De Jaime Nogueira Pinto, formidável tratado seu sobre a História Contemporânea
visualizada segundo os padrões de uma esquerda maniqueísta que, distorcendo
valores, apoia como erro o que se opõe aos princípios que ela defende,
promotores, estes, de genocídios e crueldades pelo mundo inteiro que finge não
ver, para só valorizar, como indignidades imperdoáveis, tudo o que siga uma
linha contrária, mais tradicional e menos sofisticadamente/ ficticiamente –
defensora dos deserdados. Jaime
Nogueira Pinto percorre a história, desde a revolução russa adepta
dos princípios marxistas, cujos ditames semearam e semeiam desordens e guerras e
crimes no mundo inteiro que os nossos – e não só – seus apoiantes fingem não
ver. Neste momento, é Trump que está na
berlinda, Trump que parece
apalhaçado mas é arguto e corajoso, com provas dadas, contra um Biden com
defeitos passados mas habilmente sonegados para que a esquerda triunfe, mais
uma vez. É claro que, entre os inúmeros comentadores, alguns pretenderam
denegrir o professor JNP e Donald Trump, mas não os coloquei aqui, por destilarem
pedante e deselegante malvadez, não de estranhar, afinal.
A necropolítica da conveniência: uma crónica parcial / premium
O clima de histeria mediática
anti-Trump tem vindo a crescer exponencialmente. Até por cá, parece não haver
quem não reivindique o seu lugar ao sol no grande apedrejamento público.
JAIME NOGUEIRA PINTO OBSERVADOR,
23 out 2020
O resgate e o mau da fita
“O
abismo da história tem profundidade suficiente para lá cabermos todos”,
escreve, muito justamente, Paul Valéry, em
1919. Mas parece que há quem o cite para
resgatar do abismo da história algumas necropolíticas e alguns necropolíticos
que, apesar dos muitos milhões de mortos, enganados, torturados e silenciados
que carregam às costas, seguem directamente para a silente bem-aventurança dos
humanitariamente imaculados e dos ideologicamente intocáveis.
Ideias que levem à morte, a políticas
de morte, só as dos nazis, as dos fascistas, as dos franquistas, as dos
salazaristas, as dos colonialistas – e, agora, as dos racistas americanos,
sendo a América, logo a seguir ao Terceiro Reich, e já desde os pais
fundadores, o país onde mais persistentemente se pratica a necropolítica e onde
se dão os maiores e mais abjectos atropelos aos direitos humanos. E como não podia deixar de ser, o representante
“mais expressivo e mais bem-sucedido” desta necropolítica é hoje Donald
Trump, o supremo “bobo da corte”. De
uma corte que, não o podendo para já despedir, se dedica a desmenti-lo, a
insultá-lo e a chamar-lhe palhaço, para ver se distrai o povo de algumas
incómodas verdades e de alguns inconfessados vícios que, tradicionalmente, os
bobos, por piores e mais extravagantes que sejam, sempre vão denunciando.
Com o aproximar da eleição
norte-americana, o clima de histeria mediática anti-Trump tem vindo a crescer
exponencialmente. Não me
lembro mesmo de um político que tivesse sido objecto
de uma campanha tão universal e tão radical de acosso e de ódio. Até por cá, parece não haver quem não
reivindique o seu lugar ao sol no grande apedrejamento público do amoral,
selvático e sub-humano presidente dos Estados Unidos – desde respeitáveis
intelectuais e cronistas atémeros pivots e figurantes.
Ao mesmo tempo, com admirável
desprezo pelas regras mais elementares da objectividade jornalística, omitem-se
quaisquer notícias que possam beliscar o seu concorrente, Joe Biden. Nos
Estados Unidos, o Twitter e o Facebook censuraram partilhas e impediram a
circulação de tais notícias, inicialmente saídas no New York Post, e não
vimos nos media portugueses referências – mesmo críticas, mesmo derrogatórias –
à história de Hunter Biden, filho do candidato democrata, e dos seus negócios
duvidosos com empresas ucranianas, russas e chinesas, implicando o pai no
financiamento e lobby desses interesses, mediante avenças e comissões.
Talvez por trás desta omissão e
silêncio esteja uma espécie de teologia ateia que defende que, para combater
males absolutos – os racismos, os sexismos, os nacionalismos, os populismos –,
vale tudo. Assim, Sanders abandonou a corrida, Kamala Harris foi emparelhar no ticket com (o antes
“racista”) Biden, as feministas esqueceram as histórias de assédio do
(antes “sexista”) Senador,
os advogados dos casos #Me Too decidiram, em Maio, abandonar o patrocínio de
Tara Reade, que acusa Biden
de a ter atacado sexualmente, e o movimento deixou cair as denúncias de oito
mulheres da “conduta inapropriada” do candidato democrata.
O
outro lado do abismo
E não é só o presente que vai
sendo silenciado e censurado. Em questões de fundo, é extraordinário que um
respeitado académico, num ensaio sobre “necropolítica”, fale compreensivelmente
do nazismo – seguido do fascismo, do franquismo, da guerra civil americana, do
racismo americano, de Trump, do populismo –, mas não tenha uma única linha
sobre os grandes morticínios do século XX, os maiores em números absolutos e
relativos, sobre a violência de Estado que se deu em países governados por
comunistas: na União Soviética de Estaline, na China de Mao Tse Tung, no
Camboja de Pol Pot e dos seus Khmers Vermelhos. A revolução soviética e o comunismo
trouxeram para a história política o conceito e a realidade, não só do
genocídio de classe, mas do genocídio da divergência. Para eles, estando o
mundo repartido entre Proletários e Burgueses e não havendo lugar, nem sendo
desejável, qualquer trégua entre estes dois grupos, os explorados – ou os seus
comissários políticos e o Estado em nome deles – deveriam exterminar os
exploradores e instalar a igualdade. O que fizeram na Rússia, desde Lenine até
Estaline e seus sucessores, em grande escala. Os números variam: Robert Conquest, autor de The
Great Terror, põe o número de vítimas em 15 milhões; outros autores vão até aos
60 milhões, para todo o período de 1917-1987. De qualquer modo, é muito
morto para passar despercebido num inventário necropolítico. Grupos étnicos
considerados reaccionários, “inimigos do Regime”, ou “menos iguais que os
outros” – Ucranianos, Tártaros da Crimeia, Chechenos, Alemães do Volga –, foram
objecto de políticas de fome, deportações, genocídios, sempre no comunismo,
sempre com generosas justificações ideológicas, sempre em nome de um qualquer
futuro radioso. Mas nada disto consta na crónica necropolítica. Mao
Tsé-Tung procedeu também a execuções maciças de
“contra-revolucionários”, seres menos clarividentes e de vistas mais curtas,
dos quais deve ter executado uns dois milhões, logo no início da tomada de
poder. Para realizar a reforma agrária, eliminou mais uns 50 milhões de
renitentes agricultores. O Grande Salto em Frente e as fomes que causou – somadas
aos horrores da Revolução
Cultural, celebrada pelos
esquerdistas europeus – devem
ter elevado o número total de vítimas do maoismo aos 80 milhões de pessoas. O ensaio sobre a necropolítica também não dá
por elas.
Outro
importante genocídio comunista foi o praticado no Camboja pelos Khmers Vermelhos, apoiados por Mao e pelo Partido Comunista
Chinês. Na segunda metade dos anos setenta,
inspirados nos princípios igualitários da Revolução Cultural, os Khmers mataram
entre milhão e meio e dois milhões de Cambojanos, cerca de ¼ da população, o
maior genocídio em ratio mortos/habitantes. Os pormenores dos
horrores cambojanos podem rivalizar com as piores narrativas dos campos de
morte estalinistas e hitlerianos. Mas a narrativa necropolítica
também os esquece.Há uma
incomensurável lista de mortes, torturas e massacres na Ásia
comunista, na Coreia do Norte, no Vietname, no Afeganistão. Em África,
a ditadura comunista na Etiópia de Mengistu Hailé Mariam foi das mais sanguinárias do continente e, durante
1976-1978, no seguimento da queda da monarquia de Hailé Selassié, instalou um regime de terror vermelho decalcado da
prática dos bolcheviques na Rússia.
O primeiro
presidente da Guiné Equatorial, depois da
independência da colónia espanhola, em 1968, Francisco Macias Nguema, usou o pretexto de um golpe falhado para uma
repressão monstruosa levada a cabo pelo seu partido, o Partido Único Nacional
dos Trabalhadores (PUNT), e por uma milícia partidária, a Juventude em Marcha
com Macias, responsável pela maioria das prisões, violações, torturas e
execuções. Colhendo o melhor da teoria e da prática dos generosos ideais
igualitários ocidentais e orientais e aclimatando-os, Macias combinou “socialismo científico” com bruxaria,
proclamou-se Presidente Vitalício, Major General do Exército e Grande Mestre da
Educação, Ciência e Cultura, além de “Único Milagre da Guiné Equatorial”. Foi derrubado em Agosto de 1979 por um golpe
militar liderado pelo Tenente Coronel Teodoro Obiang Nguema, seu sobrinho e
vice-ministro da Defesa. Foi julgado, condenado à morte e executado.
Macias foi uma excepção. Enquanto os altos responsáveis do regime
hitleriano foram julgados e condenados à morte em Nuremberga e milhões de
alemães passaram pelos tribunais aliados de desnazificação, a maioria dos
dirigentes, ditadores, altos funcionários e polícias políticos comunistas não
foi responsabilizada, ou sequer objecto de penas ligeiras. Aconteceu na
Europa Oriental – com excepção do ditador romeno Ceausesco e
sua mulher – e
também na maioria dos países comunistas de outros continentes. O ditador
da Etiópia, Mengistu, exilou-se no Zimbabué e, embora condenado à morte in absentia, o
Zimbabué não o extraditou. Nuon
Chea, o ideólogo dos Khmers Vermelhos do Camboja,
morreu na prisão e os seus dirigentes andaram a monte vários anos – todos
eles grandes ídolos e modelos dos nossos esquerdistas, enquanto jovens (uns
converteram-se depois à democracia e ao capitalismo e abjuraram desses pecados;
outros, nem por isso).
Ideias
que matam
Mas mais grave que a não punição de todos estes grandes assassinos, é o
esquecimento, o branqueamento e a amnistia de que foram e são objecto as
ideias, doutrinas e ideologias que lhes deram origem e os legitimaram.
O princípio da igualdade e do “empoderamento”
dos oprimidos é, com certeza, mais nobre, cristão e simpático do que, por
exemplo, o naturalmente abjecto ideário da superioridade rácica, por defensivo
que seja. No
entanto, a “igualdade”, uma das mais notórias vítimas da retórica, da manipulação
e do populismo dos “mais iguais que outros”, e as tentativas de a aplicar na
história têm abundantes, desastrosas e mortíferas provas dadas.
Os intelectuais, académicos e
jornalistas, dos esquerdistas aos direitistas envergonhados, encarniçam-se contra
Trump, os populismos, os
nacionalismos, “a extrema-direita”, mas não têm uma palavra, ou uma memória, ou
uma prevenção contra essas outras doutrinas que já mais que provaram a sua
capacidade de fundamentar regimes concentracionários brutais e impiedosos,
regimes que mataram dezenas de milhões de pessoas durante o século XX, não na
Idade das Trevas ou do Despotismo Iluminado, mas nos séculos democráticos e
sempre em nome da implantação de uma futura idade do ouro, inclusiva e
humanitária.
É
curioso que, a par deste encobrimento de grandes protagonistas da necropolítica
do século XX – os regimes baseados no marxismo-leninismo que aqui referimos
(mais a Espanha da Frente Popular e todas as ditaduras comunistas, da Europa
Oriental a Cuba) –, se persista, actualmente, na denúncia do “perigo populista”
e dos “regimes populistas”, que até agora, que saibamos, não se têm empenhado
em violências macabras do tipo das infligidas pelos regimes comunistas. Tudo isto, numa campanha que transformou os
“media de referência” dos Estados Unidos e da Europa em órgãos de propaganda
que lembram os piores totalitarismos estalinistas e hitlerianos do século
passado, e que, pelo seu sectarismo e extremismo, provocam um descrédito e um
divórcio que só podem gerar, do outro lado, respostas também extremas e
sectárias.
Também ficam sempre por referir as
purgas da linguagem, os autos-de-fé por pecados contra os novos dogmas do
marxismo cultural (agora em reedição urbano-depressiva), a tentativa de
menorização intelectual e de queima simbólica dos prevaricadores, a imposição
de necropolíticas, como a banalização do aborto e da eutanásia, e a publicidade
enganosa a novos “amanhãs cantantes”, que incluem a feliz possibilidade de
contrariar o tempo, o modo e a essência da natureza humana. Até porque, quem de nós é de algum modo
“ocidental” só tem, aparentemente, duas escolhas: ou se assume como vanguarda
inquisitória, como porta-voz ou comissário político dos “oprimidos” (que acaba,
mais uma vez, por objectificar e por manipular) contra os reaccionários (os
palhaços, os populistas, os mentecaptos, os “fóbicos”), ou se cala, mede as
palavras, diz o acto de contrição e reconhece, penitente, que não merece viver
nem gerar vida.
Tentar
construir uma casa comum parece não ser já uma opção e o caminho da
cega radicalização a única escolha. Mas nada disto importa: o que é
preciso é denunciar Trump. Porquê?
Porque, para a grande maioria dos nossos cronistas, Trump é, evidentemente, “o
mais expressivo e o mais bem-sucedido representante actual da necropolítica”:
só ele “se agarra ao poder, vicia as regras, designa comparsas para cargos
chave, condiciona os tribunais,” manipula o povo.
A SEXTA COLUNA ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA AMÉRICA MUNDO COMUNISMO POLÍTICA EXTREMISMO SOCIEDADE
COMENTÁRIOS
Caixa Mágica: Nunca percebi estas queixinhas, o anti-trumpismo mediático sempre favoreceu
mais Trump do que o contrário, como sempre ocorre com os ditos candidatos
anti-sistema. Ele sabe muito bem tirar partido da sua imagem de líder em luta
permanente contra o mundo e é notório o esforço diário que ele faz por se
apresentar como uma caricatura de ser humano para continuar a ser atacado. Jorge
Carvalho: Obrigado
Professor Jaime Nogueira Pinto pela sua coragem, clareza e lucidez nesta
factualidade indizível para a descomunicação social da imprensa subsidiada e
avençada que a sonega a todo o custo. Sem a verdade eles são uns perdedores!
iaram per: por muito que já me tenha
arrependido de ter assinado O
Observador, só este ensaio excelente de JNP vale bem o valor da
assinatura. Mario
Areias: Excelente texto. Lúcio Cornélio: Brilhante e demolidor.
Infelizmente,
para as mentes bem pensantes da nova esquerda (e da velha também), a hipocrisia
foi elevada ao estatuto de 5ª. virtude. Marie de Montparnasse: O conhecimento e a verdade em
simbiose perfeita. Obrigada Jaime Nogueira Pinto.
Adelino Lopes: Parabéns pela coragem. Espero
continuar a ver artigos semelhantes a denunciarem esta hipocrisia esquerdista.
Sim, estes progressistas não defendem a liberdade nem a democracia. E estão-se
marimbando para o povo. O que surpreende é a cegueira deste povo. Mas vamos
andando. Maria Cordes:
Incluir, o terror no Irão, no
tempo do Xá e do Khomeini, no Iraque com o Saddam, e na terra mártir do Médio
Oriente, incluindo os bárbaros do Daesh. (ler Robert Fisk, sobre o Médio
Oriente e Afganistão. Trump é vilipendiado na nossa imprensa, que não é isenta,
e não só, o estar a confrontar a China, ao contrário dos subservientes
europeus, é um feito. Conseguiu comunicar com o doido da Coreia do Norte, e as
pazes entre Israel e a Arábia Saudita, também são inéditas. O Ocidente é o
grande responsável do drama de parte da humanidade. Trump não tinha nascido.
Penso, que pouca gente em Portugal, tem conhecimentos para avaliar as eleições
nos EUA, com isenção. Tiago Ribeiro Coelho: Daqui a 20 anos, quando se
escrever a historia, vamos chegar a conclusão que a nível mundial foram uns
anos anormalmente calmos. Carminda
Damiao: Excelente texto.
Obrigada por repor a verdade.
d f: Muito bom. Os jornalistas decidiram que a sua função não é dar notícias,
informar objectiva e imparcialmente, mas salvar o mundo. Por alguma razão que não se
consegue entender, salvar o mundo implica manter o PS no poder, derrotar o Trump
e esconjurar o "populismo". Manuel Magalhães: Grande e revelador texto da
trágica realidade em que estamos inseridos e a ser manipulados... bem hajas
Jaime!!! Manuel Lorena: Professor Jaime Nogueira Pinto,
Excelente texto! Sem dúvida que é importante divulgar o conhecimento histórico
que tem sobre todos esses Países que menciona no seu Texto. Nos próximos textos
que fizer gostava que analisasses o papel que Obama/Biden tiveram no
desmembramento da Síria e da Líbia. João Bilé Serra: Como diz Trump: "They're
coming after you. I'm just in their way". Parabéns ao Autor, por um
ensaio nota 20 em forma jornalística. Maria Alva: Excelente ensaio. 3Responder bento guerra: Trump o presidente mais atacado
de sempre e o único que, no Ocidente, se opôs ao domínio mundial pela China, o
país Que compra e
corrompe."Faites la liaison" Rui Guimarães: Texto fantástico, fica desde já
guardado para memória futura, com a devida vénia ao seu autor. Rita Salgado: Obrigada pela excelente aula,
prof Jaime Nogueira Pinto! Carlos
Reis: Excelente
crónica. Chega a ser patético o "jornalismo" que hoje se faz,
completamente parcial. Acho que só uns quantos ingénuos ainda levam a sério o
que se passa nas tvs e jornais. Então quando começam a falar de Trump são
completamente previsíveis.
JB Dias: Que bem que sabe poder ler quem olha para factos e com ambos os olhos
abertos e os dois hemisférios cerebrais activos. Obrigado Jaime Nogueira Pinto! Maria Nunes: Muito obrigado JNP. Crónica
excepcional. Os nossos midia estão completamente subjugados ao politicamente
correcto. É impressionante como falam de Trump, incluindo o Observador. Não
lhes interessa as notícias isentas, que informem, mas sim tudo o que é
sensacionalista. José
Paulo C Castro: A amoralidade de Trump ou a imoralidade do marxismo ? A escolha não é
difícil. Vê-se pelos resultados: o primeiro dinamiza a economia e as relações
externas globais (sem guerras mas com acções precisas) enquanto o marxismo das
diversas matizes, sempre encostado ao poder do Estado, destrói tudo por onde
passa. Precisamente porque tem um fundo de imoralidade inscrito nas ideias,
legitimando a inveja, a usurpação, a divisão social em nome delas. Hasa Diga Eebowai >José Paulo C Castro: Só por manifesto
desconhecimento ou enviesamento pode alguém dizer semelhante coisa da
social-democracia. Não é por mero acaso que as sociedades mais desenvolvidas do
mundo são as que adoptaram um modelo político baseado nas lógicas da
social-democracia. A social-democracia foi a primeira linha política que, em contextos
políticos democráticos e em contextos económicos liberais, conseguiram
equilibrar e compatibilizar os interesses da economia com as aspirações dos
cidadãos, concedendo, através das políticas de Estado-Providência, acesso
universal à educação, à saúde e à protecção social. Não é por mero acaso que
são essas as sociedades pontuam no topo das mais desenvolvidas do mundo.
A sua tese de que
a social-democracia se converte em totalitarismo, tem quantos exemplos
ilustrativos? Rigorosamente nenhum. A Suécia, a Noruega, a Dinamarca, a
Alemanha, etc., adoptaram modelos de Estado-Providência e quantos desses países
seguiram vias totalitárias? Onde estão esses tais exemplos de social-democracia
que degeneraram em totalitarismo? Por fim, quanto ao seu último parágrafo, só coloca em
evidência o seu profundo desconhecimento da realidade já que Sanders é tudo
menos um radical. Na Europa, estaria em qualquer Partido Socialista,
Trabalhista ou Social-Democrata. Já agora, se acha que nas eleições dos EUA não há
nenhum social-democrata, porque será que falou antes em marxismo? Não me diga
que Biden e os democratas passaram a fazer parte do marxismo? José Paulo C Castro > Hasa Diga Eebowai: Não é radical. Aliou-se
eleitoralmente a eles. O que implica dividendos futuros ao radicalismo. Ficará
dependente de um congresso com essa ala lá presente. Se os tivesse rejeitado não
tinha sequer hipótese de ganhar, nem talvez de estar à frente nas sondagens. Quanto
aos marxistas, aprenda: uma das tácticas é o constante infiltramento em outros
movimentos. Percebemos que são eles quando esses movimentos perdem a sua matriz
e começam a aproximar-se deles. Foram infiltrados nas bases e fizeram a
inflexão das lideranças. Reconhecem-se pelas propostas. H Almeida: Muito obrigado JNP. Um texto para ler e reler com
atenção no atinente ao passado e ao presente. Em tempos recentes, nos
noticiários da TV, parece nada mais existir além de COVID e das acções
(nefastas) de Trump...
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