segunda-feira, 6 de abril de 2020

Será que se vai a tempo?



Com tanta dependência económica da China, como se pode já regredir? Afinal, a democracia não possibilitou uma fraternidade universal? Só podemos dar os braços, no caso da China… Essencialmente para suplicar ajuda, é certo, pelo menos nós, os do “Reino Lusitano, Onde a Terra se acaba e o Mar começa E onde Febo repousa no Oceano…” Para mais, parece que a China não reconhece essa coisa da democracia, e se internamente tem o seu Tiananmen a comprová-lo, com os seus próprios naturais, externamente, pelo menos aqueles chineses que conheço das muitas lojas de utilidades que brotaram como cogumelos em redor do meu espaço habitacional, apresentam um ar macio – digo os chineses, não as lojas - de uma superioridade ou indiferença própria da sua nação poderosa e dominadora – e perfeita, pelo menos nos espectáculos do circo de Monte Carlo que vi ontem e que me encheu as medidas, sobretudo o bailado com os chapéus, mas outros números houve no circo (as conversas são como as cerejas) – o número dos cavalos, creio que não era chinês, nem o dos cãezinhos… e tantos outros de cortar a respiração… Mas tudo isso é passado reposto (pela Sic), que para já temos o vírus, ao que parece, proveniente da mesma China alastradora … Mas esses assuntos ficam por conta do Dr. Salles e os seus pares, que eu ainda estou sob o efeito do número dos chapéus, providencial para o sofá da quarentena …
CLAUSURA – 4 – O LIMITE DO MAL
HENRIQUE SALLES DA FONSECA     A BEM DA NAÇÃO, 06.04.20
Autênticas chacinas, os flagelos que estão em curso em Itália e em Espanha. Todos os crepes que possamos vestir são de menos para expressar o peso que nos vai na alma.
O que é que eles fizeram ou deixaram de fazer para terem chegado a tal descontrole? E nós, o que é que fizemos ou deixámos de fazer para não termos (ainda) descontrolado a nossa situação? Espero que os técnicos de saúde pública saibam e que concluam com precisão onde se localiza a fronteira entre as boas e as más políticas. Entretanto, à falta de melhores procedimentos, fiquemos em casa por muito penoso que isso possa ser.
Na situação actual, há duas coisas que não consigo fazer: humor e uma leitura tecnocrática das ocorrências. A primeira é axiomática mas a segunda carece de explicação.
Há quem diga que esta desgraça é regeneradora da Humanidade pois mata os velhos e o confinamento provocará um «baby boom» lá por Dezembro-Janeiro.
Poderá ser que sim mas à custa de quantos dramas pessoais, de quanta perda de afectos familiares, de quanta sabedoria perdida? Quanto ao acréscimo da natalidade, acho que todos devemos saudar os concepturos e os nascituros assim como louvar os autores do acontecimento.
Não perco a minha visão humanista.
Mas há duas coisas que considero positivas: a aceleração científica na busca da vacina e da terapêutica de combate ao mal; o recrudescimento da produção de tantos bens transaccionáveis que nós (portugueses e demais europeus) nos habituáramos a mandar vir da China.
Temos que voltar a…
produzir o que consumimos,
criar (finalmente) a transparência nos mercados,
racionalizar a formação dos preços,
acabar com a sino-dependência em que estávamos a cair desde a compra de quinquilharia aos tão importantes ventiladores, à electricidade, aos seguros
… sob pena de perdermos esta oportunidade para corrigirmos alguns dos erros que sucessivamente nos têm levado à bancarrota.
(continua)                                    Abril de 2020      Henrique Salles da Fonseca
COMENTÁRIOS:
Francisco G. de Amorim, 06.04.2020: A primeira coisa que já fiz foi cortar tudo que é chin. O que precisar vai custar-me mais caro e vou fazer figura de idiota porque raros o farão. O perigo amarelo vai até derribar o islão. Uma desgraça será o suficiente
Henrique Salles da Fonseca, 06.04.2020: Nestes temas q vc hoje aborda, qto ao retorno a casa, no fazer "aquilo q consumimos", nunca tive dúvidas e sempre, em privado ou em público, combati, com os meus modestos meios. É q tive a noção exacta disso por duas viagens feitas entre 2008 e 2010. Uma à Califórnia e outra ao Uzbequistão. Na 1a, tomei conhecimento da morte do sector automóvel em Detroit e de tudo o q se comprava no stok tinha a etiqueta "made in china". Na 2a, havia a ordem de Merkel de abertura total à Ásia para a Europa. Entrava pelos olhos dentro! Mas os "gulosos " da globalização não resistiram à tentação. Agora, ai ai q me dói o dente! António Barros


Adriano Miranda Lima. 06.04.2020: Eu não podia estar mais de acordo. Oxalá esta pandemia nos obrigue a uma pausa para reflexão, deixando entrar luz nas consciências. Não basta estancar a progressão do vírus, importa repensar a nossa civilização. Que a clausura seja do corpo mas que tenha o condão de libertar o espírito.

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