terça-feira, 14 de abril de 2020

Tragédia virada em comédia



Pelos comentários à crónica de Helena Garrido, inúmeros e vivos, dos actores-comentadores, nas suas afirmações apaixonadas, mais ou menos rigorosas, baseadas em experiência ou saber, que se torna aprazível ler, com pena de ter suprimido muitos deles.
“É por isso que eu não gosto da formiga” / premium
Se a Europa quer sobreviver, formigas e cigarras têm de se aproximar. Todos acabarão por perceber que não haverá grandes diferenças entre a brutal crise que vão enfrentar, sejam cigarras ou formigas.
HELENA GARRIDO
OBSERVADOR, 30 mar 2020
O ministro António Costa reagiu de forma invulgarmente agressiva, classificando as declarações do ministro das Finanças holandês como “repugnantes” e dizendo que ninguém tem paciência para comentários de ministros holandeses, como aqueles que enfrentámos na crise financeira e das dívidas soberanas. E reforçou o que disse, dizendo que deviam estar a brincar com ele quando lhe perguntaram se estava arrependido de ter feito tais declarações.
António Costa podia até ter ido mais longe. A desconfiança dos holandeses em relação à forma como os países do sul da Europa gerem as suas finanças não é de hoje, nem de 2010. Desde a fundação do euro que a Holanda olha com desconfiança para os países do sul da Europa. Na altura, houve um ministro holandês que, na luta contra a entrada desses países no euro, chamou-lhe o Clube Med. E na realidade os holandeses não estão sozinhos, são apenas os que verbalizam essa desconfiança. Aliás, o Pacto de Estabilidade foi uma das formas de acalmar essa desconfiança, esse medo que as cigarras se aproveitassem das formigas.
O que é grave nestes alertas não é o conteúdo em si, mas a sua total falta de oportunidade, o que os torna, como diz António Costa, “repugnantes”. Mas por outras razões. O governo holandês não devia pedir que se investigassem os países – ou, na versão holandesa, que se tentasse perceber o que falhou para que uns tenham margem financeira para enfrentar a crise e outros não. Devia antes investigar a actuação da Comissão Europeia nestes últimos anos de expansão económica, além de fazer uma auto-crítica no Eurogrupo e no Conselho Europeu.
Porque foram a Comissão, o Eurogrupo e o Conselho que deixaram passar contas públicas com medidas de redução do défice que de estrutural nada tinham, que deixaram que se adoptassem medidas que teriam um impacto significativo na qualidade dos serviços, se a despesa não aumentasse depois significativamente.
O caso português é um bom exemplo. Para satisfazer as clientelas mais vocais, reduziu-se o horário semanal de 40 para 35 horas sem ter dinheiro para compensar essa diminuição, não se investiu e deixou-se degradar os serviços públicos. Podíamos ter ido mais longe, reduzido mais a dívida pública e teríamos hoje uma base mais sólida do que diz Mário Centeno para enfrentar a crise. Mas quem alertava para esses problemas era (como é) invariavelmente acusado de estar contra o Governo, para citar apenas uma declaração de intenções e evitar a divulgação de insultos.
Todos sabíamos que era uma questão de tempo, inclusivamente o Governo, até vir ao de cima a forma como se estava a controlar o défice: um colete-de-forças que um dia ia rebentar. Infelizmente para todos nós rebentou da pior forma, com um gravíssimo e inesperado problema sanitário. É verdade que mesmo que tivéssemos sido financeiramente mais racionais na gestão das contas públicas – mais formigas – enfrentaríamos o mesmo problema, com a diferença importante de termos mais margem do que temos e, mais importante ainda, não teríamos medo do tempo depois do coronavírus, quando os mercados começarem a olhar para a dívida. Felizmente não estamos sozinhos, e é isso que os holandeses não compreenderam. As formigas vão sofrer tanto como as cigarras, umas e outras vão ver as suas dívidas públicas dispararem e precisam de ajuda e de se apoiarem mutuamente. Pode ser indiferente ter sido cigarra ou formiga.
Cada um dos países terá de levar em conta os seus condicionalismos políticos, a sua atitude mais de cigarra ou mais de formiga. E a União Europeia tem de encontrar uma solução que faça a ponte entre as cigarras e as formigas, entre as pombas e os falcões, na linguagem dos banqueiros centrais. E há uma solução, nomeadamente aquela que é proposta pelo governador do Banco de Portugal na entrevista ao Expresso: financiar os países através de obrigações emitidas pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, mas – e este “mas” é muito importante – sem impor condições de política económica, como aconteceu nos programas de ajustamento, por nós conhecido como a era da troika. A única condição aceitável é que esses recursos sejam usados para pagar os custos associados à pandemia, podendo eventualmente alargar-se para financiar uma reserva estratégia no sector da saúde. Não é mutualização da dívida, mas é o que é politicamente possível: sossega os países do Norte e, ao mesmo tempo, não acorda os fantasmas dos resgates que tanto fizeram sofrer os países do Sul.
Todos têm de ter consciência de que a crise que se avizinha será brutal, mesmo com os apoios, inéditos, que os governos estão a dar. O FMI tem um levantamento desses apoios que atingem o seu máximo nos Estados Unidos mas que são igualmente elevados em países como Portugal. A linha de crédito de 3 mil milhões de euros (1,4% do PIB), o adiamento de algumas obrigações fiscais estimado em 5,2 mil milhões de euros (2,5% do PIB) e mil milhões de euros ou 0,5% do PIB de reduções nas contribuições para a segurança social somam 4,4% do PIB, contas feitas pelo FMI. São valores muito significativos para um país da dimensão de Portugal que estão estimados por baixo, já que não estão aqui contabilizados os apoios associados ao lay off, nem aqueles que vão ser dados às pessoas em quarentena ou que têm de ficar em casa por não haver escola para os filhos. E que comparam com valores da ordem dos 4% na Alemanha ou de 2% em Espanha, também nas contas do FMI.
Uma outra forma de olhar para a dimensão da intervenção, que o Governo está a fazer para reduzir o impacto da pandemia, é olhar para o alívio de tesouraria que existirá durante este trimestre: contabilizados os 9,2 mil milhões de euros que o Fundo identifica com base em dados do Governo e juntando os 9 mil milhões de euros que se estima que seja o efeito da moratória de seis meses para os empréstimos, estamos a falar de mais de 8% do PIB. Como está tudo concentrado no segundo trimestre, as medidas têm capacidade de libertar tesouraria equivalente a 25% do PIB (somando 9,2 com 4,5 de valor equivalente ao trimestre da moratória). Tudo isto pode evitar a falência de muitas empresas, condição para se chegar à fase em que já podemos abrir a economia, sem ter destruído boa parte da sua capacidade produtiva. Mesmo assim O PIB pode cair entre entre 3,7% e 5,7% nas projecções do Banco de Portugal, ou atingir mesmo os 20% no cenário mais pessimista da Universidade Católica.
Estamos a viver uma crise sem precedentes, para a qual faltam adjectivos. E estamos todos no mesmo barco, todos os países do mundo. Ser egoísta, por muito tentador que o seja, é irracional. Mais do que nunca a União Europeia tem aqui uma oportunidade para mostrar que consegue ser importante quando estão em causa funções centrais, como defender a saúde dos cidadãos e a sua vida depois da pandemia.
COMENTÁRIOS
Paulo Dias: Cem mil milhões de euros de fundos europeus depois, continuamos e iremos continuar na cauda da Europa. Não me parece que a culpa da nossa irresponsabilidade seja da União Europeia. Nem podemos esperar que os outros nos impeçam de ser irresponsáveis. Temos 900 anos, já somos crescidos.
Alfaiate Tuga. Brutal  Porque foram a Comissão, o Eurogrupo e o Conselho que deixaram passar contas públicas com medidas de redução do défice que de estrutural nada tinham” Então a culpa de o governo tuga estampar o dinheiro a comprar o apoio dos comunas e berloques é da comissão europeia... Nós nunca temos culpa de nada, nem de gastar mal o dinheiro. Pelo que acabo de ler, esta senhora acha que deve ser a comissão europeia a governar Portugal. A comissão está-se e bem a borrifar para como é que estourámos o guito, quer saber é do défice, onde se estourou o guito é problema dos tugas, os 50% que não votam, mais os funcionários do privado que votaram no PC, BE, PS , agradeçam agora à geringonça os trabalhos que vão passar. Se em vez de andarem a distribuir o dinheiro pelas clientelas, tivessem amortizado dívida, agora podiam ter folga, assim ouvem lições de moral e apertam o cinto, é a vida....
Maria Costa: Eu, formiga que estudou muitos anos e deixou de ir à praia e a festas porque tinha de estudar, que trabalhou muitos anos, muitas horas esforçando-se para conseguir ter êxito no emprego, pago todos os meses metade do meu salário em impostos. Para sustentar um monte de cigarras a quem se dá casa, subsídios, abonos e afins, cigarras que nunca se esforçaram e que todos os dias exigem direitos sem nunca falar de deveres. Solidariedade???? Repugnante.
Isabel Antunes > Maria Costa: Paga muito mais do que metade do seu salário. Junte-lhe os IMI’s, as taxas da electricidade, água e gás. O IVA e mais milhentos outros impostos, taxas, taxinhas e quejandos e vai ver o lindo total que lhe é confiscado ao fim do mês para sustentar as cigarras que, depois, têm direito a muito mais do que você.
José Mendes: Não é imprimir notas! É fazer transferências, registos digitais, dos balanços das instituições financeiras para os balanços dos governos. A paralisação das economias vai destruir completamente o sistema financeiro se este não alimentar já essas economias reais congeladas, para logo a seguir poder beneficiar delas como até agora. Todos os dias as instituições financeiras estão a degradar os seus balanços inutilmente, só por desvalorização automática dos activos. Em vez desse deixar andar e agravar até ao colapso é inteligente usar esses recursos financeiros para alimentar a "galinha dos ovos de ouro". 
Luís Martins: Os exemplos que deu das medidas dos governos de Costa, como o da redução do número de horas de trabalho e as cativações como método para atingir déficit nulo, são precisamente o tipo de medidas que sustentam as críticas dos holandeses, i.e, reduzem as horas de trabalho em prejuízo dos serviços, e atingiu-se o défice zero pela absoluta depauperação dos serviços públicos de saúde e de educação, ao invés de o conseguir pela via das medidas estruturais. No fundo, o seu artigo vem dar razão ao ministro holandês, por mais que custe ouvir este tipo de críticas. Depois engana-se quando diz que esta crise afectará tanto as cigarras quanto as formigas, porque as formigas estarão muito mais bem preparadas do que as cigarras. O caos em Itália, Espanha, França e muito provavelmente em Portugal, tem um denominador comum; pertencem todos ao Club Med.
Isabel Antunes > Antaeus: Chega ao trabalho, atrasado, vai tomar o cafezinho, dá uma vista de olhos pelo e-mail pessoal, outro cafezinho, sai para almoçar uma hora e meia, mais uma voltinha pelos e-mails e redes sociais, outro cafezinho a meio da tarde. Sai à hora de saída em ponto e vai tomar um copo com os amigos. Tanta hora de trabalho em Portugal....
Marco Silva > António Coimbra: Porque os funcionários públicos são clientela da esquerda e extrema esquerda, logo recebem todos e mais alguns benefícios. Os outros só têm de trabalhar, calar e pagar. Mas os culpados são os que não votam...preferem que tudo fique na mesma que votar para mudar.
joão reis > Marco Silva: No período 2011-2015 todos os FP eram de direita... ou só os 26 mil desde 2016 ???
Artur Valter > António Coimbra: Porque não pagam os patrões os 33% restantes? Ou esquece que o Estado é, também, patrão... Quando os funcionários públicos ganhavam, para a mesma função, muito menos do que no privado, não me lembro de ter ouvido os trabalhadores do privado pedir para ganharem tanto como no público (e eu, com 70 anos já vivi bastante e recordo bem o que se foi passando ao longo da minha existência...). Por outro lado, o que têm os pensionistas a ver com o caso? Eu trabalhei e descontei 40 anos... Quantos trabalhadores do privado, reformados, trabalharam e descontaram durante 40 anos, sobre a totalidade dos valores que sugeriram? Já pensou que se todos os trabalhadores do privado descontassem durante 40 anos, sobre a totalidade dos seus rendimentos, teriam uma reforma bem melhor do que aquela que sugerem hoje? E quem são os funcionários públicos que estão em casa, a ganhar, sem trabalhar? Quem tem que suportar a economia é o tecido empresarial, não a função pública ou os reformados... Haja bom senso e ponderação no que se escreve.
Artur Valter > Marco Silva: Brilhante raciocínio... Funcionários públicos, igual a malta da esquerda e da estrema esquerda... Onde foi arranjar esta ideia?!... Tanto médico, tanto enfermeiro, tanto juiz, tanto militar, tanto bombeiro, etc., etc., tudo de esquerda ou da estrema esquerda...
Cara Sapo > Artur Valter:  “Quando os funcionários públicos ganhavam, para a mesma função, muito menos do que no privado…” Quando é que isso aconteceu? E convém não esquecer que para a mesma função há desempenhos muito diferentes.
Isabel Antunes > Cara Sapo: No tempo do Salazar....
Artur Valter > Cara Sapo: Quando é que isso aconteceu?!... Deve ser muito nova e conhecer pouco da nossa história... Foi sempre assim até ao 25 de Abril... Ainda hoje isso acontece em algumas profissões, veja- se, por exemplo, quanto ganha um médico no privado e quanto ganha no público...
Manuel Oliveira > Artur Valter: O seu 'patrão' estado cobra coercivamente de mim o que lhe apraz... percebe a diferença?
Artur Valter > Manuel Oliveira: Cobra coercivamente de si?!... Mas isso é ilegal... Ou chama pagamento coercivo a pagar impostos? Vai por aí muita confusão... Qual o Estado que não cobra impostos, conhece algum? Eu não. E qual é o País que não tem funcionários públicos? Também é dos que pensa que temos muitos? E que são principescamente pagos? Olhe que não... Não se deixe enganar com os números, normalmente usados, que se referem a médias e não a estudos comparativos, por profissões.
Vitor Carola: Em relação à Europa e ao euro só lembrar que Itália e Espanha são respectivamente a terceira e a quarta economia do euro. E a França, a segunda. A UE precisa de um instrumento de dívida comum para mutualizar os custos fiscais do combate a esta crise. Só dessa forma podemos ajudar os países que foram particularmente atingidos e evitar que caiam numa crise de solvência sem culpa própria. E só a zona euro como um todo tem essa capacidade. Já por cá se o SNS já provou alguma coisa é que as previsões de alguns abutres sobre as sua fraquezas eram manifestamente exageradas.
Isabel Antunes > Vitor Carola: Acho que a procissão ainda vai no adro. É cedo para fazer afirmações dessas.
Vitor Carola > Isabel Antunes: As afirmações respeitantes ao futuro chamam-se previsões. Ainda assim sempre condicionadas. Como é óbvio as afirmações são sempre respeitantes à data. E para o que se chegou a ouvir falar aqui… Mas também não é preciso ser cientista para saber de antemão que ninguém mas mesmo ninguém está preparado para uma pandemia. Nem havia nisso qualquer racional económico. Onde se joga tudo é na capacidade de alocar recursos o mais rapidamente possível.
Pena Fidellis > Vitor Carola: Ou será porque deixaram os idosos abandonados á sua sorte nos respectivos Lares.
Artur Valter > Pena Fidellis: Quem abandonou quem, nos lares?!...
Pena Fidellis > Artur Valter: Tem razão, não abandonaram apenas os idosos, mas também os poucos funcionários que têm resistido.
Artur Valter > Pena Fidellis: Mas quem é que abandonou quem? As famílias? As instituições que se fartaram de ganhar à custa das famílias (veja-se, por exemplo quanto pagavam no lar de Braga onde morreram dois idosos...) e os infectaram? Sejamos intelectualmente honestos... E deixemo-nos de demagogia ou de falar do que não conhecemos...
Vitor Carola > Pena Fidellis: Em primeiro lugar quem é que deposita os velhos num depósito qualquer? E em segundo lugar a maior parte dos lares visados são particulares. Quanto muito com responsabilidades das misericórdias e alguns casos das autarquias. Fora os ilegais… Com o Estado Social estendido aos lares nunca se passava esta pouca vergonha. Infelizmente o Estado Social está a ser sangrado muito antes.
José Mendes: A sobrevivência de todas as instituições financeiras do mundo obriga-as a fazer um sindicato financeiro mundial para disponibilizar a todos os governos do mundo todo a capital que eles peçam a fundo perdido, já.
Mudem o chip! O mundo decidiu parar a economia para salvar vidas. Grande decisão humanista. Talvez a primeira vez na história da humanidade as pessoas estão primeiro! A máquina da economia, quer do lado do Trabalho, quer do lado do Capital, tem de manter-se de prontidão para voltar intacta após a derrota da covid-19 por medicação a inventar e após a derrota do vírus por vacina a inventar. É essencial pagar a economia congelada seja qual for o custo financeiro. O mundo financeiro valerá zero se deixar degradar o dispositivo da economia. Os triliões que forem necessários têm de ser já disponibilizados, por sindicatos de todas as instituições financeiras do mundo, a fundo perdido, aos governos todos do mundo. Esses governos têm agora duas missões: a) Saúde de todos; a) pagar a padrões e estes a trabalhadores, pagar a reformados e a desinseridos sociais. Pagar o necessário para manter a economia e a sociedade parados, em estado estado de prontidão, para voltar a funcionar sem começar do zero. É a primeira vez na história que se congelam as actividades do mundo para se salvarem as pessoas. As respostas tradicionais às crises são totalmente inadequadas agora. Mudem o chip já! Depois será tarde. Depois só economias de guerra à força da bala farão reerguer a economia a favor de quem tiver mais poder de fogo.
Isabel Antunes >José Mendes Pagar com quê?
José Mendes > Isabel Antunes Com o balanço.
Pena Fidellis > José Mendes:  É imprimir notas a rodos, para os cidadãos irem aos supermercados carregados de sacos de notas, para comprar um simples pão (se o houver), porque não haverá mais nada. Venezuela para todos.
Artur Valter > Isabel Antunes: Costuma-se pagar, com dinheiro ou crédito...
José Mendes > Pena Fidellis: Não é imprimir notas! É fazer transferências, registos digitais, dos balanços das instituições financeiras para os balanços dos governos. A paralisação das economias vai destruir completamente o sistema financeiro se este não alimentar já essas economias reais congeladas, para logo a seguir poder beneficiar delas como até agora. Todos os dias as instituições financeiras estão a degradar os seus balanços inutilmente, só por desvalorização automática dos activos. Em vez desse deixar andar e agravar até ao colapso é inteligente usar esses recursos financeiros para alimentar a "galinha dos ovos de ouro". 
José Mendes > Artur Valter: Não é pagar. É investir a fundo perdido. O retorno vem do retorno das economias de todos os países. Se deixarem cair a economia real mundial, cai também o sistema financeiro mundial sem a "galinha dos ovos de ouro".
Antaeus: O que os domesticadores da era da obediência se devem rir do fundo da História para os modernos contemporâneos que ainda não superaram o infantilismo grotesco da efabulação, mantendo-se mentalmente cativos de dispositivos de condicionamento sócio-cultural tão primitivos... De i-phone e algemados ao pensar de tempos remotos.
Joaquim Moreira: Já tive oportunidade de dar a minha opinião na notícia aqui do Observador, 'Da "mesquinhez" ao "discurso repugnante": Costa ataca ministro dos Países Baixos', de 27 de Março. E, apesar de continuar sem saber o que é que disse exactamente o ministro das finanças holandês, Hoekstra, admito perfeitamente que as suas palavras, no mínimo, não tenham sido oportunas. E no máximo, como dizia um tal de Livre e Independente, que em resposta ao meu comentário dizia, que o que disse Hoekstra, mais do que "repugnante", era "nojento". Pelo que não só mantenho o que disse, como acrescento o que disse ontem sobre o assunto um verdadeiro Estadista, durante uma entrevista. Que aconselho que seja vista, e que o Observador passou nesta notícia de ontem, em revista: '"O Governo que vier terá sempre de ser de salvação nacional", quando a economia estiver em primeiro lugar'. E da qual destaco o que no essencial, responde a esta discussão a que é preciso pôr um ponto final. Dizia esse Estadista de Portugal: "Portugal não pode chegar ao norte da Europa e esquecer que cometemos erros de endividamento que eles não cometeram”. Aqui está a grande diferença entre um brioso Estadista e um manhoso Propagandista.
Paulo Correia: uau, ainda ninguém se tinha lembrado da fábula da cigarra e da formiga. Muito original, obrigado. Portugal é a cigarra gorda, bêbeda e promiscua e os países nórdicos são as pobres formiguinhas que têm de sustentar esta gente indigna. No Obs só há formigas. Je suis Holanda!
josé maria >Paulo Correia: Em 2015, a Holanda era o segundo país europeu com maior endividamento das famílias, a seguir à Dinamarca, numa proporção de 270% do PIB. Em 2008 também entrou em recessão. E recebeu 1128 milhões de dólares do Plano Marshal, o 5º país europeu a receber mais apoio dos EUA. Deve ser ainda o país com mais freis tomás per capita. Já agora que estou com a mão na massa, a Holanda é o 5º país, à escala mundial, com a a maior dívida externa, qualquer coisinha como 4.510.400.000.000 US  Que tal ? Uau, poucochinho ? https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_d%C3%ADvida_externa
Marco Silva > josé maria: a seguir à Dinamarca, numa proporção de 270% do PIB E estes números vêm de onde mesmo ? Os números que encontro especificamente de 2018 e 2019, não mostram nada disto. A chamada household debt é de pouco mais de 100% do PIB na Holanda. 103.4% para ser mais exacto em 2018. Mas vamos assumir que são 270%, você ainda acha que, a Holanda, com os problemas que tem, tem de aceitar pagar pelos outros, que nada fazem para prosperar e só querem subsídios, como Portugal ?
Nesta altura, já não estamos numa de arrogância e ridículo como fez Costa, e é bem pior que a cigarra que quando estava a morrer, pediu ajuda à formiga com humildade. Você e os portugueses que seguem a mesma ideologia EXIGEM que os outros sofram e não resolvam os próprios problemas, para pagar as contas portuguesas, espanholas, etc... É de facto um outro nível de subsidio-dependência. É exigir que os outros fiquem na lama, para que vocês façam nada e tenham todos os benefícios.
josé maria > Marco Silva E estes números vêm de onde mesmo ? Está disponível na Internet, procure relatório da OCDE. Holanda. “Endividamento das famílias" Sugiro a partir do Google. Bom proveito. Também quer instruções para procurar a Holanda mais a sua gigantesca dívida externa? Sugiro a Wikipédia, veja o link mais acima. Quanto à pipa de massa que a Holanda recebeu do Plano Marshall, veja também o correspondente link, poupei-lhe algum trabalho adicional. Não tem que agradecer. É sempre um enorme prazer desmascarar o discurso falacioso dos repugnantes. Mais alguma coisinha?
Marco Silva > josé maria:  Ah da OCDE...pois, aquela organização que remove capítulos dos seus relatórios, a pedido do governo português? E a wikipedia como fonte? Tenha dó... De qualquer forma, o theglobaleconomy.com e o tradingeconomics discordam. Household debt per GDP: Holanda em 2018: 103.4% Mas ficou a questão à qual não respondeu, se os seus números fossem verdadeiros, a Holanda tinha de ignorar os seus problemas para salvar a Espanha ou Portugal? E assumindo que não são verdadeiros, teriam de salvar países que nada fazem para prosperar? Porquê? É nesse mundo, nessa bolha em que vive? De qualquer forma, o theglobaleconomy.com e o tradingeconomics discordam. Household debt per GDP: Holanda em 2018: 103.4
É o que dá quando você nem sequer consegue distinguir dívida pública e dívida externa (englobando esta a pública e a privada)... Dívida externa é o somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas. Esses recursos podem ser provenientes de governos, entidades financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial, etc.), bancos ou empresas privada  Mais alguma coisinha ?
……..
Adelino Lopes: Hoje vou discordar da HG, no que aos Eurobonds diz respeito. Já aqui comentei que aceito perfeitamente as dúvidas dos países do note da europa relativamente aos do sul. E aceitar a “repugnância” é repugnante. Foi o Costa e os restantes governantes dos países do sul que começaram por criar divisões na europa e enterraram a solidariedade. Mais. Diz que quem deveria ser questionado seriam a comissão, o eurogrupo e o conselho. Pois, à boa maneira socialista convém repartir responsabilidades para que tudo fique como está. E não foi isso mesmo que aconteceu? Vamos propor que se altere? Por fim. Quando não se aceitam os erros que se cometem, apesar dos avisos, não só dos europeus, mas também dos mais diversos economistas, o que fazer? Tentar impor solidariedades? Uniões? Sou de opinião de que cada um se deve deitar na cama que souber e puder fazer. A solidariedade pratica-se, relativamente àqueles que por alguma razão mostram merecê-la.
Tiago Vasconcelos: Pois, mas a mesma Helena Garrido que agora aponta -- e bem -- que o governo português poderia ter ido muito mais longe na estabilização das contas públicas é a mesma Helena Garrido que há um par de anos tecia loas neste mesmo jornal ao governo de Costa.
Paulo F. Mesmo no país das cigarras há cigarras e formigas, há uns que estão em casa, parte dos funcionários públicos, a receber a 100%,há os pequenos empresários, cigarras, que não podem abrir os estabelecimentos e ainda têm que pagar parte do ordenado dos seus funcionários. Depois a nível dos países há os que sustentam, uma imensa função pública, sempre protegida, e os países que equilibram as contas a contar com problemas destes ou semelhantes. No fundo o que o governo português quer é que as formigas de outros países continuem a sustentar as cigarras portuguesas, porque as formigas portuguesas já foram esmifradas até ao tutano. A imagem é mesmo esta sem tirar nem pôr, às cigarras cá do burgo já não lhes chega o que as poucas formigas caseiras conseguem gerar, para todas as suas actividades culturais alternativas, políticas sociais de abrangência e integração, intercâmbios culturais e artísticos e tantas outras maneiras de gastar o dinheiro que "cai do céu", tem mesmo que ser outros países a pagar tanta política social e socialista. 
Marco Silva: Sim, este portento das finanças que critica Trump por pedir à Fed para baixar juros e elogia o BCE pela política de juros baixos. Disse mesmo que Trump tinha muito a aprender com Costa, na questão dos juros baixos...do BCE...aqueles dos quais Costa beneficia, mas para o qual nada contribuiu... é um vasto conhecedor da área financeira. Eu "confiaria" nos seus "conselhos" e/ou opiniões nestas questões......
victor guerra: A Alemanha coloca obrigações a 10 anos à taxa negativa de 0,4 e a Holanda à de 0,3. Não querem abdicar do património que conseguiram nos mercados com as "cigarras" do sul, às quais já ofereceram muito dinheiro, através dos Fundos. Há enorme liquidez nos mercados e podem gastar à larga. Poupem, que isto ainda não chegou ao fim
Marco Silva > victor guerra: Ao fim? Ainda nem começou...as verdadeiras consequências serão visíveis daqui a uns meses e isto assumindo que de facto se confirma que o pico é atingido em finais de Abril / Maio, caso contrário, se se alonga, então as consequências verdadeiras só serão visíveis no ano que vem.
Francisco Garcia: Os holandeses não querem ficar responsáveis por dívidas nossas, Costa acha isso repugnante. Mas lembremo-nos que nos primeiros tempos do seu governo, antes de descobrir a magia das cativações, ele andou em viagens para Atenas, Roma, Madrid, Paris, a tentar obter consensos com gregos, italianos, espanhóis, etc no sentido de não pagarem a dívida ou de "reestruturarem" a dívida.  E não queriam eles pôr as pernas dos banqueiros alemães a tremer? Os outros líderes do Sul, não deixando de argumentar e de deixar avisos, foram mais correctos. Macron praticamente calou-se. O único que foi tão longe na linguagem foi Costa, do pequeno Portugal.
Marco Silva: São as cigarras que odeiam as formigas, mas que exigem que as formigas trabalhem para sustentar as cigarras. Quem apoia a cigarra são os/as parasitas. Não há outra interpretação. Em vez de quererem o próprio país a prosperar, querem antes que outros paguem para que não tenhamos de fazer nada para melhorar o nosso país. Há uns dias, um esquerdalha aqui na secção de comentários dizia que a holanda era um bando de trafulhas que se aproveitou para criar um paraíso fiscal etc e tal. Tal diarreia mental é natural nos/as esquerdalhas, pois há muito que a racionalidade não existe naquelas cabeças. A holanda criou o "paraíso fiscal" porque...criou um sistema de impostos atractivos para as empresas e isto estimula qualquer economia. Em Portugal os impostos são altíssimos e claro que não há qualquer empresa que queira vir para cá. Os/as esquerdalhas criticam quem estimula a sua economia positivamente, e têm zero críticas para quem arrasa a nossa, socialistas e comunistas. Estas são as cigarras. São as que se ofenderam quando alguém diz os países do sul querem é "álcool e gajas", mas não se ofendem por Portugal ser dos países mais pobres e miseráveis da UE e só tem vindo a piorar, pois países que anteriormente estavam pior que Portugal, estão agora ao mesmo nível ou à nossa frente. Na verdade não é só "álcool e gajas" é também "futebol" e o resto é irrelevante, porquê ? Porque se vive neste pesadelo socialista onde a generalidade das pessoas pensa da seguinte forma: "Se correr mal, não há problema, o estado dá-me um subsídio" E em vez de criticarem isto, as cigarras estão, sim, de mãos abertas para receber subsídios, em vez de trabalharem e exigirem por um estado que consuma menos recursos e que permita sem grandes burocracias, um mercado aberto e simples, para novas iniciativas que vão estimular a economia. Em Portugal há mais cigarras que formigas e as consequências são visíveis. Continuem a atacar quem vos critica e não tenham qualquer espirito critico, como foi até agora...tem funcionado lindamente...3 bancarrotas, terceira maior divida da europa, décima maior do mundo, salários baixos, impostos altos, pais subdesenvolvido onde apenas lisboa e porto têm "alguma coisa", serviços públicos miseráveis e/ou não funcionais....é um país altamente corrupto pois a população exige nada dos governantes e nem os castiga nas eleições, especialmente se forem de esquerda, a raiz de todos os nossos problemas desde 1974. Quem podia imaginar que nem 8 anos depois da última bancarrota os portugueses voltassem a votar nos socialistas? E pior, os que não votam, permitiram isso? São cigarras...mais nada. As formigas são poucas, as que votam para remover do poder os que destruíram este país...
Antonio Fonseca: “É por isso que eu não gosto da formiga”: Não goste. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém e muito menos da formiga. Mas não sei porquê, todos os que dizem não gostar da formiga, fazem-no lobrigando os grãos que ela amealhou, "A única condição aceitável é que esses recursos sejam usados para pagar os custos associados à pandemia, podendo eventualmente alargar-se para financiar uma reserva estratégia no sector da saúde" Ah! Ah! Ah! Querida Helena: "VOCÊ ACREDITA MESMO NESTA GARANTIA)" Ah! Ah! Ah!

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