terça-feira, 27 de outubro de 2020

João de Deus também teve culpa

Com aquela da cabra, do carneiro e do cevado, os dois primeiros a berrar, o último calado, numa carroça, a caminho de mercado… que termina assim:

«…mais vale ser insensato  que prudente  o insensato  ao menos  menos sente  não vê um palmo adiante do nariz  vê o presente!  está contente!  é mais feliz!!»

Parece que a Helena Garrido e os seus comentadores não pensam assim, e dão-nos esclarecimentos, aparentemente valiosos, para abrirmos os olhos… Mas a nossa apatia equipara-se à do cevado…

Tempos de ilusão e demagogia /premium

Vivemos nos últimos anos tempos de grande ilusão. Renascem os problemas que nos diziam que estavam resolvidos. Com ilusões e demagogia nunca os políticos terão força para fazer o que é preciso.

HELENA GARRIDO    OBSERVADOR, 26 out 2020

Combater com a realidade aquilo que queremos muito ouvir é praticamente impossível. Os últimos anos foram muito ricos em exemplos dessa regra geral. Quisemos acreditar que o problema das pensões estava resolvido, quisemos acreditar que o subfinanciamento da saúde e da educação estava resolvido, quisemos acreditar que era possível aumentar o salário mínimo sem que isso tivesse efeitos no emprego, quisemos acreditar que a redução do horário de trabalho da função pública não custava dinheiro ou degradação dos serviços, quisemos acreditar que era muito fácil e barato reduzir o desequilíbrio das contas públicas, quisemos acreditar que se podia reduzir o défice público, reduzir impostos e, ao mesmo tempo, dar mais e mais dinheiro a pensionistas e funcionários públicos. Disseram-nos que isso era possível e nós, de tantos desejarmos, acreditámos no milagre. O problema é que não há milagres. Assim que desapareceu o crescimento, assim que apareceu a crise, os mesmos problemas de sempre voltam a perseguir-nos.

Agora queremos acreditar que a responsabilidade não é de ninguém, porque ninguém podia prever um evento como o da pandemia. Mas todos sabiam que, mais cedo ou mais tarde, chegaria uma crise – até poderia ser por outra qualquer razão, mas uma nova crise iria aparecer e mostrar como estávamos apenas a navegar empurrados pelos bons ventos da conjuntura. Os bons ventos deram lugar à tempestade e o barco mostrou, de novo, como é frágil.

Na tempestade estamos a cair na mesma tentação de dizer às pessoas o que elas querem ouvir. A culpa é da pandemia, dizem-nos. Claro que a causa é a pandemia, todas as crises têm uma causa. A causa de 2011 foi o excesso de endividamento aos olhos de quem nos financiava. Mas podíamos, e tivemos condições, para estar mais bem preparados. Não o fizemos. E esta conjuntura mostra também que a estabilidade política não é, em si, favorável a boas decisões de política económica. Depende das condições em que se garante essa estabilidade política. E a que vivemos desde 2015 privilegiou em excesso o mercado eleitoral de cada um dos partidos que participou na governação, não adoptando uma única medida necessária, mas impopular. Bem pelo contrário, alimentaram-se ilusões. Uma das ilusões, a das pensões, começa a estar à vista. Disse-se que não era necessário fazer qualquer reforma nas pensões de reforma, a proposta que existia era uma espécie de maldade que o governo de Pedro Passos Coelho queria fazer às pessoas. Ouviram-se discursos e declarações como se tudo estivesse resolvido. Aos primeiros efeitos da crise está à vista o problema das pensões, como refere o Público (para assinantes), o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social deverá agora esgotar-se na segunda metade da década de 40, quando antes se antecipava que tal acontecesse na segunda metade da década de 50. E tal como já foi referido, as tradicionais transferências para este Fundo, de 2% da receita de IRC e do adicional do IMI, vão, em 2021, para o orçamento da segurança social para se financiarem as medidas do sistema previdencial. A outra ilusão é a de que a subida do salário mínimo não afecta o emprego. Obviamente que não afecta o emprego quando a economia está a crescer e, especialmente, quando esse crescimento é induzido por actividades intensivas em trabalho, como foi o caso do último ciclo de crescimento iniciado em 2014 – baseado no turismo. Na fase de crescimento, face à pressão da procura de trabalho, até podemos admitir que o salário mínimo era mais alto do que o definido na lei. Quando a actividade económica diminui e, especialmente, quando essa quebra se regista fundamentalmente no turismo, o salário mínimo diminui.

O mais interessante é que o Governo sempre soube que só estava a conseguir aumentar o salário mínimo, sem efeitos no emprego, porque a economia estava a crescer com um forte aumento da procura de trabalho. E mostrou ter bem consciência disso ao resistir a aumentos do salário mínimocomo os que estavam previstos. Veja-se o que disse o primeiro-ministro em entrevista ao Expresso e que aqui está sintetizada: “Desejamos, por exemplo, que o salário mínimo nacional possa continuar a subir. Naturalmente de acordo com aquilo que é a dinâmica económica de hoje, que é muito distinta da que existia há um ano. Seguramente não vamos poder ter um aumento com a dimensão que tivemos no ano passado, mas desejamos um aumento”. Ou seja, as regras da economia não se alteram, a conjuntura permitiu no passado o aumento do salário mínimo, a mesma conjuntura não o permite agora. O problema será grave se a recuperação não for tal que permita aguentar o salário mínimo que se fixou até agora e, aí sim, teremos menos emprego do que teríamos se o salário mínimo fosse mais baixo. António Costa sabe isso, como todos os economistas, mas não nos quis dizer. Diz-nos agora, em crise.

A outra ilusão é a de que se estava a defender o Serviço Nacional de Saúde e a educação pública. Não se investiu nem numa nem na outra, como se percebe agora nesta fase de crise. O SNS já estava degradado e agora ainda mais degradado está, sem que o Governo consiga convencer que está a investir mais. O Orçamento do Estado para 2021 promete nas palavras do Governo, mas nada nas contas nos consegue comprovar que há de facto um maior investimento em recursos humanos e equipamentos no SNS. Não existe uma única medida que, por exemplo, nos deixe descansados em matéria de soluções para as listas de espera.

A proposta de Orçamento do Estado para 2021 é aliás de uma opacidade total – a marca de falta de transparência dos últimos anos apenas se agravou ainda mais. A a expectativa de progressos com a nova Lei de Enquadramento Orçamental cai completamente por terra. E o mais grave é que o tema está a ser tratado como se fosse um pormenor técnico, a crer na resposta que o ministro das Finanças João Leão deu à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua na Comissão de Orçamento e Finanças. O relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental aponta falhas graves e devia preocupar os deputados que são supostos aprovar um Orçamento que entendem e escrutinar o Governo. Sem esgotar as grandes ilusões que nos têm sido vendidas, o mais preocupante é a demagogia associada a essas ilusões e o contributo que dá para a iliteracia económica e financeira. Uma delas é a insistência em comparar as políticas que estão a ser aplicadas nesta crise com as políticas e medidas adoptadas na crise de 2011, sem considerar dois aspectos determinantes: a presença do BCE na compra massiva de dívida pública, que reduz substancialmente os juros que pagamos, e intervenção da União Europeia com um programa inédito de financiamento a fundo perdido aos Estados-membros. Em 2011 não tínhamos dinheiro e tínhamos de fazer o que os financiadores institucionais impunham para ter acesso a tranches do empréstimo que garantiram o funcionamento do Estado e o pagamento das pensões.

Além desse aspecto, determinante para o que aconteceu, o governo de Pedro Passos Coelho tinha uma abordagem reformista do País, em linha com o que tinha sido o primeiro governo de José Sócrates e os dez anos de governação de Aníbal Cavaco Silva. O governo de António Costa teve uma abordagem de gestão da conjuntura, que foi óptima quando a economia corria de feição, mas que hoje pode significar um preço elevado – para já, um deles bem visível, é a falta de margem orçamental para apoiar de forma mais generosa as empresas e as famílias mais afectadas pela crise, estando o país à espera do dinheiro europeu.

Temos vivido tempos de ilusões e de demagogia que em nada contribuem para resolver os problemas estruturais do País. Como diz Warren Buffet, é quando a maré baixa que se vê quem anda a nadar sem calções. A maré baixou e lá estão os nossos habituais problemas. Parece que andamos em círculos. E a criação de ilusões e a demagogia em nada contribuem para que os políticos ganhem a força necessária para adoptarem medidas que não são fáceis.

ECONOMIA  POLÍTICA  SEGURANÇA SOCIAL  PAÍS  ORÇAMENTO DO ESTADO

COMENTÁRIOS

José Costa: Guterres, Sócrates, Costa. A nossa desgraça, o nosso subdesenvolvimento social, económico e político escreve-se com esses três nomes...    Joaquim Moreira: Nestes "Tempos de ilusão e demagogia", não posso deixar de concordar com o que há muito se previa! Ao recordar Pedro Passos Coelho, Helena Garrido, permite-me lembrar o que não ocorreu, mas podia ter ocorrido. Quando em 2015, Pedro Passos Coelho se viu confrontado com o que previa ser o tempo das ilusões, ainda tentou evitá-lo, como vencedor das eleições. Sabendo das fragilidades, depois do tempo de muitas dificuldades, tentou evitar que o futuro não fosse prejudicado por antecipadas facilidades. Tendo proposto ao "derrotado", um lugar no Governo, para que o futuro não fosse hipotecado. O que aconteceu depois todos sabemos, e agora está aqui a ser lembrado. De facto, "o diabo" acabou por, na figura de um vírus, aparecer, e que todos dizem, não era de prever. Mentira. Pedro Passos Coelho alertou para a necessidade de não se gastar o que poderíamos, numa emergência, vir a precisar. Mas foi criada uma Geringonça para distribuir, o que com muito sacrifício de muitos portugueses foi possível reunir. Mas convém que fique claro, esta miserável solução de "governo" nacional, só foi possível graças ao grande apoio que teve e ainda tem na maioria da Comunicação Social.      O Serrano: O PS nunca conseguiria fazer passar um embuste desta dimensão se a comunicação social, primordialmente as TVs, não tivessem tido sempre um espírito acrítico, laudatório, exageradamente concordante com tudo o que vinha e vem do PS e da  geringonça. António Costa era o " Habilidoso", o genial político, o patriota vs Passos Coelho um brutamontes sem sensibilidade e ao serviço sabe-se lá de quem. A benzer tudo isto esteve sempre o popular MRS, que conseguiu em 4 anos descredibilizar fortemente a Presidência da República com tantas selfies, etc,etc.      Francisco Correia: Este governo fez o ilusionismo (antes da pandemia) à conta de ter tido a sorte da conjugação de três factores: - BCE a comprar-nos dívida como se não houvesse amanhã; - O destino turístico Portugal ter ficado na moda; - Petróleo nos últimos cinco anos a metade do preço do que nos 5 anos anteriores.  Bastou um destes factores ter desaparecido (os outros dois continuam de "boa saúde") e as contas começam a meter água por todos os lados. Imaginem agora o que seria se o BCE deixasse de comprar dívida ou se o petróleo aumentasse para o dobro. Luisa Falcão: O dr. Costa para levar a efeito o seu projecto de vida . . . trata-nos como crianças débeis. Não podemos ver, ouvir e ler, temos de ignorar. . .!!!   Fernando Prata: É evidente que a crise, a austeridade ou o diabo, como lhe queiram chamar, está aí. Nos meus sessenta anos de idade e mais de 45 depois do 25 de Abril, a única decisão correcta do PS foi a de Mário Soares (com o apoio dos americanos, de Ramalho Eanes e Jaime Neves) ter impedido a criação de uma "república" soviética em Portugal. Para além disso, o PS nunca conseguiu ter a mínima ideia do que é governar (vide os governos de Mário Soares, Guterres, Sócrates e Costa). Hoje, com o imediatismo das redes sociais, as pessoas tendem a esquecer o passado e pensam que os problemas nasceram hoje. Não, de facto, nasceram há muitas décadas. Façam as contas e vejam, destes 45 anos, quantos anos o PS foi governo. Terão a resposta para a causa dos nossos problemas. Mas o nosso povo assim o quer. Assim será. Helder Machado: "E a criação de ilusões e a demagogia em nada contribuem para que os políticos ganhem a força necessária para adoptarem medidas que não são fáceis". Sim, sim, pois, pois, mas o certo é que encheram a barriga.        Adelino Lopes: Hoje, vou tirar o chapéu à Helena Garrido. Concordo inteiramente. Falta talvez realçar 2 pontos: 1) Esta governação teve sucesso na imprensa publicada porque sim, porque está controlada; tenho a certeza absoluta que o escrutínio (incluindo a conhecidas mentiras) existiria se o governo não fosse de progressistas. 2) Os efeitos da nossa crise dependem essencialmente da nossa preparação, daquilo que fizemos no passado recente. É assim na vida real. Vender ilusões (mentir durante algum tempo) é fácil para o marketing. Cumprir é muito mais complicado (não se consegue mentir sempre).      Franco 100%: Gostava muito que a Helena garrido na rtp dissesse isto. Mas não diz. se não fosse a UE estávamos já com nova bancarrota em cima das costas. No final a culpa será sempre de passos coelho. Temos aquilo que merecemos. O povo vende-se por menos de 30 dinheiros.     Antonio Sousa Branco: "Quisemos acreditar que o problema das pensões estava resolvido, quisemos acreditar que o subfinanciamento da saúde e da educação estava resolvido, quisemos acreditar que era possível aumentar o salário mínimo sem que isso tivesse efeitos no emprego, quisemos acreditar que a redução do horário de trabalho da função pública não custava dinheiro ou degradação dos serviço..." Muitos, nunca quisemos, não acreditámos e denunciámos, o que sabíamos ser fruto de uma implacável "máquina de propaganda" que tudo compra e que praticamente tudo controla. Mesmo com a maré cheia, percebia-se quem não usava calções...mas, compreendo, que a ilusão, mesmo que temporária, seja muito mais apelativa.     Gustavo Lopes: Mas o povo adora espectáculos de magia, e confundir a Magia com a Realidade!!! E o resto é entretenimento para inglês (e alemão...) ver!!!      maria aurora: Uma pandemia é sempre negativa, mas Portugal foi feliz por esta ter surgido após o país ter obtido o primeiro superávit da sua História. Imagine-se o que seria se tem acontecido cinco anos antes!     Francisco Correia > maria aurora: Há cinco anos estávamos melhor do que estamos agora, pois a despesa rígida do Estado é agora muito maior!

Foram 5 anos completamente perdidos, pois o governo (des)governou, qual cigarra, sempre na expectativa que o inverno (pandemia, crise financeira mundial, etc.) não chegaria.     Antonio franco: Como sempre bons artigos . Estes e os da outra Helena aos domingos são verdadeiras pérolas. Obrigado       josé maria: Com todas as suas virtudes e defeitos, este governo é incomparavelmente melhor do que aquele desgraçado governo de passos coelho, quando os respectivos orçamentos foram sistematicamente declarados inconstitucionais. O resto é conversa de treta.     André Ondine > josé maria: Os orçamentos eram inconstitucionais (e por isso foram corrigidos) porque o desfalque que resultou do desgoverno do Ericeira Sócrates era tão gigante que era quase impossível dar a volta ao roubo sem ferir a constituição, que não foi feita para lidar com líderes de tamanha malfeitoria. Mesmo assim, conseguiu-se reverter a situação de desfalque. Mas quem se aproveitou disso foi o seu querido líder Habilidoso...      André Ondine: Julgo que os Orçamentos de Estado do DesGoverno do Habilidoso deveriam estar disponíveis na Torre do Tombo, na secção "Propaganda "Socialista"", secção, aliás, muito vasta e que nos últimos anos tem fugido ao controlo dos arquivistas da Torre do Tombo. Estes OEs têm que ser guardados para a posteridade, têm que ser estudados pelos amantes de fenómenos ligados ao exercício da demagogia. Neste caso, demagogia barata. Os Orçamentos Habilidosos são extraordinários. Neles, o magnânimo e querido líder, junto ao gangue que orgulhosamente encabeça, dá tudo aos Portugueses. Cultura de excepção, Saúde para dar e vender, Educação exemplar, Transportes de luxo e Segurança de fazer inveja os parceiros europeus. O problema é que são extraordinárias peças de ficção. Nada do que ali está é para levar a sério. Deve ler-se como se lê um livro de ficção científica. O Bloco de Esquerda, por exemplo, aprendeu isso ao fim de cinco anos. Não está mau. O PCP já percebeu, mas dá-lhes jeito dançar com o Habilidoso, que ainda lhes vai permitindo umas festarolas e uns picnics sindicais. Joacine, já o disse, aprova tudo o que é de esquerda. E fá-lo-á até conseguir ser integrada nas listas do PS e prolongar o tacho. O PAN é a voz do dono. Tem medo do Habilidoso. Se o Habilidoso os obrigar a comer um bife tártaro enquanto vêem uma tourada na RTP, é o que farão, orgulhosamente. Junto a esses documentos de fina e estimável ficção, deveriam também estar arquivadas as listas de cativações que corresponde a cada ano. Assim, os estudiosos da farsa poderiam ver cada orçamento e, depois, olhar para as cativações. Para cada medida relevante, uma cativação importante. E, como um menos um dá zero....zero é o resultado deste desgoverno. Ou melhor, é menor do que zero, pois entretanto, para suportar a jogatana a dívida subiu exponencialmente, os valores democráticos desceram ao nível do gangue e o Aparelho de Estado está cheio de Costas, Césares, e outros que tais...O custo é muito alto.     Pedro Ferreira > André Ondine: Excelente! Nem preciso de ler o nome de quem escreve. o Sr. André é inconfundível. Muito bem....   António Sennfelt > André Ondine: Excelente!     Maria Madeira: Uma análise comparativa bastante clara entre as circunstâncias em que Passos Coelho Governou e as condições em que Costa está a Governar. Só não compreende quem não quer.       Marie de Montparnasse: Há muita gente e a classe jornalística e política são as principais que acham que as leis do acaso não existem. E gozam perdidamente os banhos de maré alta até o sol se pôr e com ele a chegada da maré baixa. Começa agora a ver-se bem que estão sem calções. Albertino Clemente> Marie de Montparnasse: mas que raio tem o sol a ver com a maré?       Maria Augusta > Marie de Montparnasse: Tem toda a razão no seu comentário. Muito sábio.     Marie de Montparnasse >  Albertino Clemente: No surrealismo os calções ficaram na lua..     Nuno Guimaraes: Muito claro e muito bem! Uma das coisas que me impressiona é que quando estamos perante uma crise destas ninguém diz o óbvio: vai ser preciso trabalhar mais para sair dela... em português isso não existe ? Os políticos só estão interessados numa coisa: manterem-se no poder e manterem os seus tachos e salários chorudos. De resto, querem lá saber do povo ou do país.       Filipe Paes de Vasconcellos: Muito bem! Enquanto não se criar uma estrutura judicial, na Europa, que tenha poderes para poder julgar cível e criminalmente os energúmenos dos nossos políticos, isto não vai lá. Deveria haver uma estrutura judicial tipo TPI, que julgassse civil e criminalmente os governantes que provacassem, com as suas políticas consabidamemte erradas, fome e miséria nas suas populações. Recordo que são milhões de seres humanos e de gerações seguidas, que sofrem com as decisões deste tipo de políticos.        João Paulo Silva > Filipe Paes de Vasconcellos: Caro Filipe, Deixe-me somente acrescentar e destacar uma constatação que está no seu sub-texto que, na minha opinião, é partilhada por muitos portugueses: - quando se apela à justiça de fora, é porque os cidadãos deixaram de acreditar na sua. Ora a ser verdade esta hipótese, a tese consequente é que o Estado de Direito e a Democracia (onde a sua legitimidade assenta) está em causa e em crise. Concorda com a interpretação adicional que fiz ao seu texto?         Joao Figueiredo > João Paulo Silva: Eu concordo, mas o facto é que a de dentro que tem estado muito activa na detecção de imensos casos ...tem esta montanha parido ratitos de quando em quando, Duarte Lima, Armando Vara ... apenas figuras pequenas e poucas        Maria Augusta > Filipe Paes de Vasconcellos: Tem toda a razão, Caro Filipe.     António Louro > Filipe Paes de Vasconcellos: De acordo. Uma boa solução.     Ana Maria Coimbra Gonçalves: Muito bem, obrigada por esta exposição clara e sucinta      Antes pelo contrário: Em 1974, acabou um regime em que não havia escolhas democráticas, graças aos "Capitães de Abril" que não nos deram escolha. Seguiram-se dois anos de "Conselho da Revolução", em que também não houve escolha. Depois veio um ano de ditadura comunista, com o Gonçalvismo - igualmente sem possibilidade de escolha. A seguir, em 1976, por causa do Cunhal, escolhemos o Soares... E em 1977, o Soares, por causa do Cunhal, escolheu… a CEE. Depois de 8 anos em que conseguimos aguentar duas bancarrotas (em 1977 e em 1983), e o FMI foi chamado duas vezes pelo PS, lá nos deixaram entrar para a “Europa”, e eles começaram a mandar para cá dinheiro em 1985. Desde essa altura que nós só escolhemos quem está em São Bento ou em Belém... mas as verdadeiras escolhas são feitas em Bruxelas!!! Pois é Bruxelas quem dá dinheiro aos corruptos, quem financia o nosso endividamento, e quem apoia os nossos governantes, sejam eles de direita ou de esquerda - desde que façam o que eles querem e mantenham a ilusão e a demagogia!!!      Fernsndo Almeida > Antes pelo contrário: A melhor análise que li atė hoje! Vai ao encontro do que penso. No seu início o regime foi armadilhado para a esquerda ser dominante. Agora a U E paga a qualquer governo para que sobreviva. Como ė possível pagar a governos com Sirysas! Podemos Movimento 5 estrelas. A actual U E năo passa de um projecto maçónico sonhado por Napoleăo. Esse tentou a uniăo pelas armas provocando uma destruição semelhante å de Hitler. Hitler foi um vilão e Napoleão ė herói francês       António Vieira: Quando outros aconselharam cautela, poupança e investimento foram ridicularizados pelos socialistas, opinion makers e jornalistas.      Martelo de Belem ....: A mentira sempre vem acima e muitos açorianos já entenderam isso. 

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