sábado, 24 de outubro de 2020

Magistral Crónica histórica

 

De Jaime Nogueira Pinto, formidável tratado seu sobre a História Contemporânea visualizada segundo os padrões de uma esquerda maniqueísta que, distorcendo valores, apoia como erro o que se opõe aos princípios que ela defende, promotores, estes, de genocídios e crueldades pelo mundo inteiro que finge não ver, para só valorizar, como indignidades imperdoáveis, tudo o que siga uma linha contrária, mais tradicional e menos sofisticadamente/ ficticiamente – defensora dos deserdados. Jaime Nogueira Pinto percorre a história, desde a revolução russa adepta dos princípios marxistas, cujos ditames semearam e semeiam desordens e guerras e crimes no mundo inteiro que os nossos – e não só – seus apoiantes fingem não ver. Neste momento, é Trump que está na berlinda, Trump que parece apalhaçado mas é arguto e corajoso, com provas dadas, contra um Biden com defeitos passados mas habilmente sonegados para que a esquerda triunfe, mais uma vez. É claro que, entre os inúmeros comentadores, alguns pretenderam denegrir o professor JNP e Donald Trump, mas não os coloquei aqui, por destilarem pedante e deselegante malvadez, não de estranhar, afinal.

A necropolítica da conveniência: uma crónica parcial / premium

O clima de histeria mediática anti-Trump tem vindo a crescer exponencialmente. Até por cá, parece não haver quem não reivindique o seu lugar ao sol no grande apedrejamento público.

JAIME NOGUEIRA PINTO    OBSERVADOR, 23 out 2020

O resgate e o mau da fita

O abismo da história tem profundidade suficiente para lá cabermos todos”, escreve, muito justamente, Paul Valéry, em 1919. Mas parece que há quem o cite para resgatar do abismo da história algumas necropolíticas e alguns necropolíticos que, apesar dos muitos milhões de mortos, enganados, torturados e silenciados que carregam às costas, seguem directamente para a silente bem-aventurança dos humanitariamente imaculados e dos ideologicamente intocáveis.

Ideias que levem à morte, a políticas de morte, só as dos nazis, as dos fascistas, as dos franquistas, as dos salazaristas, as dos colonialistas – e, agora, as dos racistas americanos, sendo a América, logo a seguir ao Terceiro Reich, e já desde os pais fundadores, o país onde mais persistentemente se pratica a necropolítica e onde se dão os maiores e mais abjectos atropelos aos direitos humanos. E como não podia deixar de ser, o representante “mais expressivo e mais bem-sucedido” desta necropolítica é hoje Donald Trump, o supremo “bobo da corte”. De uma corte que, não o podendo para já despedir, se dedica a desmenti-lo, a insultá-lo e a chamar-lhe palhaço, para ver se distrai o povo de algumas incómodas verdades e de alguns inconfessados vícios que, tradicionalmente, os bobos, por piores e mais extravagantes que sejam, sempre vão denunciando.

Com o aproximar da eleição norte-americana, o clima de histeria mediática anti-Trump tem vindo a crescer exponencialmente. Não me lembro mesmo de um político que tivesse sido objecto de uma campanha tão universal e tão radical de acosso e de ódio. Até por cá, parece não haver quem não reivindique o seu lugar ao sol no grande apedrejamento público do amoral, selvático e sub-humano presidente dos Estados Unidos – desde respeitáveis intelectuais e cronistas atémeros pivots e figurantes.

Ao mesmo tempo, com admirável desprezo pelas regras mais elementares da objectividade jornalística, omitem-se quaisquer notícias que possam beliscar o seu concorrente, Joe Biden. Nos Estados Unidos, o Twitter e o Facebook censuraram partilhas e impediram a circulação de tais notícias, inicialmente saídas no New York Post, e não vimos nos media portugueses referências – mesmo críticas, mesmo derrogatórias – à história de Hunter Biden, filho do candidato democrata, e dos seus negócios duvidosos com empresas ucranianas, russas e chinesas, implicando o pai no financiamento e lobby desses interesses, mediante avenças e comissões.

Talvez por trás desta omissão e silêncio esteja uma espécie de teologia ateia que defende que, para combater males absolutos – os racismos, os sexismos, os nacionalismos, os populismos –, vale tudo. Assim, Sanders abandonou a corrida, Kamala Harris foi emparelhar no ticket com (o antes “racista”) Biden, as feministas esqueceram as histórias de assédio do (antes “sexista”) Senador, os advogados dos casos #Me Too decidiram, em Maio, abandonar o patrocínio de Tara Reade, que acusa Biden de a ter atacado sexualmente, e o movimento deixou cair as denúncias de oito mulheres da “conduta inapropriada” do candidato democrata.

O outro lado do abismo

E não é só o presente que vai sendo silenciado e censurado. Em questões de fundo, é extraordinário que um respeitado académico, num ensaio sobre “necropolítica”, fale compreensivelmente do nazismo – seguido do fascismo, do franquismo, da guerra civil americana, do racismo americano, de Trump, do populismo –, mas não tenha uma única linha sobre os grandes morticínios do século XX, os maiores em números absolutos e relativos, sobre a violência de Estado que se deu em países governados por comunistas: na União Soviética de Estaline, na China de Mao Tse Tung, no Camboja de Pol Pot e dos seus Khmers Vermelhos. A revolução soviética e o comunismo trouxeram para a história política o conceito e a realidade, não só do genocídio de classe, mas do genocídio da divergência. Para eles, estando o mundo repartido entre Proletários e Burgueses e não havendo lugar, nem sendo desejável, qualquer trégua entre estes dois grupos, os explorados – ou os seus comissários políticos e o Estado em nome deles – deveriam exterminar os exploradores e instalar a igualdade. O que fizeram na Rússia, desde Lenine até Estaline e seus sucessores, em grande escala. Os números variam: Robert Conquest, autor de The Great Terror, põe o número de vítimas em 15 milhões; outros autores vão até aos 60 milhões, para todo o período de 1917-1987. De qualquer modo, é muito morto para passar despercebido num inventário necropolítico. Grupos étnicos considerados reaccionários, “inimigos do Regime”, ou “menos iguais que os outros” – Ucranianos, Tártaros da Crimeia, Chechenos, Alemães do Volga –, foram objecto de políticas de fome, deportações, genocídios, sempre no comunismo, sempre com generosas justificações ideológicas, sempre em nome de um qualquer futuro radioso. Mas nada disto consta na crónica necropolítica. Mao Tsé-Tung procedeu também a execuções maciças de “contra-revolucionários”, seres menos clarividentes e de vistas mais curtas, dos quais deve ter executado uns dois milhões, logo no início da tomada de poder. Para realizar a reforma agrária, eliminou mais uns 50 milhões de renitentes agricultores. O Grande Salto em Frente e as fomes que causou – somadas aos horrores da Revolução Cultural, celebrada pelos esquerdistas europeus – devem ter elevado o número total de vítimas do maoismo aos 80 milhões de pessoas. O ensaio sobre a necropolítica também não dá por elas.

Outro importante genocídio comunista foi o praticado no Camboja pelos Khmers Vermelhos, apoiados por Mao e pelo Partido Comunista Chinês. Na segunda metade dos anos setenta, inspirados nos princípios igualitários da Revolução Cultural, os Khmers mataram entre milhão e meio e dois milhões de Cambojanos, cerca de ¼ da população, o maior genocídio em ratio mortos/habitantes. Os pormenores dos horrores cambojanos podem rivalizar com as piores narrativas dos campos de morte estalinistas e hitlerianos. Mas a narrativa necropolítica também os esquece.Há uma incomensurável lista de mortes, torturas e massacres na Ásia comunista, na Coreia do Norte, no Vietname, no Afeganistão. Em África, a ditadura comunista na Etiópia de Mengistu Hailé Mariam foi das mais sanguinárias do continente e, durante 1976-1978, no seguimento da queda da monarquia de Hailé Selassié, instalou um regime de terror vermelho decalcado da prática dos bolcheviques na Rússia.

O primeiro presidente da Guiné Equatorial, depois da independência da colónia espanhola, em 1968, Francisco Macias Nguema, usou o pretexto de um golpe falhado para uma repressão monstruosa levada a cabo pelo seu partido, o Partido Único Nacional dos Trabalhadores (PUNT), e por uma milícia partidária, a Juventude em Marcha com Macias, responsável pela maioria das prisões, violações, torturas e execuções. Colhendo o melhor da teoria e da prática dos generosos ideais igualitários ocidentais e orientais e aclimatando-os, Macias combinou “socialismo científico” com bruxaria, proclamou-se Presidente Vitalício, Major General do Exército e Grande Mestre da Educação, Ciência e Cultura, além de “Único Milagre da Guiné Equatorial”. Foi derrubado em Agosto de 1979 por um golpe militar liderado pelo Tenente Coronel Teodoro Obiang Nguema, seu sobrinho e vice-ministro da Defesa. Foi julgado, condenado à morte e executado.

Macias foi uma excepção. Enquanto os altos responsáveis do regime hitleriano foram julgados e condenados à morte em Nuremberga e milhões de alemães passaram pelos tribunais aliados de desnazificação, a maioria dos dirigentes, ditadores, altos funcionários e polícias políticos comunistas não foi responsabilizada, ou sequer objecto de penas ligeiras. Aconteceu na Europa Oriental – com excepção do ditador romeno Ceausesco e sua mulhere também na maioria dos países comunistas de outros continentes. O ditador da Etiópia, Mengistu, exilou-se no Zimbabué e, embora condenado à morte in absentia, o Zimbabué não o extraditou. Nuon Chea, o ideólogo dos Khmers Vermelhos do Camboja, morreu na prisão e os seus dirigentes andaram a monte vários anos – todos eles grandes ídolos e modelos dos nossos esquerdistas, enquanto jovens (uns converteram-se depois à democracia e ao capitalismo e abjuraram desses pecados; outros, nem por isso).

Ideias que matam

Mas mais grave que a não punição de todos estes grandes assassinos, é o esquecimento, o branqueamento e a amnistia de que foram e são objecto as ideias, doutrinas e ideologias que lhes deram origem e os legitimaram.

O princípio da igualdade e do “empoderamento” dos oprimidos é, com certeza, mais nobre, cristão e simpático do que, por exemplo, o naturalmente abjecto ideário da superioridade rácica, por defensivo que seja. No entanto, a “igualdade”, uma das mais notórias vítimas da retórica, da manipulação e do populismo dos “mais iguais que outros”, e as tentativas de a aplicar na história têm abundantes, desastrosas e mortíferas provas dadas.

Os intelectuais, académicos e jornalistas, dos esquerdistas aos direitistas envergonhados, encarniçam-se contra Trump, os populismos, os nacionalismos, “a extrema-direita”, mas não têm uma palavra, ou uma memória, ou uma prevenção contra essas outras doutrinas que já mais que provaram a sua capacidade de fundamentar regimes concentracionários brutais e impiedosos, regimes que mataram dezenas de milhões de pessoas durante o século XX, não na Idade das Trevas ou do Despotismo Iluminado, mas nos séculos democráticos e sempre em nome da implantação de uma futura idade do ouro, inclusiva e humanitária.

É curioso que, a par deste encobrimento de grandes protagonistas da necropolítica do século XX – os regimes baseados no marxismo-leninismo que aqui referimos (mais a Espanha da Frente Popular e todas as ditaduras comunistas, da Europa Oriental a Cuba) –, se persista, actualmente, na denúncia do “perigo populista” e dos “regimes populistas”, que até agora, que saibamos, não se têm empenhado em violências macabras do tipo das infligidas pelos regimes comunistas. Tudo isto, numa campanha que transformou os “media de referência” dos Estados Unidos e da Europa em órgãos de propaganda que lembram os piores totalitarismos estalinistas e hitlerianos do século passado, e que, pelo seu sectarismo e extremismo, provocam um descrédito e um divórcio que só podem gerar, do outro lado, respostas também extremas e sectárias.

Também ficam sempre por referir as purgas da linguagem, os autos-de-fé por pecados contra os novos dogmas do marxismo cultural (agora em reedição urbano-depressiva), a tentativa de menorização intelectual e de queima simbólica dos prevaricadores, a imposição de necropolíticas, como a banalização do aborto e da eutanásia, e a publicidade enganosa a novos “amanhãs cantantes”, que incluem a feliz possibilidade de contrariar o tempo, o modo e a essência da natureza humana. Até porque, quem de nós é de algum modo “ocidental” só tem, aparentemente, duas escolhas: ou se assume como vanguarda inquisitória, como porta-voz ou comissário político dos “oprimidos” (que acaba, mais uma vez, por objectificar e por manipular) contra os reaccionários (os palhaços, os populistas, os mentecaptos, os “fóbicos”), ou se cala, mede as palavras, diz o acto de contrição e reconhece, penitente, que não merece viver nem gerar vida.

Tentar construir uma casa comum parece não ser já uma opção e o caminho da cega radicalização a única escolha. Mas nada disto importa: o que é preciso é denunciar Trump. Porquê? Porque, para a grande maioria dos nossos cronistas, Trump é, evidentemente, “o mais expressivo e o mais bem-sucedido representante actual da necropolítica”: só ele “se agarra ao poder, vicia as regras, designa comparsas para cargos chave, condiciona os tribunais,” manipula o povo.

A SEXTA COLUNA  ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA  AMÉRICA  MUNDO  COMUNISMO  POLÍTICA  EXTREMISMO  SOCIEDADE

COMENTÁRIOS

Caixa Mágica: Nunca percebi estas queixinhas, o anti-trumpismo mediático sempre favoreceu mais Trump do que o contrário, como sempre ocorre com os ditos candidatos anti-sistema. Ele sabe muito bem tirar partido da sua imagem de líder em luta permanente contra o mundo e é notório o esforço diário que ele faz por se apresentar como uma caricatura de ser humano para continuar a ser atacado.      Jorge Carvalho: Obrigado Professor Jaime Nogueira Pinto pela sua coragem, clareza e lucidez nesta factualidade indizível para a descomunicação social da imprensa subsidiada e avençada que a sonega a todo o custo. Sem a verdade eles são uns perdedores!     iaram per: por muito que já me tenha arrependido de ter assinado O Observador, só este ensaio excelente de JNP vale bem o valor da assinatura.       Mario Areias: Excelente texto.    Lúcio Cornélio: Brilhante e demolidor. Infelizmente, para as mentes bem pensantes da nova esquerda (e da velha também), a hipocrisia foi elevada ao estatuto de 5ª. virtude.    Marie de Montparnasse: O conhecimento e a verdade em simbiose perfeita. Obrigada Jaime Nogueira Pinto.    Adelino Lopes: Parabéns pela coragem. Espero continuar a ver artigos semelhantes a denunciarem esta hipocrisia esquerdista. Sim, estes progressistas não defendem a liberdade nem a democracia. E estão-se marimbando para o povo. O que surpreende é a cegueira deste povo. Mas vamos andando.     Maria Cordes: Incluir, o terror no Irão, no tempo do Xá e do Khomeini, no Iraque com o Saddam, e na terra mártir do Médio Oriente, incluindo os bárbaros do Daesh. (ler Robert Fisk, sobre o Médio Oriente e Afganistão. Trump é vilipendiado na nossa imprensa, que não é isenta, e não só, o estar a confrontar a China, ao contrário dos subservientes europeus, é um feito. Conseguiu comunicar com o doido da Coreia do Norte, e as pazes entre Israel e a Arábia Saudita, também são inéditas. O Ocidente é o grande responsável do drama de parte da humanidade. Trump não tinha nascido. Penso, que pouca gente em Portugal, tem conhecimentos para avaliar as eleições nos EUA, com isenção. Tiago Ribeiro Coelho: Daqui a 20 anos, quando se escrever a historia, vamos chegar a conclusão que a nível mundial foram uns anos anormalmente calmos.     Carminda Damiao: Excelente texto. Obrigada por repor a verdade.      d f: Muito bom. Os jornalistas decidiram que a sua função não é dar notícias, informar objectiva e imparcialmente, mas salvar o mundo. Por alguma razão que não se consegue entender, salvar o mundo implica manter o PS no poder, derrotar o Trump e esconjurar o "populismo".      Manuel Magalhães: Grande e revelador texto da trágica realidade em que estamos inseridos e a ser manipulados... bem hajas Jaime!!!    Manuel Lorena: Professor Jaime Nogueira Pinto, Excelente texto! Sem dúvida que é importante divulgar o conhecimento histórico que tem sobre todos esses Países que menciona no seu Texto. Nos próximos textos que fizer gostava que analisasses o papel que Obama/Biden tiveram no desmembramento da Síria e da Líbia.    João Bilé Serra: Como diz Trump: "They're coming after you. I'm just in their way". Parabéns ao Autor, por um ensaio nota 20 em forma jornalística.   Maria Alva: Excelente ensaio. 3Responder     bento guerra: Trump o presidente mais atacado de sempre e o único que, no Ocidente, se opôs ao domínio mundial pela China, o país Que compra e corrompe."Faites la liaison" Rui Guimarães: Texto fantástico, fica desde já guardado para memória futura, com a devida vénia ao seu autor.      Rita Salgado: Obrigada pela excelente aula, prof Jaime Nogueira Pinto!    Carlos Reis: Excelente crónica. Chega a ser patético o "jornalismo" que hoje se faz, completamente parcial. Acho que só uns quantos ingénuos ainda levam a sério o que se passa nas tvs e jornais. Então quando começam a falar de Trump são completamente previsíveis.      JB Dias: Que bem que sabe poder ler quem olha para factos e com ambos os olhos abertos e os dois hemisférios cerebrais activos. Obrigado Jaime Nogueira Pinto!         Maria Nunes: Muito obrigado JNP. Crónica excepcional. Os nossos midia estão completamente subjugados ao politicamente correcto. É impressionante como falam de Trump, incluindo o Observador. Não lhes interessa as notícias isentas, que informem, mas sim tudo o que é sensacionalista.     José Paulo C Castro: A amoralidade de Trump ou a imoralidade do marxismo ? A escolha não é difícil. Vê-se pelos resultados: o primeiro dinamiza a economia e as relações externas globais (sem guerras mas com acções precisas) enquanto o marxismo das diversas matizes, sempre encostado ao poder do Estado, destrói tudo por onde passa. Precisamente porque tem um fundo de imoralidade inscrito nas ideias, legitimando a inveja, a usurpação, a divisão social em nome delas.     Hasa Diga Eebowai >José Paulo C Castro: Só por manifesto desconhecimento ou enviesamento pode alguém dizer semelhante coisa da social-democracia. Não é por mero acaso que as sociedades mais desenvolvidas do mundo são as que adoptaram um modelo político baseado nas lógicas da social-democracia. A social-democracia foi a primeira linha política que, em contextos políticos democráticos e em contextos económicos liberais, conseguiram equilibrar e compatibilizar os interesses da economia com as aspirações dos cidadãos, concedendo, através das políticas de Estado-Providência, acesso universal à educação, à saúde e à protecção social. Não é por mero acaso que são essas as sociedades pontuam no topo das mais desenvolvidas do mundo. A sua tese de que a social-democracia se converte em totalitarismo, tem quantos exemplos ilustrativos? Rigorosamente nenhum. A Suécia, a Noruega, a Dinamarca, a Alemanha, etc., adoptaram modelos de Estado-Providência e quantos desses países seguiram vias totalitárias? Onde estão esses tais exemplos de social-democracia que degeneraram em totalitarismo? Por fim, quanto ao seu último parágrafo, só coloca em evidência o seu profundo desconhecimento da realidade já que Sanders é tudo menos um radical. Na Europa, estaria em qualquer Partido Socialista, Trabalhista ou Social-Democrata. Já agora, se acha que nas eleições dos EUA não há nenhum social-democrata, porque será que falou antes em marxismo? Não me diga que Biden e os democratas passaram a fazer parte do marxismo?        José Paulo C Castro > Hasa Diga Eebowai: Não é radical. Aliou-se eleitoralmente a eles. O que implica dividendos futuros ao radicalismo. Ficará dependente de um congresso com essa ala lá presente. Se os tivesse rejeitado não tinha sequer hipótese de ganhar, nem talvez de estar à frente nas sondagens. Quanto aos marxistas, aprenda: uma das tácticas é o constante infiltramento em outros movimentos. Percebemos que são eles quando esses movimentos perdem a sua matriz e começam a aproximar-se deles. Foram infiltrados nas bases e fizeram a inflexão das lideranças. Reconhecem-se pelas propostas.     H Almeida: Muito obrigado JNP. Um texto para ler e reler com atenção no atinente ao passado e ao presente. Em tempos recentes, nos noticiários da TV, parece nada mais existir além de COVID e das acções (nefastas) de Trump...

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