Dançando na corda bamba
Curioso e corajoso texto de Sebastião
Bugalho, dum modo geral correspondido pelos seus comentadores, tirando os
adeptos da cultura e políticas chinesas. Confesso que entendo melhor a tese dos
primeiros, que será tabu expressar, todavia, vista a ausência de referências
dos nossos políticos a esse respeito. Fico grata ao “Observador”, por deixar passar, em demonstração de
autenticidade democrática…
A verdade sobre a China que não podemos
ignorar (mas que vamos ignorar)
A China quer, ao mesmo tempo, ser o
problema e a solução, a origem do mal e a fonte dos bens. O mais bizarro não
está nessa intenção; está no facto de conseguir fazê-lo.
SEBASTIÃO BUGALHO
OBSERVADOR, 25 mar
2020
O
meu caro leitor deve sentir-se, no mínimo, enganado. Primeiro, disseram-lhe que
o vírus vinha da China e do descuido do seu regime. Depois, disseram-lhe que a
China ia descobrir a vacina e salvar a humanidade. De seguida, o presidente
americano fez tudo para reproduzir a desinformação e politização da pandemia,
como a China havia feito. Ao mesmo tempo, os países europeus fechavam
fronteiras e não mostravam grande vontade de se ajudarem uns aos outros. Dentro
de dias, lerá como a China enviou enormes carregamentos de máscaras e luvas
para os nossos hospitais. E, com alguma justiça, o meu caro leitor
perguntar-se-á: então, afinal, a culpa é de quem?
Haverá
culpa?
1Uma nova interdependência
Recuemos
um pouco para ganhar perspectiva. Olhemos para a Europa e para a sua relação
com a diplomacia chinesa desde o final de 2019. Em dezembro, o embaixador
chinês na Suécia deu uma entrevista à rádio pública avisando que trata “os
amigos com bom vinho e os inimigos com caçadeiras”, merecendo reprimenda
governamental; em fevereiro, o governo checo pediu a demissão do embaixador
chinês na República Checa após revelar cartas “ameaçadoras”; o embaixador
chinês na Alemanha não chegou a ir tão longe nas alegorias, mas também garantiu
“consequências” caso o governo alemão rejeitasse a Huawei na instalação das
redes 5G. Na Estónia, na Lituânia, na Polónia e na Dinamarca
sucederam episódios de tensão semelhante.
O
impacto do coronavírus veio alterar radicalmente os posicionamentos e as
prioridades de ambos os lados: os embaixadores chineses baixaram o tom e os
governos europeus também, pois precisam da China, que assegurou quase toda a cadeia de produção de máscaras e
ventiladores no planeta ao aperceber-se do que aí vinha.
O
debate, a partir de agora, já não será travado entre as noções
de aliado e parceiro; será marcado por uma nova interdependência
gerada pelo covid-19: a Europa depende da China para a sua sobrevivência
sanitária; a China dependerá da Europa para a sua sobrevivência diplomática.
Portugal,
revelou o primeiro-ministro esta semana, fez a sua primeira encomenda de ventiladores
a uma empresa chinesa.
2Contabilidade e propaganda
No
domingo, o Público noticiou o horror que se vive nas prisões
brasileiras devido à atual pandemia. Uma reportagem, sem dúvida, pertinente.
Peço agora ao meu caro leitor para imaginar como estarão os milhares de presos
nos campos de concentração em Xinjiang, na China, onde a falta de condições de
higiene e distância social são ideais para a propagação de um vírus como o
covid-19. Pense bem nisso, meu caro leitor, da próxima vez que qualquer governo
português mande parar o Marquês de Pombal para Xi Jinping passar de carro.
Peço-lhe
também, meu caro leitor, que tire dois minutos do seu dia e leia a conta do porta-voz dos
Negócios Estrangeiros da China no Twitter, uma rede proibida para o
cidadão chinês comum. Verá, com alguma estupefacção, o empenho das autoridades
chinesas em contabilizar os mortos de coronavírus registados fora da
China, como que ilibando o regime chinês de qualquer responsabilidade. É isso
mesmo, meu caro leitor. A China está a usar o número de mortos europeus como
propaganda, como álibi para a sua gestão do vírus desde o ano passado. Vou
repetir, porque não o digo de ânimo leve: a China está a
usar mortos como propaganda.
Se
lermos o Global Times,
um jornal do regime, propriedade do seu Comité Central, apercebemo-nos de
atitudes de similar desumanidade. A 11 de março, a publicação estatal assumia
que se os Estados Unidos excluíssem a Huawei da instalação
do 5G não teriam acesso a máscaras e material médico fabricado na
China. Sim, também é disto que estamos a falar: um país que usa
uma pandemia para fazer chantagem e promover as suas
empresas. Pense bem nisso, meu caro leitor, da próxima vez que vir um político
português encantado com dinheiro chinês.
3Do pau e da cenoura para as palas e cenouras
A
China quer, ao mesmo tempo, ser o problema e a solução, a origem do mal e a
fonte dos bens. O mais bizarro não está nessa intenção; está no facto de
conseguir fazê-lo. A duplicidade com que a Europa encarou a diplomacia chinesa
nos últimos anos – com uma face comercialmente amigável e outra
democraticamente consciente – é idêntica à forma como a China está a lidar
agora com os governos europeus: a mão que ajuda a resolver a pandemia é a mão
que lava as responsabilidades da pandemia.
Quando o embaixador chinês nos
EUA contradiz o ministério dos Negócios Estrangeiros do seu país, espelha
a resposta dual da China ao coronavírus: desinformação agressiva, por um lado,
soft power (exportação de máscaras, etc.), por outro.
Ontem,
o alto representante para a política externa da UE identificou essa dicotomia
como uma “luta por influência através de spin e generosidade”. Em dialecto
diplomático, a China está a substituir a doutrina do “pau e da cenoura” por uma
táctica de palas e cenouras. O burro, nessa velha metáfora, seríamos nós.
Mas atenção: perante a latência
europeia e a hibernação americana, compreende-se que os governos nacionais
agradeçam a Pequim qualquer auxílio. São vidas que se salvam. E será tão
importante lembrar quem as salvou como o que as levou.
A Europa atrasou-se a acordar para a tragédia porque a China adiou –
e ocultou – a proporção da tragédia. Não
esqueço, e espero que ninguém esqueça, o infame relatório que as autoridades
chinesas entregaram à Organização Mundial de Saúde, negando qualquer caso de
contágio inter-pessoal de coronavírus em Wuhan. Como também não esqueço, e
espero que ninguém esqueça, os vários médicos chineses que
tentaram a todo o custo divulgar os perigos do covid-19 e que
foram detidos, intimidados e censurados pelo regime chinês.
É por
respeito à sua coragem que não podemos ser complacentes com o regime de Xi
Jinping. É em sua memória que devemos resistir à avalanche de
desinformação que emana de Pequim, cujo objectivo é criar uma realidade que não
distinga verdade de mentira, facto de falsidade. Essa realidade é uma arma que
está do lado do vírus porque prejudica – e prejudicou – activamente o seu
combate, porque não se vencem
pandemias sem transparência, sem
números fiáveis e sem escrutínio.
Ao expulsar as equipas de jornalistas
do New York Times, do Washington Post e do Wall Street Journal, há dias, o
regime chinês confirmou a sua preferência pela opacidade.
4Uma alternativa urgente
Na nossa história recente, cada
fracasso da União Europeia, tanto na dimensão estratégica
quanto na solidária, traduziu-se num sucesso da República Popular da
China. Foi assim na crise das dívidas
soberanas, em que os países do sul não tiveram outra hipótese que não a
de vender as suas infraestruturas ao país que a Europa, que os forçava a
vender, hoje chama “rival sistémico”. E também foi assim depois da crise do euro, em que os
mesmos países do sul, desesperados pelo investimento que as regras orçamentais
impediam, abriram portas à iniciativa de financiamento de Xi Jinping – a Belt
and Road.
Portugal é um exemplo de tudo isto: a nossa aproximação a Pequim não tem
nada a ver com ideologia – é, há anos, consensual entre os partidos de poder –,
tem a ver com ausência de alternativas.
Hoje,
com a crise sanitária e económica do coronavírus, o vazio das instituições
europeias poderá provocar novamente uma vitória geopolítica chinesa. E é
importante evitá-lo.
Esta
pandemia era uma oportunidade única para os Estados Unidos da América
reavivarem a relação transatlântica e o seu papel de liderança global; Donald
Trump não só enfiou essa oportunidade no
lixo, como deu um valente pontapé no caixote. A União Europeia, meu caro leitor,
deveria ter o cuidado de não se pontapear a si própria.
5Cinismo e ingenuidade
Em Portugal, apesar de tudo,
há um silêncio generalizado, cobarde e ignorante sobre o regime chinês. No Observador, os
artigos de Diana Soller e Inês Domingos foram
duas raras excepções – não neste jornal, mas na imprensa generalizada. Nos
partidos políticos, o Bloco de Esquerda, a Iniciativa Liberal e, ironicamente,
o Partido Comunista são as três forças que ousam ocasionalmente expressar-se
sobre a maior ditadura do planeta. Se
não é uma pandemia que muda isso, nada mudará. E quem diria que a cura para o
coronavírus acabaria por ser uma de duas: o cinismo ou a ingenuidade.
Talvez munido de ambas o mundo
possa continuar a ignorar a verdade sobre a China.
COMENTÁRIOS:
Priapo Itzamna: ...é o mercado a
funcionar...
Jorge Maria Soares Lopes de Carvalho: Obrigado
mas já vamos tarde. Qualquer divisão Chinesa sai pacatamente da Mongólia
atravessa a Europa vem beber água ao Tejo e nesta Europa amaricada ninguém dará
sequer um tiro para o ar.
Dulce Leal: Para aqueles
que criticam Sugiro o seguinte: lancem uma petição a boicotar as compras do governo
à China e vamos ver no que dá. Certamente que os outros países europeus vão
agradecer especialmente os países do norte da Europa. Já agora aproveitem e
façam um cartão e coloquem-no ao peito com letras bem legíveis para o caso de
não conseguirem respirar e falar ao chegar ao hospital a dizer "NÃO QUERO
SER TRATADO POR MÁQUINAS VINDAS DA CHINA". Os outros sejam "orgulhosamente sós".
TR CT > Dulce Leal: Dulce
não é fácil compreender o seu comentário. Pelo que verificamos ou você não
gosta dos países do norte da Europa (mas que comparação podem ter com uma
ditadura comunista como a Chinesa, é ofensivo) ou você é Chinesa ou
descendente. Sinceramente só come gelados com a testa quem quer ou quem não
conhece a realidade. A China apenas pensa em dinheiro e em poder. Tudo o
resto é fantasia, ilusão, hipocrisia. E sabe o que me incomoda mais? Não
é o seu comentário pro China, mas sim o facto de eu saber que tenho razão em
tudo o que penso sobre aquele espaço geográfico que tão mal faz ao mundo, a
todos os níveis.
Dulce Leal > TR CT: Não
sou pro China mas do norte da europa mais concretamente da Alemanha o que eu
vejo é que de lá só vimos austeridade mais austeridade e falta de solidariedade
veja-se o caso de Itália os alemães e franceses nem o telefone lhes atendiam
para lhes vender as máscaras e equipamentos médicos só o fizeram depois de os
chineses enviarem só para inglês ver. Quem é que nos forçou a vender aos
chineses as nossas melhores empresas? Alemanha sempre foi e sempre será o
cancro da Europa desde da primeira guerra mundial quer dominar e domina a
Europa e nós andamos aqui preocupados com um país do outro lado do mundo e a
criticar quem nos anda a fornecer, em vez de criticar a resposta tardia que
todos tivemos. A China escondeu é certo mas quando nós tivemos as primeiras
notícias até termos o nosso primeiro caso passaram-se 2 meses não havia tempo
para nos prepararmos ou a economia está acima de tudo e de todos? Da China
já lá estive e fiquei muito impressionada com o desenvolvimento e surpreendida
de saber que em algumas cidades o ordenado médio já é superior ao nosso,
gritamos por liberdade e democracia estamos condenados à escravidão para
financiar e salvar a banca e aos grandes interesses económicos. Ao contrário do
que pensamos, nós não vivemos numa democracia mas sim numa aristocracia de
pseudo tecnocratas.
TR CT > Dulce Leal: Tem
razão em tudo o que diz. Mas no presente estamos a lidar com um acontecimento
que está a provocar um caos mundial. O caminho será difícil. O covid-19 está a
provocar uma crise ao nível económico e familiar, na economia, na educação que
está parada, mas mais
grave do que isto, em morte. E a China tem de ser responsabilizada por isso.
Ouça a partir do minuto 10. Entenderá a minha revolta. A revolta da humanidade.
artur neves neves > Dulce Leal: Já vi que a Dulce defende a China. Eu defendo a
Europa. A China comunista que fique bem longe. Temos, os ocidentais, de mudar a
política económica e comercial e orientar a produção para a Europa, PALOPS e
América do SUL além dos EUA. Não podemos
depender de uma ditadura comunista que nem sequer respeita os seus cidadão e
onde nem sequer os direitos básicos de liberdade são respeitados pela
nomenklatura corrupta que dirige o país com mão de ferro. Curioso, aqui
defendem as amplas liberdades. Lá, nem a falta de liberdade é censurada pelos
sociais fascistas de cá como o PCP e o Bloco...Dois pesos e duas medidas...
Antonio Fonseca > Dulce Leal: surpreendida de saber que em algumas cidades o ordenado
médio já é superior ao nosso Surpreende-se
com muito pouco e muito pouco percebe de estatística.
Rui Lima: Nenhum país tem coragem para afrontar a China, só um tipo um pouco estranho
o faz: Trump .
Antonio Sousa Branco: Acredito mais facilmente no pinóquio, do que em qualquer declaração do
politburo do partido comunista chinês.
José Paulo C Castro: A OMC cometeu um erro ao abrir o comércio internacional a ditaduras. Em
1995 fê-lo com a China. Agora, a dimensão do erro é gritante. Como competir
com países que proíbem sindicatos?
TR CT: Covid-19: Um negócio criado pelo Governo Chinês para a China. Se alguém duvida, observe a
quantidade de encomendas de máscaras e equipamento de protecção, ventiladores,
etc que todos os países afectados fazem diariamente em grandes quantidades à
China... Há empresas na China que fabricavam telemóveis, componentes electrónicos,
ar condicionados e outros serviços, cujo negócio agora é vender equipamentos de
protecção individual para a Europa a preços de ouro... É difícil não pensar que
este é um negócio da China criado pela China.
Eduardo Abreu: Muito bom. Falta saber qual será o resultado.
Antonio Brito: População chinesa 1.7 Biliões, grande fome na China 1960 morreram entre 19
a 27 milhões de chineses em três anos. Revolução cultural chinesa 70 milhões
mortos. Para quem quer ser a maior potência do mundo superando os Estados
Unidos quer economicamente quer militarmente será que 3 mil ou 30 mil mortos
chineses inquietam alguém? Mais 30 mil mortos Europeus e Americanos perturbam
muito Por isso acredito que o vírus foi lançado pelos chineses na sua própria
população para se disseminar pelo mundo através de viagens quer por avião quer
por barco. O maior aeroporto do mundo está na China em Benjim( Pequim).
Mário Ferreira: Sebastião Bugalho não seja anti-chinês , eles já passaram por outras crises
desde o MERS,SARS etc.etc e agora vem com essa conversa da treta. Pode ter
havido de início uma certa negligência sobre a doença, mas talvez por
desconhecimento da mesma, porque acho que ninguém quer mortos ou mesmo que a
sua economia descambe. Eles aplicaram as medidas certas e para bem do mundo
eles já estão a recuperar,senão seria o safe-se quem puder .Até os EUA irão ser
ajudados por eles e o Brasil e o Reino Unido países com governantes super
estúpidos. Portanto faça informação decente , porque os chineses já mandavam no
mundo. E ainda bem que eles o Japão, Rússia estão bem para nos poderem ajudar. Acorde
para a vida e não ligue a essas guerrinhas da Huawei etc etc etc. Primeiro está
a saúde no mundo.
Antonio Fonseca > Mário Ferreira: Mais um adorador de ditaduras.
Quem aplicou as medidas certas foi taiwam que conseguiu, sem recorrer a
métodos ditatoriais tão do teu gosto, acabar com o vírus. Apesar do boicote de
uma Organização Mundial de Saúde vendida à China.
Ping PongYang: Neste momento, o maior inimigo
declarado da Europa é o trumpas (não os EUA, nem o povo Americano)... quando o
idiota estiver arrumado de vez, trata-se da
saúde ao Bojo e só
depois se vê essas coisas da
China... Haja frieza
e método: vamos
por partes!
Monica Lopes: Quando se pede a uma nação que ACORDE e olhe nos olhos do sistema político
que tem, e decida o que quer para o futuro! Também será bom que o faça a nível
de politicas internacionais, por forma a avaliar quanto valem
"amizades" políticas e comerciais. Uma Nação elucidada, é uma Nação
que faz melhores escolhas nas políticas e nos parceiros. O vírus-chinês que nos
dizem que não é chinês, as máscaras-chinesas amigas, os médicos-cubanos, os
ventiladores-chineses, os 3200 mortos na China...não passa de diversão,
dispersão, publicidade pró e contra...enfim areia nos olhos para nos tirar o
FOCO. Foquemo-nos no importante. Sinais do desejo chinês de governar o mundo
não faltam. Não sinais, mas certezas, da opacidade e opressão do regime
ditatorial do PCP-chinês também não faltam. A ausência de uma verdadeira Europa comum...com politicas económicas
comuns, levou à venda de muitas dívidas soberanas Europeias ...a quem? À China! A ausência de políticas
económicas/fiscais sérias e comuns na Europa...levou á venda de múltiplas
empresas essenciais...a quem? À china! A China pode então controlar luz,
comunicações, energias, etc por toda a Europa. A Europa permitiu (por ausência
de politicas verdadeiramente comuns e sérias) que muitas empresas transladassem
as unidades fabris para a China, porque era barato...e o barato saí caro! Caríssimo
até: ficamos sem capacidade de ser auto-suficientes...pior, ficamos profundamente
dependentes da China. O Vírus-Chinês (aquele que os políticos e
comunicação social aceitam em chamar de Covid19) é só mais um passo na grande
ambição de Xi Jinping. E os otários seremos nós, sociedade ocidental
democrática, se insistirmos em permanecermos surdos, cegos,distraídos ou
acéfalos. No meio disto tudo quem lucrou e lucra com a venda da Europa ao
Partido Comunista Chinês??
PedRo Pinto CastaNheira: Um artigo bem
escrito, com bom português. Mas, para mim,
não passa disso. De muito nos
serve procurar culpados externos para a pandemia que agora vivemos, quando, na
realidade, foram os descuidos e a arrogância dos países ocidentais (onde nos
incluímos) - habituados a ver este tipo de tragédias nos países mais pobres,
mas pela televisão - que nos trouxeram para esta realidade. Nós, ocidentais, jamais colocámos o cenário de vir a
ser afectados, como agora, por esta pandemia. Sempre nos considerámos superiores.
De igual forma, partimos de um certo nível de superioridade para as nossas
relações Diplomáticas e Comerciais com a China. Mas, uma coisa é discutir a pandemia COVID-19 e, outra,
é discutir as relações de força no mundo. Sobre a pandemia, concluímos que nós, Europeus, estamos tão ou mais
impreparados como os Chineses. Que, para além dos sucessivos desinvestimentos
nos serviços de saúde, transferimos sectores importantes das nossas indústrias
para outros países, nomeadamente a China. Agora pagámos o preço. Sobre o que a China tem feito: vender e, ou doar,
material para combater esta pandemia, está em muito relacionado com o que
escrevi em cima. E, ainda bem para nós que a China tem vendido e doado material
a vários países, caso contrário estaríamos bem pior. Sobre as
relações económicas mundiais: Não nos iludamos, ganha quem tem mais dinheiro e poder
de influência, assim como Portugal foi potência dominante por mais de 600 anos,
tendo acontecido o que aconteceu ao império, também hoje os EUA vêem o seu poder
ameaçado pela China. Mas julgo que debater agora questões económicas não
mais é que procurar distrair o cidadão comum e fazê-lo esquecer das opções
políticas que nos trouxeram para esta situação limite dos serviços de saúde.
Imaginem que tínhamos mesmo privatizado o sistema de saúde português! As
opções do passado reflectem-se hoje. Os críticos da China são os mesmos que com
ela lucraram: aqueles que por razões económicas e de lucro, defenderam a
transferência de indústrias para a China, reduzindo assim custos salariais e
outros, criticam agora o poder industrial daquela.
Antonio Fonseca > PedRo Pinto CastaNheira : Esta pandemia nasceu na China e foram os ChiComs que
com as suas mentiras, censura e propaganda permitiram que atingisse esta
proporções.
Alberto Rei: enfim, a
China é que tem a culpa. os outros países, EUA, Inglaterra, Alemanha, não
exercem pressão, e não fazem coisas que a gente sabe. Olha então os
americanos!! Tudo bons rapazes. O que é que os americanos fazem para conseguir
negócios e outras coisas, e os russos ... , Toda a minha gente o faz, mas a
China é que é a má. Recentemente o que é que os americanos fizeram à China em
Hong Kong, para conseguirem o acordo comercial ? Só para o Trump ter esse
trunfo nas eleições ! Acorda!
Antonio Brito > Alberto Rei: Os
americanos morreram nas praias da Europa para que nós tenhamos a liberdade de
escrever o que pensamos. Talvez fosse
melhor o Sr ir á normandia e verificar com os seu próprios olhos que num dia
morreram 2.000 soldados americanos para você não dizer Hei Hitler
Alberto Rei > Antonio Brito: chama
hei hitler a tua família. Depois, vai aprender política e defesa de interesses.
E ainda, lê bem o texto e depois comenta.
artur neves neves > Alberto Rei: Já
vi que aprecia a ditadura comunista que corta os mais elementares direitos de
um povo. Aqui o kamarada Jerónimo grita amplas liberdades. Aqui o mesmo
kamarada defende as ditaduras comunistas que só trazem miséria e
repressão...Viaje pela Venezuela, Cuba, Koreia do Norte, China e pode constatar
a miséria em que estes povos vivem. Até assusta...Aproveite agora a contenção e
leio o José Luís Peixoto que esteve nessa "grande democracia" que se
chama koreia do norte e vai ver que vai querer passar férias lá depois do Covid
passar...
Alberto Rei > artur neves neves: Não, isso é o que você viu, com olhos enviesados. É
normal em política que quem empresta e investe, tem influência, se não sabe ver
isso vá-se instruir. Basta ver a nossa entrada na CE. A Europa recebeu-nos de
borla queres ver? Entraram por este país, sem indústria, preguiçoso,
analfabeto, e pouco produtivo, como faca em manteiga. Ficámos a ver navios.
Acumulámos deficits, ano após ano, pedimos dinheiro para pagar os juros. Nunca
teremos um país como deve ser para dar aos nossos vindouros. O que foi a
troika? Dou-te uma tranche, se fizeres isto. O Costa, o BE e o PC, estragaram o
caminho para o saneamento. Horror. Mas tu gostas
Nuno F: Outra situação que podia ser
documentada neste artigo. Na altura existiu cobertura jornalística mas creio
que não existiu uma análise crítica ao sucedido. No dia 28/02/2020, em plena
crise da Covid-2 na China, ocultada pela cúpula chinesa, a directora da DGS, o
embaixador da China em Portugal e, se não estou em erro até mesmo o presidente
da CML e/ou alguns vereadores, deslocaram-se todos ao Martim Moniz, com a
presença de vários órgãos de comunicação social, incluindo a estatal RTP, para
sensibilizar a população contra a discriminação. Sendo de louvar qualquer
iniciativa contra a discriminação, é algo estranho vir o embaixador, directora
da DGS e outros signatários camarários entregar panfletos. Quando já se
indiciava uma crise de saúde pública em Portugal e a Dra. Graça Freitas já
tinha um papel activo na imprensa nacional sobre a Covid-19, existe uma acção
de marketing do PCC nas ruas de Lisboa? Infelizmente o país, por sua vontade ou
forçado pela crise de 2008, já se entregou aos desígnios do PCC, agindo mesmo
na defesa dos interesses do Partido Comunista Chinês em detrimento da União
Europeia. O Dr. António Costa não se inibe de ser seu agente em declarações
e posições favoráveis ao regime chinês. Alguns países em África, bem mais
dependentes da China do que Portugal já se aperceberam dos presentes
envenenados que a China oferece. Veremos se cá existe a sobriedade de proteger
os interesses económicos e soberanos portugueses da sofreguidão chinesa.
Finalmente, peço que não confundam a população e cultura chinesas com o regime
ditatorial, praticamente nacional-socialista, que desmanda a China. Lutem
contra a desinformação, influência e propaganda do Partido Comunista Chinês e
sua elite que disseminam contra os valores democráticos e liberdades
individuais que caracterizam a sociedade europeia que tanta prosperidade trouxe
desde o pós-guerra, não descriminem as pessoas que ora saíram do seu país à
procura de uma melhor vida longe da distopia chinesa ou que nunca saíram do seu
país e só têm acesso à informação que o PCC quer.
Silvia Serra: Muito bem. É tempo de colocarmos limites à China. Mas parece um tabu falar
nisto
Jose Silva: Artigo muito bem elaborado e de uma clareza impressionante. Parece que
muito terá de ser esclarecido, nomeadamente sobre a origem do vírus, ausência
de controlo inicial da doença, exportação da doença para o exterior aliada e à
sua não progressão na China. Com isto, além de evidentes benefícios económicos,
os chineses obtiveram grande vantagem politica, tudo isto numa altura em
estavam a ser pressionados nas trocas comerciais.
David Ribeiro Reis: Só tenho a agradecer ao jornalista Sebastião Bugalho pela estrutura e pela forma
coerente no qual expôs as suas ideias. Obviamente, acredito que esteja limitado
nas suas fontes para poder partilhar todo o raciocínio, através de mais links.
Mas bastou o link do Twitter de Lijian Zhao, para perceber que há interesses económicos
da China, neste que é o virar de um ciclo, com o novo ano Chinês o previa, o
Ano do Rato de Metal, que inspira todos os chineses a um combate que já devia
estar há anos à nossa vista, quando consumimos desenfreadamente produtos
chineses, apesar de a História provar que hegemonias económicas acabaram sempre
em Guerra. Esta é apenas uma nova forma de Guerra, mais letal e cirúrgica, que
mata a nossa memória e a nossa maior sabedoria, sim, os nossos pais e avós de
forma massiva.
………
Nenhum comentário:
Postar um comentário