sábado, 3 de outubro de 2020

Deram no vinte

 

Rui Ramos – e muitos comentadores, seus apoiantes - na sua interpretação das espertezas pantomineiras de uma população de esquerda maliciosa, que ataca Trump, aparatosamente, e finge defender um Biden não menos merecedor de críticas, manipulado que é, e idêntico a tantos. Mas a esquerda avança sorrateiramente e o caos não tardará, na inversão de todas as estruturas mentais e comportamentais…

Não usem Trump para esconder as vossas ideias /premium

Porque não podem preferir Trump, sem se desonrarem, aqueles que querem uma América diferente da que Biden propõe? A histeria anti-Trump é uma maneira de a esquerda tentar limitar a escolha política.

RUI RAMOS Colunista do Observador       OBSERVADOR, 02 out 2020

Não é possível, claro que não é possível. Quatro anos de um presidente que, em debate, desrespeita os adversários e os manda calarem-se? Um presidente que não é capaz de condenar claramente a violência extremista? Um presidente acusado de assédio sexual e de colaboração política com racistas? Um presidente cuja família é suspeita de corrupção? Não, aos EUA não convêm um presidente desses — um indivíduo que, no fundo, não passa de um velho milionário de outras eras

Ah, esperem. Talvez, antes de continuar, me convenha esclarecer uma coisa. Não estou a falar de Donald Trump, o presidente americano desde 2017. Estou a falar de Joe Biden, o candidato que o Partido Democrata propôs para substituir Trump em 2021, e que está à frente nas sondagens. Sim, durante o debate, Biden chamou “palhaço” ao seu adversário e mandou-o calar-se. Sim, Biden não foi capaz de repudiar sem ambiguidade a violência dos chamados Antifa, a quem deu a dignidade de serem apenas “uma ideia”. Sim, Biden é acusado de assédio sexual e durante anos, no congresso, colaborou com os representantes do Partido Democrático que, no sul dos EUA, era o partido da segregação racial. Sim, os negócios da família de Biden, que enriqueceu na política, são motivo de desconfiança.

Estarão já a pensar: mas para que serve lembrar estas coisas? Para nos dizer que Trump e Biden são a mesma coisa? Não, muito ao contrário. Vou dizer que são politicamente muito diferentes, e que faz todo o sentido, por isso mesmo, apoiar uma ou outra candidatura, independentemente da personalidade dos candidatos. Esse é o grande equívoco que o anti-trumpismo tem cultivado. A esquerda americana e mundial faz de conta que, neste momento, o problema dos EUA – e até do mundo — é a pessoa de Trump, supostamente mais malcriado, mais caótico, e mais escandaloso do que qualquer outro presidente. Como se a divisão e polarização política nos EUA ou a instabilidade e a mudança da relação de forças no mundo tivessem sido uma criação de Trump, e pudessem desaparecer com o fim da sua presidência. E sobretudo, como se os americanos que não subscrevem os pontos de vista da esquerda estivessem obrigados a sacrificar as suas preferências políticas para libertar a república do actual presidente. Nestas eleições, estaria apenas em causa retomar a “normalidade” interrompida por quatro anos de perturbação trumpista. Ora, isto é um embuste. O problema não é, obviamente, apenas Trump, a sua agressividade, a sua relação com Putin, ou as acusações de assédio. Porque quando a agressividade, a relação com Putin (pela qual, inicialmente, Obama foi muito aplaudido) e as acusações de assédio dizem respeito a um Democrata, já não são problema. O entusiasmo com o MeToo à esquerda, por exemplo, acabou no dia em que as acusações tocaram Biden. Porquê? Naturalmente, porque para a esquerda é mais importante disputar a presidência, e Biden é aquele que está em melhores condições de o fazer. Por isso, perdoar-lhe-ão tudo. Até a extrema-esquerda, depois de muito ranger de dentes, já se conformou com a ideia de votar em Biden, mesmo sem concordar com ele.

A questão é então esta: porque não pode a direita fazer o mesmo, com as mesmas reservas? Porque não poderão votar em Trump, sem se desonrarem, aqueles que querem uma América diferente daquela que Biden propõe? Quem, por acaso, assistiu ao debate de terça-feira sem a única intenção de se indignar com Trump pôde constatar que, para além do folclore das interrupções e dos dichotes mútuos, havia opções políticas fundamentais a separar os dois candidatos. Por exemplo, quanto ao futuro do Supremo Tribunal ou à socialização dos cuidados de saúde. Neste momento, em relação a esses temas, Trump representa a tradição constitucional e uma América assente na iniciativa e responsabilidade individual. Faz sentido para alguém que preza essa continuidade e essa América votar em Trump – lamentando embora que essa opção seja, nas eleições de Novembro, representada por Trump. Tal como faz sentido, para quem detesta essa continuidade e essa América, escolher Biden – lamentando que tenha de ser Biden.

Sim, o ideal era todos os candidatos presidenciais terem a educação e a probidade de Mitt Romney, o candidato republicano de 2012, provavelmente o mais decente e digno candidato presidencial nos EUA nos últimos 40 anos. Mas sabem uma coisa? Trump até pode corresponder a tudo o que a esquerda diz dele. Mas Mitt Romney, que não correspondia, mereceu a mesma barragem de acusações e mentiras. Aliás, todos os presidentes republicanos, independentemente das suas qualidades pessoais, foram nas últimas décadas caricaturados pela esquerda americana de maneira igual. Ronald Reagan, nos anos 1980? George W. Bush, já neste século? Todos loucos, estúpidos, fascistas, racistas, imperialistas… Todos iam começar a III Guerra Mundial. Todos iam fazer dos EUA um novo Terceiro Reich. Nunca precisaram de se portar como Trump: bastou não serem de esquerda para serem tratados como Trump.

E não, também não estou, com isto, a insinuar que Trump é como George W. Bush ou como Ronald Reagan. Reagan era um internacionalista à maneira da Guerra Fria. Bush já talvez tivesse desejado ser outra coisa, mas Bin Laden não o deixou. Trump é um nacionalista, um presidente do pós-Guerra Fria, que nitidamente prefere uma América menos comprometida com o Mundo Livree a esse respeito, significativamente mais próximo de Barack Obama do que à esquerda e à direita convém reconhecer. Mas para quem vive na América é ele, e não Mitt Romney, que agora pode manter o poder executivo e judicial do lado daqueles que desejam um Estado mais pequeno e uma economia mais livre. As esquerdas americanas, como a esquerda brasileira fez perante Bolsonaro, fingem que a única coisa que importa é afastar um “monstro”. Depois, logo se verá como governar o país. Mas essa é apenas uma maneira de esconderem as suas ideias e os seus planos e, ao mesmo tempo, negarem aos seus adversários o direito a terem outra visão e outras políticas.

Não, a questão não é simplesmente de personalidades ou de estilos. A questão é política. Há duas visões da América. Em 2020, uma dessas visões é representada por Trump e outra por Biden. Dir-me-ão: Trump é um “filho da mãe”. Até pode ser, mas é o “filho da mãe” dos que preferem um Estado pequeno e uma economia livre, tal como Biden – acusado e suspeito dos mesmos pecados que Trump – é o “filho da mãe” dos que preferem um Estado maior e uma economia dirigida. Não devia ser assim? É assim.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA  AMÉRICA  MUNDO  DONALD TRUMP  ELEIÇÕES EUA  JOE BIDEN  BARACK OBAMA  VLADIMIR PUTIN  RÚSSIA

COMENTÁRIOS:

Lúcio Cornélio: Diz-se que Franklin D. Roosevelt terá dito em relação a Anastasio Somoza: “Somoza may be a son of a bitch, but he’s our son of a bitch.” Neste caso, e não sendo eu cidadão dos EE.UU., quer-me parecer que Trump não será certamente o meu "filho da mãe"; mas Biden, com toda a carga de neo-nazismo-correcto-de-esquerda que arrasta atrás de si, não o é com toda a certeza. E acho que, no fim, não será também o "filho da mãe" eleito pelos americanos que ainda preservam alguma réstia de liberdade.   psssttt psssttt: Não Rui Ramos, a diferença não é apenas entre um aparelho de Estado mais pequeno e economia mais livre ou um Estado maior e mais intervencionista. A diferença é entre a civilização e a tentativa de a desmantelar. As forças que apoiam Biden (a esquerda mundial) têm como propósito a destruição da civilização ocidental. JP Ribeiro: O Trump não pode agradar é esquerda: um Hitler que respeita a Constituição e as instituições, combate o pântano/polvo do Estado, é o primeiro Presidente neste século a não iniciar uma guerra (imagine-se o descaramento), e está a fazer a paz entre Israel e vários estados Árabes. Como é possível gostar-se de Trump! Manuel Silva: Brilhante artigo, obrigado RR.  Joaquim Moreira: Estou, senão inteiramente, muito de acordo com esta análise da situação vigente. Na verdade, estão em causa duas formas de sociedade. Uma, a da esquerda, a outra, do resto da sociedade. Mas convém dizer que, fora dos USA, há também muita gente de direita, que está a embarcar nesta política pela esquerda feita. De uma coisa tenho a certeza, o Presidente dos Estados Unidos não é uma Alteza, até porque não é essa a sua natureza. Até, antes pelo contrário, é mesmo um político sem formação especial na arte de ser político vigário. Diz o que lhe vem à cabeça, sem nenhuma preocupação, em elaborar um discurso capaz de comparar com um político, aldrabão. Curiosamente, é acusado de mentir, embora o que faz é dizer o que pensa, sem pensar nas consequências, ou no que vem a seguir. O que não agrada nada ao político formal e a uma certa CS. Que gosta mais do político que faz o seu ideal. O direito de aplicarem a lei islâmica às suas comunidades em território francês - subtraindo-se às leis da República - e já controlarem de facto bairros e regiões inteiras de França - ao que Marine Le Pen chama há 10 anos os "Territoires perdus de la République", procurando alertar até agora em vão os franceses para a destruição do seu país e da Europa!! Isto é a prova de que não existe "multiculturalismo" nenhum, a não ser da parte dos europeus, que nada têm feito para evitar a colonização da Europa! Andrade QB: Rui Ramos melhora a cada dia que o cinismo do discurso das pessoas "boas" mais cínico se torna. Até este arranque do artigo me surpreendeu, não obstante para mim nunca ter havido dúvidas de que a diferença entre Biden e Trump ser só de estilo. De qualquer maneira, não me sinto representado por Trump. O único caminho para o sucesso das pessoas e não dos funcionários (não me refiro aos funcionários públicos, mas aos dos partidos que tomam conta do Estado) é que estas sejam representadas por pessoas e não por cretinos. Para representar os funcionários qualquer Biden serve.  Fernando SILVA: Em 2016 diziam que Trump era um perigo para a democracia nos EUA e para a paz no mundo. A verdade é que a democracia não acabou nos EUA e que o mundo não tem hoje mais conflitos armados do que tinha com Obama. Rui Ramos tem razão: convém não deixar que "a árvore" dos estilos pessoais esconda "a floresta" das politicas efectivas e escolher de que lado estar no confronto politico entre « conservadores» e «progressistas».  Marco Silva > Fernando SILVA: Diziam mais que isso. Antes de Trump assumir a presidência, já havia "artigos" onde escreviam que com Trump a terceira guerra mundial vinha a caminho. Trump foi criticado, demonizado e inventaram todas as teorias e mais algumas para o deitar abaixo e mesmo assim, como o presidente mais escrutinado de SEMPRE, conseguiu o que NENHUM conseguiu nas últimas 4-5 décadas, que foi colocar os EUA no topo e numa posição segura, com mais empregos, mais indústria, mas actividade empresarial, mais dinheiro nos bolsos de norte-americanos, com melhores acordos comerciais e com acordos de paz históricos. Obama que foi o "deus" da esquerda durante 8 anos, recebeu um nobel da paz por um discurso e depois foi responsável por duas guerras, com consequências para a Europa AINDA HOJE, com os "refugiados" e que criou campos de venda de escravos (na LÍbia), bem como outros conflitos no resto do mundo. E foi o presidente mais letal com drones de SEMPRE...entre outras tantas coisas como perseguição de denunciantes (que agora no tempo de Trump já eram muito importantes e deviam ser defendidos) e corrupção. É como comparar alguém que nem uma mosca mata, com Lenine...no entanto a esquerda claro escolhe o Lenine e iguais a Lenine (como Biden, que segue as mesmas politicas de Obama, mas com radicalidade) Tudo isto demonstra que a esquerda não quer prosperidade e quem ousar intrometer-se nos seus planos de pobreza e miséria, vai ser demonizado, censurado, banido, e serão inventadas todas e mais algumas mentiras, para o/a denegrir.  Carlos Guerreiro: A questão do RR é pertinente ( A questão é então esta: porque não pode a direita fazer o mesmo, com as mesmas reservas? ) e todas comparações que faz são pertinentes e relevantes. Diria que se tudo se resumisse a isso...muitos de direita apoiariam Trump. Mas o artigo não aborda outras questões, para mim, igualmente ou mais importantes: o Trump é um mentiroso compulsivo (mente em todas as frases); é totalmente ignorante em todos os assuntos (excepto imobiliário); não há assunto nenhum que não se ache (e o achem) um perito mundial; é um tipo que caiu naquele lugar de forma inesperada e sem saber o que fazer com a função; é um vendedor que arranjou um púlpito para vender (parece que vende bem, a julgar pelas receitas dos seus empreendimentos; é um gajo que tem zero interesse em qualquer outro ser humano que não seja ele próprio. Também se poderia perguntar à direita 'aceitas ter este tipo como teu representante durante mais 4 anos, apesar de tudo que já sabes dele ou preferes dar um passo atrás e correr com ele e esperar que nas próximas eleições sejas representado por alguém mais decente?  Maria Emília Santos Santos: Grande crónica! É isso mesmo, a esquerda inventa tudo para acusar Trump, principalmente, porque Trump é pró-vida e os lobbys abortistas, não toleram isso. Os gangs são todos obra da esquerda radical para acusar Trump. Os poderosos multibilionários, injectam milhões para dominar a media e a imprensa e a colocar contra Trump. Os bispos da Igreja Católica, têm feito campanha a favor de Trump, porque ele garante liberdade religiosa, enquanto que Biden, apenas promete protecção aos projectos amorais da esquerda.  Francisco Albino: Grande texto de RR! Eu também estou por uns EUA com um estado mais pequeno, uma economia mais livre, o politicamente correcto limitado o mais possível e o controlo de movimentos de destruição e terrorismo urbano. Os candiadatos que se defrontam são aqueles 2 e não outros.  JORGE PINTO: Excelente e clarividentíssimo! E não é só a dimensão do estado e a liberdade económica: é também a defesa e prossecução dos valores que permitiram atingir o mais elevado estado de civilização e desenvolvimento humano contra aqueles cujo escopo é a sua desvalorização, destruição e posterior substituição por uma leninada, gramscianada ou marcuseanada qualquer “à feição” da auto-proclamada “vanguarda” do momento.  pedro dragone: Desta vez completamente de acordo como Rui Ramos. O Americanos (que conheço muito bem) são um povo muito pragmático que se está completamente c*gando para os modos e a moral do seu presidente (actualmente Trump mas poderia ser outro qualquer) contando que este lhes encha o bolso ou, pelo menos, não lho esvazie. É um povo que olha essencialmente para resultados. E os resultados da governação Trump (pré Covid) era uma economia fulgurante e a taxa de desemprego mais baixa desde há quarenta anos! Economia que, mesmo em contexto Covid, já está a recuperar em grande velocidade (a economia Americana movimenta-se para cima ou para baixo "à velocidade da luz"). É isso que os Americanos vão levar em linha de conta e não o ruído mediático patético à volta da figura de Trump (que eu pessoalmente até acho divertida!; e antes isso que cinzentona..). Por isso tenho poucas dúvidas que Trump irá ser reeleito. E por uma margem maior que na disputa com H. Clinton  Manuel Magalhães: Artigo que bem demonstra o mundo em que estamos inseridos e dominado pelos media ao serviço da esquerda, quando no fundo o que mais interessa é a política de cada um dos candidatos e não propriamente a personalidade de cada um, e quanto a políticas não há dúvida que Trump dá muito mais garantias na defesa dos valores Ocidentais e do mundo em que estamos habituados a viver do que Biden que apenas nos poderá garantir mais decadência sob todos os aspectos, pois aquilo a que chamam “progressismo” só tem trazido miséria e desgraça em todos os países onde se tentou implementar!!!  Carlos Quartel: Não acredito que os USA sejam terreno para as ideias socializantes e estatizantes. A questão da liberdade pessoal é essencial para o americano médio e por mais antifas e outras tentativas esquerdizantes, tudo falhará. Ainda hoje há americanos que se recusam a pôr matrículas nos carros, por não lhes caber na cabeça esse controle e essa interferência. Têm um grosso problema de racismo, com 50 ou 60 milhões de pretos, que não conseguem digerir e que, de vez em quando estoira. Mas as culpas são de todos, dos pretos também, em permanente atitude desafiante e provocadora. Trump parece-me uma figura inapresentável, um vulgar vigarista e mentiroso, malcriado e arrogante. Mas há que tentar analisar a política, além da pessoa. Trump é o primeiro presidente branco que não sente afinidade com a Europa, é 100% americano (Obama inaugurou esse afastamento) e funciona para os USA. Proteccionismo, tentar recuperar indústrias (automóveis, e outras) que tinham fugido ao controle e combater o verdadeiro invasor (a China) com os seus produtos que inundam todas as prateleiras do mundo. Tenta abandonar o papel de polícia mundial, mandando regressar tropas e está a deixar europeus à beira dum ataque de nervos. dizendo-lhes que, se querem defesa , que a paguem. Penso que esse afastamento da Europa é irreversível, a WW2 está a ficar longe, a Nato vai mirrar e a Europa , sem o UK, militarmente não vale nada. Grandes alterações políticas que se aproximam, que bem mereciam boa atenção de especialistas.  Antes pelo contrário: A lógica dos socialistas/comunistas, é dominar pelo medo, inventando inimigos e erigindo-se em guardiões da sociedade, acabando por perseguir todos aqueles que não se enquadrem no seu modelo. O mecanismo totalitário é o mesmo quer se trate da extrema-direita ou da extrema-esquerda. Chegámos ao ponto em que o "apoderamento" das instituições, do ensino, da comunicação social e do espaço público - físico e cultural - pela esquerda, assume tamanhas proporções de intolerância, que estamos a entrar numa sociedade repressiva ao mais alto nível. O efeito vai ser propiciar a resposta do seu exacto contrário, ou seja da extrema-direita. Não é em vão que se produzem "proposições" como "matar fascistas", ou "racistas", ou insultar de "extrema-direita" qualquer pessoa que não ceda às exigências da "esquerda", ou que não levante imediatamente o braço - não esticado e a gritar "Heil Hitler" - mas de punho fechado e de cravo vermelho nos dentes a gritar... "o povo unido é quem mais ordena"... ou 25 de Abril, "sempre”!!!!!! Tal como o "Heil Hitler", ou o "Viva Estaline", etc... estas coisas pagam-se!!! Uma maneira de a esquerda "tentar limitar" a escolha política?... Ela não tenta limitar, ela quer impedir qualquer escolha política!!! Os "antifas" que querem "matar fascistas", os "anti-racistas", e toda esquerda está apenas a mostrar aquilo que sempre foi: Totalitária!!!   Lourenço de Almeida: Tem 100% de razão no que diz neste artigo muito claro e bem escrito.  André Ondine: Rui Ramos, fico a aguardar o seu texto a defender o nosso Trump André Ventura, já que parece que o problema de Trump não é o narcisismo exacerbado e descontrolado, o facto de recorrer diariamente à mentira e à promoção de notícias falsas com vista à manipulação da comunidade, o facto de ser claramente incompetente para exercer as mais básicas funções de gestão, quanto mais as de PR, o facto de ter uma vida pessoal opaca em termos fiscais e de práticas de gestão, o facto de ter recorrido a estratagemas altamente condenáveis para ser eleito....é, como o senhor defende, uma questão de personalidade. Ora essa. Não é uma questão de ser anti-Trump ou de ser Pro-Biden. É uma questão de ser pro-democracia e de ser importante preservar os mais básicos valores democráticos. Rui Ramos, com este texto, e outros anteriores a este, o senhor colabora nesta tendência actual para extremar posições e para entrar numa espiral de irracionalidade que mina a nossa democracia. Eu sou de direita. E acho que Biden é um candidato fraco, com rabos de palha. Mas o facto de pensar isso e de ser de direita não significa que desculpe ou que admita que Trump tenha um sistemático comportamento selvagem e prepotente, que apenas contribui para destruir. Pode ser-se de direita e criticar Trump. E Ventura. Estes extravasam a direita. São populistas, produto da massificação televisiva que esvazia as nossas referências e que não olha a meios. Qualquer dia, o senhor Rui Ramos escreve aqui um tratado a defender a enorme importância do Correio da Manhã para a nossa democracia. Biden é um mal menor. Não é o ideal. Defender Trump e minimizar a sua atitude como uma questão de personalidade é uma manipulação total da verdade. Pode ser-se de direita e criticar pessoas que se dizem de direita. É, aliás, o que nos distingue da esquerda.  Lino Oliveira > André Ondine: como de costume ambos os candidatos são maus. O que RR nos diz é que a escolha devia ser entre uma política que fez a América grande e a que a esquerda procura destruir com uma intensidade nunca antes vista por razões ideológicas.   Jose Miguel Pereira > Lino Oliveira: A América também se fez grande ao intervir decisivamente em duas guerras mundiais contra regimes totalitários. A América também se fez grande com o Plano Marshall de ajuda à Europa devastada. A América também se fez grande sendo a maior potência científica global. A política MAGA de Trump teria feito alguma destas coisas?  André Ondine / Lino Oliveira: O problema é que, a meu ver, a escolha, neste momento, é entre a boa saúde da democracia americana e mundial e um mal menor. A esquerda que destrói e manipula por razões ideológicas é, concordo, muito perigosa. Mas Trump representa um perigo ainda maior neste momento, até porque coloca o seu poder pessoal e os seus negócios opacos à frente de qualquer interesse público.  André Ondine >Viriato Afonso: Obrigado. Concordo totalmente. É pena que o discurso extremista se esteja a tornar transversal a todos. Utilizam-se argumentos irracionais extremistas para procurar justificar outros extremismos. Incompreensível. Rui Ramos cai numa ratoeira evitável.  Marco Silva > André Ondine: A esquerda que destrói e manipula por razões ideológicas é, concordo, muito perigosa. Mas Trump representa um perigo ainda maior neste momento, até porque coloca o seu poder pessoal e os seus negócios opacos à frente de qualquer interesse público. A insanidade de pessoas como você, que escrevem tais disparates é...enfim, nem tenho palavras. Portanto o único presidente em décadas que optou por uma política externa de não envolvimento em conflitos no estrangeiro, que trouxe milhões de empregos de volta para os EUA; que meteu mais dinheiro nos bolsos dos contribuintes norte americanos, que reduziu burocracias e melhorou a actividade industrial/empresarial e que promoveu acordos de paz inéditos, históricos mesmo e é "alguém perigoso"....porque "coloca o seu poder pessoal e os seus negócios à frente de qualquer coisa". Portanto dados todos estes factos dos últimos anos, desde que Trump é presidente, quais foram os negócios de Trump que ficaram à frente de qualquer coisa, para alegar isso ? Demonstre o que diz. Prove-o. Fico à espera. A esquerda que arrasa com tudo, destrói todos os valores numa sociedade, atiça todos contra todos por questões da cor da pele (que é o mais puro racismo), questões sociais (público vs privado), etc e é "melhor" que Trump. Enfim. Não sei se é assim que analisa as coisas no dia-a-dia, mas se for, ou é um parasita que vive à custa de outros ou tem padrinhos (cunhas) muitos bons. Porque caso contrário, é uma falhanço como ser humano.

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