística mas creio que não existiu uma análise crítica ao sucedido. No dia 28/02/2020, em plena crise da Covid-2 na China, ocultada pela cúpula chinesa, a directora da DGS, o embaixador da China em Portugal e, se não estou em erro até mesmo o presidente da CML e/ou alguns vereadores, deslocaram-se todos ao Martim Moniz, com a presença de vários órgãos de comunicação social, incluindo a estatal RTP, para sensibilizar a população contra a discriminação. Sendo de louvar qualquer iniciativa contra a discriminação, é algo estranho vir o embaixador, directora da DGS e outros signatários camarários entregar panfletos. Quando já se indiciava uma crise de saúde pública em Portugal e a Dra. Graça Freitas já tinha um papel activo na imprensa nacional sobre a Covid-19, existe uma acção de marketing do PCC nas ruas de Lisboa? Infelizmente o país, por sua vontade ou forçado pela crise de 2008, já se entregou aos desígnios do PCC, agindo mesmo na defesa dos interesses do Partido Comunista Chinês em detrimento da União Europeia. O Dr. António Costa não se inibe de ser seu agente em declarações e posições favoráveis ao regime chinês. Alguns países em África, bem mais dependentes da China do que Portugal já se aperceberam dos presentes envenenados que a China oferece. Veremos se cá existe a sobriedade de proteger os interesses económicos e soberanos portugueses da sofreguidão chinesa. Finalmente, peço que não confundam a população e cultura chinesas com o regime ditatorial, praticamente nacional-socialista, que desmanda a China. Lutem contra a desinformação, influência e propaganda do Partido Comunista Chinês e sua elite que disseminam contra os valores democráticos e liberdades individuais que caracterizam a sociedade europeia que tanta prosperidade trouxe desde o pós-guerra, não descriminem as pessoas que ora saíram do seu país à procura de uma melhor vida longe da distopia chinesa ou que nunca saíram do seu país e só têm acesso à informação que o PCC quer.
Silvia Serra: Muito bem. É tempo de colocarmos limites à China. Mas parece um tabu falar nisto
Jose Silva: Artigo muito bem elaborado e de uma clareza impressionante. Parece que muito terá de ser esclarecido, nomeadamente sobre a origem do vírus, ausência de controlo inicial da doença, exportação da doença para o exterior aliada e à sua não progressão na China. Com isto, além de evidentes benefícios económicos, os chineses obtiveram grande vantagem politica, tudo isto numa altura em estavam a ser pressionados nas trocas comerciais.
David Ribeiro Reis: Só tenho a agradecer ao jornalista Sebastião Bugalho pela estrutura e pela forma coerente no qual expôs as suas ideias. Obviamente, acredito que esteja limitado nas suas fontes para poder partilhar todo o raciocínio, através de mais links. Mas bastou o link do Twitter de Lijian Zhao, para perceber que há interesses económicos da China, neste que é o virar de um ciclo, com o novo ano Chinês o previa, o Ano do Rato de Metal, que inspira todos os chineses a um combate que já devia estar há anos à nossa vista, quando consumimos desenfreadamente produtos chineses, apesar de a História provar que hegemonias económicas acabaram sempre em Guerra. Esta é apenas uma nova forma de Guerra, mais letal e cirúrgica, que mata a nossa memória e a nossa maior sabedoria, sim, os nossos pais e avós de forma massiva.
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