Pelos comentários à crónica de Helena Garrido, inúmeros e
vivos, dos actores-comentadores, nas suas afirmações apaixonadas, mais ou menos
rigorosas, baseadas em experiência ou saber, que se torna aprazível ler, com
pena de ter suprimido muitos deles.
“É por isso que eu não gosto da formiga” / premium
Se a Europa quer sobreviver, formigas e cigarras têm
de se aproximar. Todos acabarão por perceber que não haverá grandes diferenças
entre a brutal crise que vão enfrentar, sejam cigarras ou formigas.
HELENA GARRIDO
OBSERVADOR, 30 mar
2020
O
ministro António Costa reagiu de forma invulgarmente agressiva, classificando as declarações do ministro das
Finanças holandês como “repugnantes” e dizendo que ninguém tem paciência para
comentários de ministros holandeses, como aqueles que enfrentámos na crise
financeira e das dívidas soberanas. E reforçou o que disse, dizendo que deviam
estar a brincar com ele quando lhe perguntaram se estava arrependido de ter
feito tais declarações.
António
Costa podia até ter ido mais longe. A desconfiança dos holandeses em relação
à forma como os países do sul da Europa gerem as suas finanças não é de hoje,
nem de 2010. Desde a fundação do euro que a Holanda olha com desconfiança
para os países do sul da Europa. Na altura, houve um ministro holandês que, na
luta contra a entrada desses países no euro, chamou-lhe o Clube Med. E na
realidade os holandeses não estão sozinhos, são apenas os que verbalizam essa
desconfiança. Aliás, o Pacto de Estabilidade foi uma das formas de acalmar essa
desconfiança, esse medo que as cigarras se aproveitassem das formigas.
O
que é grave nestes alertas não é o conteúdo em si, mas a sua total falta de
oportunidade, o que os torna, como diz António Costa, “repugnantes”. Mas por
outras razões. O governo holandês não devia pedir que se investigassem os
países – ou, na versão holandesa, que se tentasse perceber o que falhou para
que uns tenham margem financeira para enfrentar a crise e outros não. Devia
antes investigar a actuação da Comissão Europeia nestes últimos anos de
expansão económica, além de fazer uma auto-crítica no Eurogrupo e no Conselho
Europeu.
Porque
foram a Comissão, o Eurogrupo e o Conselho que deixaram passar contas públicas
com medidas de redução do défice que de estrutural nada tinham, que deixaram
que se adoptassem medidas que teriam um impacto significativo na qualidade dos
serviços, se a despesa não aumentasse depois significativamente.
O
caso português é um bom exemplo. Para satisfazer as clientelas mais vocais,
reduziu-se o horário semanal de 40 para 35 horas sem ter dinheiro para
compensar essa diminuição, não se investiu e deixou-se degradar os
serviços públicos. Podíamos ter ido mais longe, reduzido mais a dívida
pública e teríamos hoje uma base mais sólida do que diz Mário Centeno para
enfrentar a crise. Mas quem alertava para esses problemas era (como é) invariavelmente
acusado de estar contra o Governo, para citar apenas uma declaração de
intenções e evitar a divulgação de insultos.
Todos
sabíamos que era uma questão de tempo, inclusivamente o Governo, até vir ao de
cima a forma como se estava a controlar o défice: um colete-de-forças que um
dia ia rebentar. Infelizmente para todos nós rebentou da pior forma, com um
gravíssimo e inesperado problema sanitário. É verdade que mesmo que
tivéssemos sido financeiramente mais racionais na gestão das contas públicas – mais
formigas – enfrentaríamos o mesmo problema, com a diferença importante
de termos mais margem do que temos e, mais importante ainda, não teríamos medo
do tempo depois do coronavírus, quando os mercados começarem a olhar para a
dívida. Felizmente não estamos sozinhos, e é isso que os holandeses não
compreenderam. As formigas vão sofrer tanto como as cigarras, umas e
outras vão ver as suas dívidas públicas dispararem e precisam de ajuda e de se
apoiarem mutuamente. Pode ser indiferente ter sido cigarra ou formiga.
Cada
um dos países terá de levar em conta os seus condicionalismos políticos, a sua
atitude mais de cigarra ou mais de formiga. E a União Europeia tem de
encontrar uma solução que faça a ponte entre as cigarras e as formigas, entre
as pombas e os falcões, na linguagem dos banqueiros centrais. E há uma
solução, nomeadamente aquela que é proposta pelo governador do Banco de Portugal na entrevista ao Expresso: financiar
os países através de obrigações emitidas pelo Mecanismo Europeu de
Estabilidade, mas – e este “mas” é muito importante – sem impor condições de
política económica, como aconteceu nos programas de ajustamento, por nós
conhecido como a era da troika. A única condição aceitável é que esses
recursos sejam usados para pagar os custos associados à pandemia, podendo
eventualmente alargar-se para financiar uma reserva estratégia no sector da
saúde. Não é mutualização da dívida, mas é o que é politicamente possível:
sossega os países do Norte e, ao mesmo tempo, não acorda os fantasmas dos
resgates que tanto fizeram sofrer os países do Sul.
Todos
têm de ter consciência de que a crise que se avizinha será brutal, mesmo com os
apoios, inéditos, que os governos estão a dar. O FMI tem um levantamento desses apoios que atingem o seu máximo
nos Estados Unidos mas que são igualmente elevados em países como Portugal.
A linha de crédito de 3 mil milhões de euros (1,4% do
PIB), o adiamento de algumas obrigações fiscais estimado em 5,2 mil milhões de
euros (2,5% do PIB) e mil milhões de euros ou 0,5% do PIB de reduções nas
contribuições para a segurança social somam 4,4% do PIB, contas feitas pelo
FMI. São valores muito significativos para um país da dimensão de Portugal que
estão estimados por baixo, já que não estão aqui contabilizados os apoios
associados ao lay off, nem aqueles que vão ser dados às pessoas em quarentena
ou que têm de ficar em casa por não haver escola para os filhos. E que comparam
com valores da ordem dos 4% na Alemanha ou de 2% em Espanha, também nas contas
do FMI.
Uma
outra forma de olhar para a dimensão da intervenção, que o Governo está a fazer
para reduzir o impacto da pandemia, é olhar para o alívio de tesouraria que
existirá durante este trimestre: contabilizados os 9,2 mil milhões de euros que
o Fundo identifica com base em dados do Governo e juntando os 9 mil milhões de euros que se
estima que seja o efeito da moratória de seis meses para os empréstimos,
estamos a falar de mais de 8% do PIB. Como está tudo concentrado no segundo
trimestre, as medidas têm capacidade de libertar tesouraria equivalente a 25%
do PIB (somando 9,2 com 4,5 de valor equivalente ao trimestre da moratória). Tudo
isto pode evitar a falência de muitas empresas, condição para se chegar à fase
em que já podemos abrir a economia, sem ter destruído boa parte da sua
capacidade produtiva. Mesmo assim O PIB pode cair entre entre 3,7% e
5,7% nas projecções do Banco de Portugal, ou atingir mesmo os 20% no cenário mais pessimista
da Universidade Católica.
Estamos a viver uma crise sem
precedentes, para a qual faltam adjectivos. E estamos todos no mesmo barco,
todos os países do mundo. Ser egoísta, por muito tentador que o seja, é
irracional. Mais do que nunca a União Europeia tem aqui uma oportunidade para
mostrar que consegue ser importante quando estão em causa funções centrais,
como defender a saúde dos cidadãos e a sua vida depois da pandemia.
COMENTÁRIOS
Paulo Dias: Cem mil milhões de euros de fundos europeus depois, continuamos e iremos
continuar na cauda da Europa. Não me parece que a culpa da nossa irresponsabilidade
seja da União Europeia. Nem podemos esperar que os outros nos impeçam de ser
irresponsáveis. Temos 900 anos, já somos crescidos.
Alfaiate Tuga. Brutal Porque foram a Comissão, o
Eurogrupo e o Conselho que deixaram passar contas públicas com medidas de
redução do défice que de estrutural nada tinham” Então a culpa de o governo
tuga estampar o dinheiro a comprar o apoio dos comunas e berloques é da
comissão europeia... Nós nunca temos culpa de nada, nem de gastar mal o dinheiro. Pelo que acabo de ler, esta senhora acha que
deve ser a comissão europeia a governar Portugal. A comissão está-se e bem a
borrifar para como é que estourámos o guito, quer saber é do défice, onde se
estourou o guito é problema dos tugas, os 50% que não votam, mais os
funcionários do privado que votaram no PC, BE, PS , agradeçam agora à
geringonça os trabalhos que vão passar. Se em vez de andarem a distribuir o
dinheiro pelas clientelas, tivessem amortizado dívida, agora podiam ter folga,
assim ouvem lições de moral e apertam o cinto, é a vida....
Maria Costa: Eu, formiga que estudou muitos anos e deixou de ir à praia e a festas
porque tinha de estudar, que trabalhou muitos anos, muitas horas esforçando-se
para conseguir ter êxito no emprego, pago todos os meses metade do meu salário
em impostos. Para sustentar um monte de cigarras a quem se dá casa, subsídios,
abonos e afins, cigarras que nunca se esforçaram e que todos os dias exigem
direitos sem nunca falar de deveres. Solidariedade???? Repugnante.
Isabel Antunes > Maria Costa: Paga muito mais do que metade do seu salário.
Junte-lhe os IMI’s, as taxas da electricidade, água e gás. O IVA e mais
milhentos outros impostos, taxas, taxinhas e quejandos e vai ver o lindo total
que lhe é confiscado ao fim do mês para sustentar as cigarras que, depois, têm
direito a muito mais do que você.
José Mendes: Não é imprimir notas! É fazer
transferências, registos digitais, dos balanços das instituições financeiras
para os balanços dos governos. A paralisação
das economias vai destruir completamente o sistema financeiro se este não
alimentar já essas economias reais congeladas, para logo a seguir poder beneficiar
delas como até agora. Todos os dias as
instituições financeiras estão a degradar os seus balanços inutilmente, só por
desvalorização automática dos activos. Em
vez desse deixar andar e agravar até ao colapso é inteligente usar esses
recursos financeiros para alimentar a "galinha dos ovos de
ouro".
Luís Martins: Os exemplos que deu das medidas dos governos de Costa, como o da redução
do número de horas de trabalho e as cativações como método para atingir déficit
nulo, são precisamente o tipo de medidas que sustentam as críticas dos
holandeses, i.e, reduzem as horas de trabalho em prejuízo dos serviços,
e atingiu-se o défice zero pela absoluta depauperação dos serviços públicos de
saúde e de educação, ao invés de o conseguir pela via das medidas estruturais. No fundo, o seu artigo vem dar razão ao ministro
holandês, por mais que custe ouvir este tipo de críticas. Depois engana-se quando diz que esta crise afectará
tanto as cigarras quanto as formigas, porque as formigas estarão muito mais bem
preparadas do que as cigarras. O caos em Itália, Espanha, França e muito
provavelmente em Portugal, tem um denominador comum; pertencem todos ao Club
Med.
Isabel Antunes > Antaeus: Chega ao trabalho, atrasado, vai tomar o cafezinho, dá
uma vista de olhos pelo e-mail pessoal, outro cafezinho, sai para almoçar uma
hora e meia, mais uma voltinha pelos e-mails e redes sociais, outro cafezinho a
meio da tarde. Sai à hora de saída em ponto e vai tomar um copo com os amigos. Tanta
hora de trabalho em Portugal....
Marco Silva > António Coimbra: Porque os funcionários públicos
são clientela da esquerda e extrema esquerda, logo recebem todos e mais alguns
benefícios. Os outros só têm de trabalhar,
calar e pagar. Mas os culpados são os que não votam...preferem que tudo fique
na mesma que votar para mudar.
joão reis > Marco Silva: No período 2011-2015 todos os FP eram de direita... ou
só os 26 mil desde 2016 ???
Artur Valter > António Coimbra: Porque não pagam os patrões os
33% restantes? Ou esquece que o Estado é, também, patrão... Quando os
funcionários públicos ganhavam, para a mesma função, muito menos do que no
privado, não me lembro de ter ouvido os trabalhadores do privado pedir para
ganharem tanto como no público (e eu, com 70 anos já vivi bastante e recordo
bem o que se foi passando ao longo da minha existência...). Por outro lado, o que têm os
pensionistas a ver com o caso? Eu trabalhei e descontei 40 anos... Quantos
trabalhadores do privado, reformados, trabalharam e descontaram durante 40
anos, sobre a totalidade dos valores que sugeriram? Já pensou que se todos os
trabalhadores do privado descontassem durante 40 anos, sobre a totalidade dos
seus rendimentos, teriam uma reforma bem melhor do que aquela que sugerem hoje?
E quem são os funcionários
públicos que estão em casa, a ganhar, sem trabalhar? Quem tem que suportar a
economia é o tecido empresarial, não a função pública ou os reformados...
Haja bom senso e ponderação no
que se escreve.
Artur Valter > Marco Silva: Brilhante raciocínio... Funcionários públicos, igual a
malta da esquerda e da estrema esquerda... Onde foi arranjar esta ideia?!...
Tanto médico, tanto enfermeiro, tanto juiz, tanto militar, tanto bombeiro,
etc., etc., tudo de esquerda ou da estrema esquerda...
Cara Sapo > Artur Valter: “Quando os
funcionários públicos ganhavam, para a mesma função, muito menos do que no
privado…” Quando é que isso aconteceu? E
convém não esquecer que para a mesma função há desempenhos muito diferentes.
Artur Valter > Cara Sapo: Quando é que isso aconteceu?!... Deve ser muito nova e
conhecer pouco da nossa história... Foi sempre assim até ao 25 de Abril... Ainda
hoje isso acontece em algumas profissões, veja- se, por exemplo, quanto ganha
um médico no privado e quanto ganha no público...
Manuel Oliveira > Artur Valter: O seu 'patrão' estado cobra coercivamente de mim o que
lhe apraz... percebe a diferença?
Artur Valter > Manuel Oliveira: Cobra coercivamente de si?!...
Mas isso é ilegal... Ou chama pagamento coercivo a pagar impostos? Vai por
aí muita confusão... Qual o Estado que não cobra impostos, conhece algum? Eu
não. E qual é o País que não tem funcionários públicos? Também é dos que pensa
que temos muitos? E que são principescamente pagos? Olhe que não... Não se
deixe enganar com os números, normalmente usados, que se referem a médias e não
a estudos comparativos, por profissões.
Vitor Carola: Em relação à Europa e ao euro só lembrar que Itália e Espanha são
respectivamente a terceira e a quarta economia do euro. E a França, a segunda.
A UE precisa de um instrumento de dívida comum para mutualizar os custos
fiscais do combate a esta crise. Só dessa forma podemos ajudar os países que
foram particularmente atingidos e evitar que caiam numa crise de solvência sem
culpa própria. E só a zona euro como um todo tem essa capacidade. Já por cá se o SNS já provou alguma coisa é que
as previsões de alguns abutres sobre as sua fraquezas eram manifestamente
exageradas.
Isabel Antunes > Vitor Carola: Acho que a procissão ainda vai no adro. É cedo para
fazer afirmações dessas.
Vitor Carola > Isabel Antunes: As afirmações respeitantes ao
futuro chamam-se previsões. Ainda assim sempre condicionadas. Como é óbvio as
afirmações são sempre respeitantes à data. E para o que se chegou a ouvir falar
aqui… Mas também não é preciso ser cientista para saber de antemão que ninguém
mas mesmo ninguém está preparado para uma pandemia. Nem havia nisso qualquer
racional económico. Onde se joga tudo é na capacidade de alocar recursos o
mais rapidamente possível.
Pena Fidellis > Vitor Carola: Ou será porque deixaram os idosos abandonados á sua
sorte nos respectivos Lares.
Pena Fidellis > Artur Valter: Tem razão, não abandonaram apenas os idosos, mas
também os poucos funcionários que têm resistido.
Artur Valter > Pena Fidellis: Mas quem é que abandonou quem? As famílias? As
instituições que se fartaram de ganhar à custa das famílias (veja-se, por
exemplo quanto pagavam no lar de Braga onde morreram dois idosos...) e os infectaram?
Sejamos intelectualmente honestos... E deixemo-nos de demagogia ou de falar do
que não conhecemos...
Vitor Carola > Pena Fidellis: Em primeiro lugar quem é que deposita os velhos num
depósito qualquer? E em segundo lugar a maior parte dos lares visados são
particulares. Quanto muito com responsabilidades das misericórdias e alguns
casos das autarquias. Fora os ilegais… Com o Estado Social estendido aos lares
nunca se passava esta pouca vergonha. Infelizmente o Estado Social está a ser
sangrado muito antes.
José Mendes: A sobrevivência de todas as instituições financeiras do mundo obriga-as a
fazer um sindicato financeiro mundial para disponibilizar a todos os governos
do mundo todo a capital que eles peçam a fundo perdido, já.
Mudem o chip! O
mundo decidiu parar a economia para salvar vidas. Grande
decisão humanista. Talvez a primeira vez na
história da humanidade as pessoas estão primeiro! A máquina da economia, quer
do lado do Trabalho, quer do lado do Capital, tem de manter-se de prontidão
para voltar intacta após a derrota da covid-19 por medicação a inventar e após
a derrota do vírus por vacina a inventar. É essencial pagar a economia
congelada seja qual for o custo financeiro. O mundo financeiro valerá zero se
deixar degradar o dispositivo da economia. Os triliões que forem necessários
têm de ser já disponibilizados, por sindicatos de todas as instituições
financeiras do mundo, a fundo perdido, aos governos todos do mundo. Esses governos
têm agora duas missões: a) Saúde de todos; a) pagar a padrões e estes a
trabalhadores, pagar a reformados e a desinseridos sociais. Pagar o necessário
para manter a economia e a sociedade parados, em estado estado de prontidão,
para voltar a funcionar sem começar do zero. É a primeira vez na história
que se congelam as actividades do mundo para se salvarem as pessoas. As
respostas tradicionais às crises são totalmente inadequadas agora. Mudem o chip
já! Depois será tarde. Depois só economias de guerra à força da bala farão
reerguer a economia a favor de quem tiver mais poder de fogo.
José Mendes
> Isabel Antunes Com o balanço.
Pena Fidellis > José Mendes: É imprimir
notas a rodos, para os cidadãos irem aos supermercados carregados de sacos de
notas, para comprar um simples pão (se o houver), porque não haverá mais nada.
Venezuela para todos.
Artur Valter > Isabel
Antunes: Costuma-se pagar, com dinheiro ou crédito...
José Mendes > Pena Fidellis: Não é imprimir notas! É
fazer transferências, registos digitais, dos balanços das instituições
financeiras para os balanços dos governos. A
paralisação das economias vai destruir completamente o sistema financeiro se
este não alimentar já essas economias reais congeladas, para logo a seguir
poder beneficiar delas como até agora. Todos
os dias as instituições financeiras estão a degradar os seus balanços
inutilmente, só por desvalorização automática dos activos. Em vez desse deixar andar e agravar até ao
colapso é inteligente usar esses recursos financeiros para alimentar a
"galinha dos ovos de ouro".
José Mendes > Artur Valter: Não é pagar. É investir a fundo perdido. O retorno vem
do retorno das economias de todos os países. Se
deixarem cair a economia real mundial, cai também o sistema financeiro mundial
sem a "galinha dos ovos de ouro".
Antaeus: O que os domesticadores da era da obediência se devem rir
do fundo da História para os modernos contemporâneos que ainda não superaram o
infantilismo grotesco da efabulação, mantendo-se mentalmente cativos de
dispositivos de condicionamento sócio-cultural tão primitivos... De i-phone e algemados ao pensar de tempos
remotos.
Joaquim Moreira: Já tive oportunidade de dar a minha opinião na notícia aqui do Observador,
'Da "mesquinhez" ao
"discurso repugnante": Costa ataca ministro dos Países Baixos',
de 27 de Março. E, apesar de continuar sem saber o que é que disse exactamente
o ministro das finanças holandês, Hoekstra, admito perfeitamente que as suas
palavras, no mínimo, não tenham sido oportunas. E no máximo, como dizia um tal
de Livre e Independente, que em
resposta ao meu comentário dizia, que o que disse Hoekstra, mais do que
"repugnante", era "nojento". Pelo que não só mantenho o que
disse, como acrescento o que disse ontem sobre o assunto um verdadeiro
Estadista, durante uma entrevista. Que aconselho que seja vista, e que o
Observador passou nesta notícia de ontem, em revista: '"O Governo que vier terá sempre de ser de
salvação nacional", quando a economia estiver em primeiro lugar'. E
da qual destaco o que no essencial, responde a esta discussão a que é preciso
pôr um ponto final. Dizia esse Estadista de Portugal: "Portugal não pode chegar ao norte da Europa e esquecer que
cometemos erros de endividamento que eles não cometeram”. Aqui está a
grande diferença entre um brioso Estadista e um manhoso Propagandista.
Paulo Correia: uau, ainda ninguém se tinha lembrado da fábula da cigarra e da formiga.
Muito original, obrigado. Portugal é a cigarra gorda, bêbeda e promiscua e os
países nórdicos são as pobres formiguinhas que têm de sustentar esta gente
indigna. No Obs só há formigas. Je suis Holanda!
josé maria >Paulo Correia: Em 2015, a Holanda era o segundo país europeu com
maior endividamento das famílias, a seguir à Dinamarca, numa proporção de 270%
do PIB. Em 2008 também entrou em recessão. E recebeu 1128 milhões de dólares do
Plano Marshal, o 5º país europeu a receber mais apoio dos EUA. Deve ser ainda o país com mais freis tomás per
capita. Já agora que estou com a mão na massa, a Holanda é o 5º país, à escala
mundial, com a a maior dívida externa, qualquer coisinha como 4.510.400.000.000
US Que tal ? Uau, poucochinho ? https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_d%C3%ADvida_externa
Marco Silva > josé maria: a seguir à Dinamarca, numa proporção de 270% do PIB
E estes números
vêm de onde mesmo ? Os números que encontro especificamente de 2018 e 2019, não mostram nada
disto. A chamada household debt é de pouco mais de 100% do PIB na Holanda.
103.4% para ser mais exacto em 2018. Mas vamos assumir que são 270%, você ainda acha que, a
Holanda, com os problemas que tem, tem de aceitar pagar pelos outros, que nada
fazem para prosperar e só querem subsídios, como Portugal ?
Nesta altura, já não estamos numa de arrogância e ridículo
como fez Costa, e é bem pior que a cigarra que quando estava a morrer, pediu
ajuda à formiga com humildade. Você e os portugueses que seguem a mesma
ideologia EXIGEM que os outros sofram e não resolvam os próprios problemas,
para pagar as contas portuguesas, espanholas, etc... É de facto um outro nível
de subsidio-dependência. É exigir que os outros fiquem na lama, para que vocês
façam nada e tenham todos os benefícios.
josé maria > Marco Silva E estes números vêm de onde mesmo ? Está disponível na
Internet, procure relatório da OCDE. Holanda. “Endividamento
das famílias" Sugiro a partir do Google. Bom proveito. Também quer
instruções para procurar a Holanda mais a sua
gigantesca dívida externa? Sugiro a Wikipédia, veja o link mais acima. Quanto
à pipa de massa que a Holanda
recebeu do Plano Marshall, veja também o correspondente link, poupei-lhe algum
trabalho adicional. Não tem que agradecer. É sempre um enorme prazer
desmascarar o discurso falacioso dos repugnantes. Mais alguma coisinha?
Marco Silva > josé maria: Ah da OCDE...pois, aquela
organização que remove capítulos dos seus relatórios, a pedido do governo
português? E a wikipedia como fonte? Tenha
dó... De qualquer forma, o
theglobaleconomy.com e o tradingeconomics discordam. Household debt per GDP:
Holanda em 2018: 103.4% Mas ficou a
questão à qual não respondeu, se os seus números fossem verdadeiros, a Holanda
tinha de ignorar os seus problemas para salvar a Espanha ou Portugal? E
assumindo que não são verdadeiros, teriam de salvar países que nada fazem para
prosperar? Porquê? É nesse mundo, nessa bolha em que vive? De qualquer forma, o theglobaleconomy.com e o
tradingeconomics discordam. Household debt per GDP: Holanda em 2018: 103.4
É o que dá quando você nem sequer consegue distinguir
dívida pública e dívida externa (englobando esta a pública e a privada)... Dívida
externa é o somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e
financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas
estatais ou privadas. Esses recursos podem ser provenientes de governos,
entidades financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial, etc.), bancos ou
empresas privada Mais alguma coisinha ?
……..
Adelino Lopes: Hoje vou discordar da HG, no que aos Eurobonds diz respeito. Já aqui comentei
que aceito perfeitamente as dúvidas dos países do note da europa relativamente
aos do sul. E aceitar a “repugnância” é repugnante. Foi o Costa e os restantes
governantes dos países do sul que começaram por criar divisões na europa e
enterraram a solidariedade. Mais. Diz que quem deveria ser questionado seriam a
comissão, o eurogrupo e o conselho. Pois, à boa maneira socialista convém
repartir responsabilidades para que tudo fique como está. E não foi isso mesmo
que aconteceu? Vamos propor que se altere? Por fim. Quando não se aceitam os
erros que se cometem, apesar dos avisos, não só dos europeus, mas também dos
mais diversos economistas, o que fazer? Tentar impor solidariedades? Uniões?
Sou de opinião de que cada um se deve deitar na cama que souber e puder fazer.
A solidariedade pratica-se, relativamente àqueles que por alguma razão mostram
merecê-la.
Tiago Vasconcelos: Pois, mas a mesma Helena Garrido que agora aponta -- e bem -- que o governo
português poderia ter ido muito mais longe na estabilização das contas públicas
é a mesma Helena Garrido que há um par de anos tecia loas neste mesmo jornal ao
governo de Costa.
Paulo F. Mesmo no país das cigarras há cigarras e formigas, há uns que estão em
casa, parte dos funcionários públicos, a receber a 100%,há os pequenos
empresários, cigarras, que não podem abrir os estabelecimentos e ainda têm que
pagar parte do ordenado dos seus funcionários. Depois a nível dos países há os
que sustentam, uma imensa função pública, sempre protegida, e os países que
equilibram as contas a contar com problemas destes ou semelhantes. No fundo
o que o governo português quer é que as formigas de outros países continuem a
sustentar as cigarras portuguesas, porque as formigas portuguesas já foram
esmifradas até ao tutano. A imagem é mesmo esta sem tirar nem pôr, às
cigarras cá do burgo já não lhes chega o que as poucas formigas caseiras
conseguem gerar, para todas as suas actividades culturais alternativas,
políticas sociais de abrangência e integração, intercâmbios culturais e
artísticos e tantas outras maneiras de gastar o dinheiro que "cai do
céu", tem mesmo que ser outros países a pagar tanta política social e
socialista.
Marco Silva: Sim, este portento das finanças que critica Trump por pedir à Fed para
baixar juros e elogia o BCE pela política de juros baixos. Disse mesmo que
Trump tinha muito a aprender com Costa, na questão dos juros baixos...do
BCE...aqueles dos quais Costa beneficia, mas para o qual nada contribuiu... é
um vasto conhecedor da área financeira. Eu "confiaria" nos seus
"conselhos" e/ou opiniões nestas questões......
victor guerra: A Alemanha coloca obrigações a 10 anos à taxa negativa de 0,4 e a Holanda
à de 0,3. Não querem abdicar do património que conseguiram nos mercados com as
"cigarras" do sul, às quais já ofereceram muito dinheiro, através dos
Fundos. Há enorme liquidez nos mercados e podem gastar à larga. Poupem, que
isto ainda não chegou ao fim
Marco Silva > victor guerra: Ao fim? Ainda nem começou...as
verdadeiras consequências serão visíveis daqui a uns meses e isto assumindo que
de facto se confirma que o pico é atingido em finais de Abril / Maio, caso
contrário, se se alonga, então as consequências verdadeiras só serão visíveis
no ano que vem.
Francisco Garcia: Os holandeses não querem ficar responsáveis por dívidas nossas, Costa acha
isso repugnante. Mas lembremo-nos que nos primeiros tempos do seu governo,
antes de descobrir a magia das cativações, ele andou em viagens para Atenas,
Roma, Madrid, Paris, a tentar obter consensos com gregos, italianos, espanhóis,
etc no sentido de não pagarem a dívida ou de "reestruturarem" a
dívida. E não queriam eles pôr as pernas dos banqueiros alemães a tremer?
Os outros líderes do Sul, não deixando de argumentar e
de deixar avisos, foram mais correctos. Macron praticamente calou-se. O único
que foi tão longe na linguagem foi Costa, do pequeno Portugal.
Marco Silva: São as cigarras que odeiam as
formigas, mas que exigem que as formigas trabalhem para sustentar as cigarras. Quem apoia a cigarra são os/as parasitas. Não há
outra interpretação. Em vez de quererem o próprio país a prosperar, querem
antes que outros paguem para que não tenhamos de fazer nada para melhorar o
nosso país. Há uns dias, um esquerdalha aqui na secção de comentários dizia que a
holanda era um bando de trafulhas que se aproveitou para criar um paraíso
fiscal etc e tal. Tal diarreia mental é natural nos/as esquerdalhas, pois há
muito que a racionalidade não existe naquelas cabeças.
A holanda criou o "paraíso fiscal" porque...criou um
sistema de impostos atractivos para as empresas e isto estimula qualquer
economia. Em Portugal os impostos são altíssimos e claro que não há qualquer
empresa que queira vir para cá. Os/as esquerdalhas criticam quem estimula a
sua economia positivamente, e têm zero críticas para quem arrasa a nossa,
socialistas e comunistas. Estas
são as cigarras. São as que se ofenderam quando alguém diz os países do sul querem é
"álcool e gajas", mas não se ofendem por Portugal ser dos países
mais pobres e miseráveis da UE e só tem vindo a piorar, pois países que
anteriormente estavam pior que Portugal, estão agora ao mesmo nível ou à nossa
frente. Na verdade não é só "álcool
e gajas" é também "futebol" e o resto é irrelevante, porquê ?
Porque se vive neste pesadelo socialista onde a generalidade das pessoas pensa
da seguinte forma: "Se
correr mal, não há problema, o estado dá-me um subsídio" E em vez de criticarem isto, as cigarras
estão, sim, de mãos abertas para receber subsídios, em vez de trabalharem e
exigirem por um estado que consuma menos recursos e que permita sem grandes
burocracias, um mercado aberto e simples, para novas iniciativas que
vão estimular a economia. Em Portugal há
mais cigarras que formigas e as consequências são visíveis. Continuem a
atacar quem vos critica e não tenham qualquer espirito critico, como foi até
agora...tem funcionado lindamente...3 bancarrotas, terceira
maior divida da europa, décima maior do mundo, salários baixos, impostos altos,
pais subdesenvolvido onde apenas lisboa e porto têm "alguma coisa",
serviços públicos miseráveis e/ou não funcionais....é um país altamente
corrupto pois a população exige nada dos governantes e nem os castiga nas
eleições, especialmente se forem de esquerda, a raiz de todos os nossos
problemas desde 1974. Quem podia imaginar que nem 8 anos depois da última bancarrota os
portugueses voltassem a votar nos socialistas? E pior, os que não votam,
permitiram isso? São cigarras...mais nada. As formigas são poucas, as que votam
para remover do poder os que destruíram este país...
Antonio Fonseca: “É por isso que eu não gosto da formiga”: Não goste. Ninguém é obrigado a
gostar de ninguém e muito menos da formiga. Mas não sei porquê, todos os
que dizem não gostar da formiga, fazem-no lobrigando os grãos que ela amealhou,
"A única condição
aceitável é que esses recursos sejam usados para pagar os custos associados à
pandemia, podendo eventualmente alargar-se para financiar uma reserva
estratégia no sector da saúde" Ah! Ah! Ah! Querida Helena: "VOCÊ ACREDITA MESMO NESTA GARANTIA)" Ah! Ah! Ah!
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